PPP para reforma e manutenção de escolas
Leite pede que Tribunal de Contas libere PPP para reforma e manutenção de escolas estaduais
Governador se manifestou em evento no Palácio Piratini. Cautelar que barrou medida foi emitida em dezembro do ano passado pelo conselheiro Estilac Xavier; recurso está sob análise

quinta.Vitor Rosa / Secom/Governo do RS/Divulgação
O governador Eduardo Leite pediu publicamente que o Tribunal de Contas do Estado (TCE) derrube a medida cautelar que suspendeu a parceria público-privada (PPP) para reforma e manutenção de 99 escolas estaduais. O processo está parado desde dezembro do ano passado por decisão do conselheiro Estilac Xavier, mas o governo apresentou recurso (entenda abaixo).
Na quinta-feira (28), durante evento no Palácio Piratini, o governador questionou a suspensão do processo e pediu que a suspensão seja revertida.
— Faço o questionamento justamente porque em relação a outros modelos idênticos ao do Estado (de PPPs), que são os de Porto Alegre e de Caxias do Sul, por exemplo, não houve o mesmo questionamento. Mas houve em relação ao nosso — disse o governador.
Em nota, o gabinete de Estilac informou que o recurso apresentado pelo governo está sendo analisado dentro dos prazos regimentais (leia a íntegra).
Leite afirmou que o governo estadual já forneceu as informações solicitadas pelo TCE e que o conteúdo foi analisado pela auditoria da Corte. Segundo ele, o governo aguarda a liberação para lançar o edital da PPP.
— A auditoria do Tribunal já analisou as informações e manifestou que elas satisfazem os questionamentos, mas o conselheiro ainda não levou isso para derrubar a própria cautelar que tinha concedido. Estamos pedindo que levante essa restrição pra que a gente possa lançar o edital, porque estamos falando de um investimento próximo de R$ 1 bilhão em 99 escolas que estão nas regiões mais vulneráveis do Estado — ressaltou Leite.
A PPP estruturada pela Secretaria da Reconstrução prevê a qualificação de infraestrutura de 99 escolas estaduais. A empresa vencedora será responsável por executar reformas e cuidar da manutenção dessas instituições durante 25 anos. Para isso, o Estado vai aportar até R$ 203,6 milhões por ano.
Como está o processo
A proposta de PPP para as escolas estaduais está sendo analisada pela equipe do TCE desde julho do ano passado. Desde então, técnicos da Corte sugeriram uma série de alterações e ajustes no modelo desenhado pelo governo.
Os auditores apontaram, por exemplo, a necessidade de:
- revisar os cálculos da modelagem
- incluir especificações mais detalhadas sobre as obrigações do parceiro privado
- inserir um plano para mitigação de riscos em caso de eventos climáticos
Conforme relatório emitido no dia 10 de julho pelo Serviço de Auditoria de Engenharia e Desestatizações (Saede), as sugestões foram atendidas ou justificadas pelo governo.
O diretor-geral do TCE, Roberto Tadeu de Souza Júnior, confirma que a equipe técnica da Corte demonstrou concordância com a versão atual da documentação apresentada pelo Estado.
— Em princípio, o Estado estaria se predispondo a corrigir tudo o que foi apontado como potenciais problemas — relatou.
Agravo está em análise
Após apresentar os últimos esclarecimentos à área técnica do TCE, o governo estadual protocolou recurso pedindo que Estilac Xavier reverta a medida cautelar. O agravo foi distribuído ao gabinete do conselheiro no dia 23 de julho. Em tese, não há prazo para que ele tome decisão.
No despacho mais recente sobre o caso, Estilac decidiu manter a validade da cautelar. A decisão foi publicada em 7 de julho, três dias antes do último relatório da equipe técnica.
Na ocasião, o conselheiro apontou fatores como:
- insuficiência de comprovação de que a PPP será vantajosa
- violação da lei que prevê autonomia pedagógica e administrativa das escolas
- a ausência de fiscalização permanente da execução do contrato
Em nota emitida nesta sexta, o gabinete de Estilac informou que o recurso está sendo analisado e que o governo protocolou nova petição no processo nesta quinta.
"Com relação ao agravo nº 12451-0200/25-0, em tramitação, o processo segue sob análise no gabinete do conselheiro Estilac Xavier, dentro dos prazos regimentais estabelecidos pelo Tribunal de Contas. Quanto a petição protocolada, ontem (28), pelo governo do Estado, a mesma será analisada pelo relator no curso do processo", diz o comunicado.
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