Responsáveis pela criação do 20 de Novembro
Quem foram os gaúchos responsáveis pela criação do 20 de Novembro
Podcast "Descomplica, Kelly" fala sobre o poeta Oliveira Silveira e a proposição do Dia da Consciência Negra pelo Grupo Palmares, em 1971, em Porto Alegre
20/11/2021 - KELLY MATOS
A celebração do dia 20 de Novembro como Dia da Consciência completa 50 anos em 2021. Foi em Porto Alegre, em 1971, a partir da poesia de Oliveira Silveira e das rodas de conversa dos integrantes do Grupo Palmares, que a data foi apresentada como contraponto ao 13 de maio, dia da abolição da escravatura.
O dia 20 de novembro faz referência à morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares.
Em 1971, como contou o repórter Bruno Teixeira em GZH, a esquina entre a rua dos Andradas e a Avenida Borges de Medeiros era ponto de encontro de quatro jovens universitários que discutiam pautas relativas ao negro no Brasil. Em uma dessas conversas, Oliveira Silveira, Vilmar Nunes, Ilmo da Silva e Antônio Carlos Côrtes passaram a questionar a legitimidade do 13 de maio para o povo negro.
Relatou GZH que Côrtes, que havia descoberto a figura de Zumbi dos Palmares por meio de pesquisas, apresentou a história do Quilombo dos Palmares aos amigos, o que levou os jovens ao 20 de novembro, dia da morte de Zumbi, em 1695.
— Essa data lembra a morte de Zumbi dos Palmares. É uma ideia de pensar uma data que celebra a construção dessa nação (Brasil) a partir da perspectiva dos afrodescendentes. E começou aqui no Rio Grande do Sul, quando nosso querido poeta Oliveira Silveira, fundador do Grupo Palmares, apresentou essa ideia de ter uma data que fizesse um contraponto ao 13 de maio. Era para que houvesse um dia para celebrar a consciência negra, a cultura, celebrar a contribuição do povo negro para o Brasil. Celebrar o 20 de novembro é celebrar todo esse processo histórico e reconhecer o tanto que o povo negro vem contribuindo para essa nação — afirma a socióloga e professora universitária Suelen Aires Gonçalves em entrevista ao podcast Descomplica.
A professora Sátira Machado, estudiosa sobre a obra de Oliveira Silveira, lembra inclusive sobre o poema Treze de maio traição, liberdade sem asas e fome sem pão criado por Oliveira em 1969, já como um prenúncio das discussões que seguiriam dali por diante. Ela fala sobre o legado de Oliveira Silveira em entrevista ao podcast "Descomplica, Kelly", disponível no Spotify, na Apple Podcasts e aqui em GZH.
Ouça o podcast "Descomplica"
As convidadas são a professora universitária Suelen Aires Gonçalves; a professora universitária e biógrafa de Oliveira Silveira, Sátira Machado; e a comunicadora e Relações Públicas Luana Daltro.
Conhecer a história de Zumbi dos Palmares, melhora o entendimento da formação da sociedade brasileira o que contribui para acabar com preconceitos e estereótipos existes atualmente.
DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA EM 20 DE NOVEMBRO {LEI 10.639/03 E LEI 11.645/08} #ZUMBI #ZUMBIDOSPALMARES