Sem aula devido a calamidades ambientais
No Brasil, 1,17 milhão de alunos ficaram sem aula no ano passado devido a calamidades ambientais
Levantamento da Unicef traz dados sobre interrupção dos estudos devido a catástrofes climáticas
Correio do Povo
Enchente histórica de 2024 no Rio Grande do Sul impediu que milhares de crianças
fossem à escola | Foto: Mauro Schaefer / CP Memória
Pelo menos 242 milhões de estudantes em 85 países tiveram os estudos interrompidos em 2024 em razão de eventos climáticos extremos, como ondas de calor, ciclones tropicais, tempestades, inundações ou secas. É o que revela recente pesquisa do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), uma das agências da Organização das Nações Unidas (ONU). No Brasil, 1,17 milhão de crianças e adolescentes não tiveram aula por algum período no ano passado. As enchentes no Rio Grande do Sul respondem por boa parte desse total.
O estudo “Learning interrupted: global snapshot of climate-related school disruptions in 2024” (Aprendizagem interrompida: panorama global das interrupções escolares relacionadas ao clima em 2024) aponta que as ondas de calor foram o risco climático que mais levou ao fechamento de escolas no ano passado. Apenas em abril, prejudicou em torno de 118 milhões de alunos de todo o mundo.
O relatório também indica que, em contextos frágeis, o fechamento prolongado de escolas afeta o retorno à sala de aula, levando ao abandono escolar e, até mesmo, ao maior risco de casamento e trabalho infantil.
Conforme o levantamento, quase 74% dos escolares implicados em 2024 estavam em países de rendimento baixo e médio baixo. E escolas e sistemas de ensino estão, em grande parte, pouco equipados para proteger os estudantes de impactos ambientais. Além disso, há baixo investimento financeiro voltado a impactos climáticos na Educação; e faltam dados globais sobre interrupções de aulas devido a riscos climáticos.
Diante desse cenário, o Unicef recomenda investir em escolas e instalações de aprendizagem resilientes a catástrofes e inteligentes, em termos climáticos. “A mensagem importante a pensar, como sociedade, é que precisamos, cada vez mais, estabelecer protocolos, mesmo que não os utilize; e perceber o quanto é essencial que as comunidades, a sociedade, o poder público, as famílias e as instituições de referência priorizem os direitos de crianças e adolescentes”, assinala a chefe de Educação do Unicef no Brasil, Mônica Pinto.
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