Pressão por revisão geral dos salários
Servidores estaduais iniciam pressão por revisão geral dos salários em 2023
Entidades sindicais querem reunião com o governador Eduardo Leite e com o vice Gabriel Souza, mas ainda não definiram percentual do pedido de reajuste
O jornalista Bruno Pancot colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
Um grupo de servidores públicos estaduais deu a largada, nesta semana, para a negociação com o Piratini sobre a revisão geral dos salários do funcionalismo em 2023. Ainda sem um percentual definido de pedido de reajuste, os sindicatos e associações enviaram um documento ao governador Eduardo Leite e ao vice Gabriel Souza, solicitando uma reunião para discutir a reposição salarial.
O ofício da Frente dos Servidores Públicos do Estado do RS foi encaminhado a Leite na quarta-feira (25). As entidades sindicais afirmam que, entre 2014 e o final de 2022, a inflação oficial chegou a 61,5%.
"O quadro de perdas salariais e corrosão do poder de compra dos salários dos servidores do Estado é cada vez mais alarmante. Nesse período, recebemos apenas 6% de índice de revisão geral da inflação, o que não contemplou minimamente as perdas inflacionárias de servidores aposentados e ativos dos poderes e instituições", diz o documento.
O governo do Estado recebeu o ofício e confirmou que irá receber os servidores para debater o assunto. O compromisso ainda não tem data prevista.
Em 2022, o Piratini definiu no final de março a revisão geral de 6% para os servidores de todos os poderes. Os deputados estaduais aprovaram a proposta em maio.
Como o Rio Grande do Sul aderiu ao Regime de Recuperação Fiscal em junho do ano passado, o governo do Estado só pode conceder revisão geral de salários do funcionalismo — reajustes de categorias específicas são vetados pela legislação federal.
Outras demandas
Os servidores pedem a realização de uma reunião com governador e vice "com a maior brevidade possível". Os sindicatos esperam que o Piratini priorize o tema e apresente projeto sobre a revisão dos salários antes de qualquer outra proposição em 2023.
Confira as principais demandas:
-Fixação de data-base para a discussão da revisão salarial dos servidores;
-Fim da contribuição previdenciária para os aposentados e inativos;
-Reajuste do auxílio-refeição dos servidores do Executivo;
-Respeito ao piso do magistério;
-Criação de "novo arcabouço fiscal", com a eliminação do teto de gasto estadual;
-Revogação do Regime de Recuperação Fiscal e "encontro de contas com a União".
Leia a íntegra do documento enviado a Leite: