Professores desvalorizados recomendam carreira
Pesquisa: apesar de se sentirem desvalorizados, professores recomendam a carreira
Mesmo com os desafios em sala de aula e da falta de estrutura, 97% dos docentes gostam da profissão
Do R7 04/05/2022
SECRETARIA ESTADUAL DA EDUCAÇÃO DE SÃO PAULO
O estudo “Percepção dos Professores sobre Educação”, realizado pelo Datafolha com a Fundação Lemann com mais de 1.000 profissionais de educação das redes públicas de todo o país, revelou que mais de 74% apontam a desvalorização da profissão na sociedade.
Entretanto, mais da metade dos entrevistados ainda assim recomenda a carreira de professor para um jovem, e 97% deles responderam que gostam de ser professores, além de se sentirem preparados para os desafios em sala de aula.
Ao serem questionados sobre quais mudanças fariam se fossem secretários de educação, 64% responderam “valorização profissional”, seguido de “melhoria de infraestrutura” (40%) e “capacitação e formação” (28%). Apesar disso, os docentes afirmaram que indicariam a profissão aos jovens: em uma escala de 0 a 10, a recomendação da carreira de professor para um jovem teve média de 7,1 para 50% dos profissionais, enquanto 23% deles deram nota de 9 a 10.
Ainda de acordo com a pesquisa, a maioria dos professores disse que a docência foi a primeira opção de carreira (58%), sendo que 36% a escolheram pela satisfação em ensinar, 19% por gostar do trabalho com crianças e jovens e 12% para ter um emprego mais estável. Apenas 10% responderam que era pela facilidade de cursar uma faculdade e 10% por falta de outras opções.
Outro dado importante demonstrado é a falta de preparo, na formação inicial, para dar conta das novas tecnologias educacionais: 54% disseram que não tiveram essa capacitação.
Outro apontamento do estudo mostra que os docentes concordam que é imprescindível, neste momento de volta às aulas, ter escolas conectadas à internet e que isso deva ser uma das prioridades para uma boa infraestrutura escolar. Cerca de 96% dos professores responderam também que a conexão à internet torna a escola mais atraente para os estudantes.
Atualmente, os docentes se sentem mais à vontade com o uso da internet: 47% dizem
estar muito preparados para usar tecnologia em aulas presenciais. Mesmo com a evidente importância de conectar as escolas, a pesquisa com professores revelou que 15% deles continuam sem acesso à internet na escola em que atuam. Ainda assim, houve uma melhora nos resultados: em outubro de 2020 eram 29%.