Proposta de orçamento sem reajuste
Proposta de orçamento não prevê reajuste geral para servidores
Governo tem corrigido salários dos professores, por força do piso nacional, e feito reestruturação de carreiras

Mauricio Tonetto / Divulgação
A entrega da proposta de orçamento de 2026 reuniu na mesma foto os chefes dos três poderes — Eduardo Leite (Executivo), Alberto Delgado Neto (Judiciário) e Pepe Vargas (Legislativo) — além do vice-governador Gabriel Souza, a quem provavelmente caberá executar as despesas previstas por nove meses. Com a provável renúncia de Eduardo Leite para concorrer na eleição do próximo ano, Gabriel deverá assumir o governo no início de abril e completar o mandato conquistado pelos dois em 2022.
A proposta de orçamento mostra que Gabriel (ou Leite, caso decida cumprir o mandato até o fim) não terá vida fácil. O orçamento vai para a Assembleia com déficit e sem margem para correção dos salários dos servidores públicos, que clamam por reajuste. Nos últimos anos, o governo corrigiu os salários dos professores para acompanhar o piso nacional do magistério, já que o plano de carreira é balizado por esse mínimo, e fez reestruturação de carreiras ou reajustes pontuais. Para os demais servidores do Executivo, que pela Constituição deveriam ter reajuste anual, o governo não promete nada, alegando que não cabe no orçamento e poderia levar o Estado a descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Para não perder a entrega da proposta orçamentária, Pepe retornou às pressas de Osório, onde ocorreu o último seminário da série sobre desenvolvimento regional sustentável, sua bandeira na presidência da Assembleia. O procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, e o defensor-geral, Nilton Arnecke Maria, também participaram da entrega do projeto ao presidente da Assembleia, ao lado do líder do governo, Frederico Antunes, a quem cabe, desde o início do governo, o papel de negociador com o Parlamento.
O orçamento de 2026, o último do governo Leite, vem marcado pela polêmica do aumento de 100% no valor das emendas parlamentares, que passaram de R$ 2 milhões para R$ 4 milhões no ano eleitoral. A explicação dada por Leite, de que os 55 deputados conhecem melhor do que ele as prioridades de suas regiões, é a mesma usada em Brasília para defender a apropriação do orçamento federal pelos parlamentares.
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