Seduc dá prazo fechamento de escola
Secretaria de Educação fixa prazo de 15 dias para fechamento da Escola Euclides da Cunha
Motivo alegado pela Seduc é o risco de queda de muro da escola da Capital, mas professores temem municipalização
Interdição da escola localizada no bairro Menino Deus, na capital gaúcha, causa apreensão
na direção e docentes - Foto: Christofer Dalla Lana
O anúncio de interdição da Escola Euclides da Cunha, localizada no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, causou apreensão na direção e docentes na manhã desta quinta-feira (5). A medida deve ser realizada dentro de duas semanas pela Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e prevê a interrupção das atividades na instituição de ensino em função do risco de queda de um muro localizado em uma área isolada nos fundos da escola.
Conforme a direção, a orientação da Seduc é que os alunos do quinto ao novo ano sejam transferidos para três escolas da região enquanto a obra estiver em andamento – sem prazo firmado para que retornem à Euclides da Cunha. Isso é motivo de reclamação da direção e professores, que reivindicam há anos a revitalização do muro, sem que haja a necessidade de deslocamento dos estudantes.
A diretora Fabiana Silva informou que existe uma solicitação pendente desde 2022 para o conserto do muro e que ela mesma chamou a Defesa Civil, em 2021, para garantir o isolamento da área. Uma reunião com pais e professores deve ser realizada na próxima segunda-feira (9), para discutir as demandas de continuidade das aulas no prédio local.
A diretora-geral do 39ª núcleo do Cpers Sindicato, Neiva Lazzarotto, que visitou a escola para conhecer a situação, avalia que transferência dos alunos reacende o alerta em torno do projeto de municipalização de escolas anunciado pelo estado. Serão oito escolas da Capital municipalizadas até o final de 2026. Nesse contexto, ela aponta que um pedido formal de manutenção da escola assinado por membros da comunidade foi encaminhado há poucos dias à titular da 1ª Coordenadoria Regional de Educação (1ª CRE), Márcia da Silva Garcia.
Anúncio da interdição contradiz resposta anterior
“Há cerca de uma semana, a escola e comunidade estiveram na 1ª CRE levando a resposta de que não aceitariam o fechamento e tivemos uma resposta positiva, inclusive com sugestões de abertura de turma de primeiro ano de Ensino Médio, pela própria coordenadora. Na mesma conversa, ela informou que havia intenção da Seduc em municipalizar a escola”, salienta.
Diante da informação, Neiva destaca que a comunidade passou a organizar uma lista de estudantes interessados em cursar o Ensino Médio – são atualmente 19 no nono ano do Fundamental.
“A coordenadora disse que precisaria uma lista de 30 interessados e surpreendentemente, nesta semana, informa que a escola será interditada. O argumento de que existe o risco da queda do muro que fica nos fundos da escola, em uma área que já está isolada não tem sustentação. É uma obra simples e de pouco custo, sem a necessidade de interdição,” destaca.
A presidente da Educação, Cultura, Desporto, Ciência e Tecnologia, deputada Sofia Cavedon (PT), também visitou a escola na manhã desta quinta-feira. A parlamentar informou que vai solicitar uma reunião com a Secretária da Educação, Raquel Teixeira, para reforçar o desejo da comunidade de permanecer na escola e ampliar o atendimento à população da região.
A redação Brasil de Fato RS questionou a Seduc sobre o fechamento da escola e se isso estaria relacionado à intenção de municipalizar a escola. A nota de resposta não fala sobre a questão da municipalização. Confira:
Nota da Seduc
Para garantir a segurança dos alunos e dos profissionais da Educação da Rede Estadual, a Escola Euclides da Cunha, de Porto Alegre, será interditada pelo risco de desabamento de um muro que faz divisa com uma residência. Os estudantes e os demais profissionais serão realocados em instituições próximas da região.
Estão ocorrendo encontros com a comunidade escolar para debater o tema e viabilizar um espaço qualificado e seguro aos estudantes da instituição de ensino.
Edição: Marcelo Ferreira
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