Sauna de aula

“Sauna de aula”: como garantir conforto e aprendizado?
De onda em onda de calor, o aumento da temperatura tem colocado em xeque a infraestrutura das escolas públicas brasileiras sobre a capacidade de lidar com condições climáticas extremas.
Não é à toa: esse cenário impacta o aprendizado e a saúde de estudantes e professoras(es), que já enfrentam salas de aula superlotadas, ventilação inadequada e, agora, ambientes que se tornam excessivamente quentes, comprometendo o bem-estar e a concentração de todos.
Para Francisca Pereira da Rocha Seixas, secretária de Saúde dos (as) Trabalhadores (as) de Educação da CNTE, a questão climática representa um desafio a mais em sala de aula: “O ambiente fica insuportável em altas temperaturas, podendo estafar a todas e todos, provocando maior ansiedade tanto nos estudantes quanto nos profissionais”, explica.
Ela destaca que, mesmo em São Paulo, “o estado mais rico do país”, a situação é crítica: a maioria das escolas públicas conta apenas com ventiladores antigos, sem manutenção adequada, “que produzem pouco vento e muito barulho”.
A falta de investimentos em infraestrutura e em manutenção básica das escolas agrava o problema. Para resolver todas essas questões, Francisca aponta que é essencial que a educação seja tratada como “prioridade máxima” para a sociedade e para o país. Ela defende investimentos massivos para reformar os prédios existentes, adequando-os à realidade atual com tudo o que é necessário para o bom andamento do processo de ensinar e aprender.
Além disso, enfatiza a importância de valorizar os profissionais da educação, oferecendo melhores condições de trabalho e salários dignos, além de realizar concursos públicos para ampliar o quadro de funcionários.
“Também é fundamental termos todo material e espaço para que tudo funcione como se deve e todas as professoras e professores sonham”, conclui.
Saunas de aula
Um relatório lançado recentemente pelo Centro de Inovação para a Excelência das Políticas Públicas (CIEPP) – com base em microdados do Censo Escolar 2023 (MEC/Inep) – revelou que apenas 33,99% das escolas públicas brasileiras possuem climatização em suas salas de aula.
O resultado aponta que as redes municipais e estaduais apresentam as piores condições. O estudo também destacou que as escolas brasileiras ainda não oferecem conforto térmico adequado para estudantes e professores.
Além disso, mostra que a infraestrutura continua sendo um problema na maioria das escolas públicas, exigindo atenção urgente por parte dos estados e municípios.
Francisca reforça que a falta de investimentos em infraestrutura básica, como manutenção, reflete o descaso com a educação pública. “Enquanto não houver priorização da educação, os estudantes e professores continuarão sofrendo com condições inadequadas, que comprometem o aprendizado e a saúde de todos”, afirma.
O documento do CIEPP fortalece a necessidade de ações concretas para melhorar a infraestrutura das escolas, garantindo ambientes mais dignos e adequados às necessidades climáticas atuais, além de reduzir as desigualdades entre as redes de ensino.
Fonte: CNTE
Foto: Agência Brasil
FONTE
https://cpers.com.br/sauna-de-aula-como-garantir-conforto-e-aprendizado/

Calor sufocante e escolas sem estrutura: Seduc mantém aulas presenciais apesar de exigências do CPERS
A luta continua! Na manhã desta terça-feira (25), o CPERS se reuniu com a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e a Secretaria de Obras Públicas (SOP) do Rio Grande do Sul para cobrar do governo Eduardo Leite (PSDB) medidas concretas de enfrentamento à crise climática. Com a onda de calor extremo que atinge o estado, o Sindicato exigiu a implementação de um protocolo para temperaturas extremas, inclusive com a possibilidade de suspensão das aulas presenciais, e um plano de recuperação da infraestrutura escolar, garantindo condições seguras de ensino-aprendizagem e o bem-estar de estudantes, professoras(es) e funcionárias(os) das escolas da rede estadual.
Dados de modelos de clima analisados pela MetSul Meteorologia indicam temperaturas acima e muito acima da média ainda por semanas no estado. Durante a reunião, a presidente do CPERS, Rosane Zan, relembrou que o Sindicato alertou a Seduc desde os primeiros avisos da Metsul sobre a onda de calor: “Lhe chamei no WhatsApp assim que recebemos os primeiros alertas da Metsul. A maioria das escolas não possui a estrutura adequada para esses momentos, portanto, é essencial garantir que essas instituições tenham condições adequadas para enfrentar temperaturas extremas.”
O caos na educação pública do RS é resultado da negligência do governo Leite (PSDB). Há anos, o CPERS denuncia quase diariamente a precariedade de grande parte das escolas da rede estadual. No entanto, a atual gestão do estado insiste em maquiar a realidade, apresentando soluções superficiais para um problema crônico e estrutural.
Governo se recusa a suspender aulas presenciais
Mesmo diante dos riscos à saúde da comunidade escolar, a secretária da Educação, Raquel Teixeira, se recusa a suspender as aulas presenciais e ignora alternativas para garantir o ensino sem expor estudantes e profissionais da educação ao calor insuportável. O CPERS reforçou a necessidade de garantir a autonomia das direções escolares para decidir sobre a viabilidade das atividades presenciais, sem burocracias que limitem a gestão democrática.
O Sindicato também cobrou que a Seduc reconheça a possibilidade de ensino remoto ou atividades impressas em situações emergenciais, garantindo o direito à educação sem comprometer a saúde da comunidade escolar.
Infraestrutura precária agrava os impactos do calor
Além da recusa em suspender as aulas, o governo segue sem apresentar soluções para o grave problema estrutural das escolas gaúchas. Muitas unidades não possuem ventilação adequada, sequer contam com ar-condicionado ou, quando têm, a rede elétrica não suporta a demanda.
“Não adianta colocar ar-condicionado nas escolas se a estrutura elétrica não aguenta”, alertou Rosane.
Nas próximas semanas, o CPERS lançará duas importantes iniciativas para reforçar as denúncias sobre a precariedade das escolas estaduais. A primeira é o Radar, um levantamento detalhado sobre a situação da rede pública. A segunda será uma caravana que percorrerá o estado para visitar escolas e verificar de perto as condições de ensino e infraestrutura. Ambas as ações fortalecerão a luta do Sindicato por melhores condições de trabalho, ensino e estrutura na rede estadual.
Diante da omissão do governo Eduardo Leite (PSDB), o CPERS reafirma seu compromisso com a defesa intransigente da educação pública e das condições estruturais das escolas. A onda de calor é apenas o começo de um problema que pode se estender durante todo o ano letivo, exigindo medidas urgentes e de longo prazo por parte do governo.
O Sindicato já solicitou uma nova reunião com a Seduc para tratar das demandas da categoria e continuará pressionando por soluções imediatas para enfrentar os impactos da crise climática nas escolas gaúchas.
>> Confira, no vídeo, a fala da presidente do CPERS, Rosane Zan, durante coletiva de imprensa após a reunião: