Pressão imposta pelas plataformas

Pressão imposta pelas plataformas

 

Até quando a pressão imposta pelas plataformas tirará nossas vidas? Em memória da professora Silvaneide Andrade


O CPERS manifesta sua profunda consternação e solidariedade diante da trágica perda da professora Silvaneide Andrade, ocorrida no Colégio Estadual Jayme Canet, em Curitiba, na última sexta-feira (30). O falecimento da educadora, em decorrência de um infarto após intensa pressão por questões burocráticas, evidencia a forma desumana com que o governo Ratinho Junior (PSD) trata as(os) educadoras(es) — prática também adotada pelo governo de Eduardo Leite (PSD) aqui no Rio Grande do Sul, que transforma a atividade pedagógica em um processo sufocante de controle e vigilância.

Neste momento de luto, reiteramos nossa defesa intransigente por condições dignas de trabalho, pelo respeito à vida das(os) educadoras(es) e por uma educação pública que valorize a autonomia, o acolhimento e a saúde de suas(seus) profissionais.

Abaixo, divulgamos a nota da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que expressa com firmeza a indignação diante desse lamentável episódio, o qual expõe a sobrecarga de trabalho e a pressão psicológica a que estão submetidas(os) diariamente as(os) trabalhadoras(es) da educação nas escolas públicas estaduais.

>> Confira a nota da CNTE na íntegra:

Na última sexta-feira (30) uma tragédia se abateu sobre o Colégio Estadual Jayme Canet, em Curitiba: a professora de Língua Portuguesa Silvaneide Andrade foi chamada à sala de coordenação pedagógica da escola de gestão cívico-militar e, diante da cobrança de uma representante da Secretaria de Educação do Estado do Paraná sobre a falta na atualização do sistema de planificação eletrônica da plataforma educacional, sofreu um infarto e veio a óbito.

A trágica morte da educadora logo teve repercussão nacional por representar com muita exatidão toda a pressão que os(as) profissionais de educação de várias redes de ensino pelo país afora vêm sofrendo com esse processo incremental de plataformização da educação. A dor da família e de dos amigos e amigas da professora Silvaneide ganha contornos de denúncia de um modelo de educação que sufoca cada vez mais tanto os(as) profissionais do magistério como os(a)s trabalhadores(as) da gestão escolar, pressionados a deixar de lado o processo de aprendizagem para dar conta das tarefas de controle das plataformas.

Sob o argumento de racionalização dos processos de trabalho, essas plataformas educacionais exigem cada vez mais um dispêndio de tempo maior dos(as) profissionais para preenchê-las em detrimento, no fim das contas, da dedicação ao processo de ensino-aprendizagem. Isso não representa nenhuma racionalização! É, na verdade, esforço de controle e justificativa para vender essas plataformas educacionais.

Essas plataformas impostas às redes de ensino pelos governos são, na verdade, a ponta de lança do processo crescente de mercantilização da educação: o governo paga verbas milionárias às empresas amigas para o fornecimento desses softwares, escoando o dinheiro da educação pública para mãos privadas. E o impacto disso na vida dos(as) profissionais é enorme, com desdobramentos também muito sérios aos próprios estudantes.

Que a dor sentida hoje pelos familiares e amigos(as) da professora Silvaneide não seja em vão! Todo nosso pesar pelo falecimento trágico de uma companheira educadora que deixará saudades e fará muita falta! Continuaremos por aqui na luta por uma educação emancipadora e que seja espaço de liberdade e prazer, e nuca de controle, pressão e sinônimo de dinheiro de empresários e políticos ávidos a ganhar dinheiro às suas custas!

Brasília, 02 de junho de 2025
Direção Executiva da CNTE

FONTE:

https://cpers.com.br/ate-quando-a-pressao-imposta-pelas-plataformas-tirara-nossas-vidas-em-memoria-da-professora-silvaneide-andrade/?fbclid=IwY2xjawKtxeRleHRuA2FlbQIxMQBicmlkETE1N2JPZnEwaHdxZUEzNlpuAR5WiXLrknkV_HYZNL
nxSJQ01sCVYhkN7iPJSoISR9zB2fk8MuPYSdWSjYJZgg_aem_gGYbmqMjubLbEvCOujuQGQ
 




ONLINE
14