Sem Ensino Médio completo
Quase metade da população do RS acima de 18 anos não tem Ensino Médio completo, diz IBGE
Informações com base no Censo 2022 apontam que Estado tem 2ª pior taxa do país em frequência escolar bruta, mas a 3ª melhor considerando apenas crianças de 0 a 3 anos
O Rio Grande do Sul tem a segunda taxa mais baixa do Brasil de frequência escolar bruta, com 24,36% do total de pessoas residentes no Estado, correspondendo a 2,65 milhões em solo gaúcho frequentando escola ou creche. Quando considerada a faixa etária entre 0 a 3 anos, o índice é de 39,4%, a terceira maior do País. O IBGE divulgou os resultados preliminares da amostra do Censo 2022 voltados à educação na manhã desta quarta-feira, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em Porto Alegre, com a presença da secretária Estadual de Educação, Raquel Teixeira.
Conforme o órgão, a frequência escolar bruta somente é menor no Brasil em Minas Gerais, com 24,27%. No país como um todo, a taxa média é de 26,46%, maior que a do RS. Segundo o Censo 2022, no Rio Grande do Sul, das 403.705 crianças com até 5 anos de idade, que frequentavam escola ou creche, mais da metade (61,0%) frequentava creche, o que correspondia a 246.095 crianças.
Na pré-escola estava 37,4% deste contingente etário, o que correspondia a 150.829 crianças. Um total de 6.781 crianças com até 5 anos de idade já estavam no Ensino Fundamental. Já na faixa etária de 6 a 17 anos, 1.490.132 pessoas residentes no Rio Grande do Sul frequentavam escola. A maioria (77,9%) se encontrava no Ensino Fundamental (1.160.964 pessoas).
No Ensino Médio eram 247.553 pessoas, o que correspondia a 16,6% da população com idade entre 6 e 17 anos. Das 757.566 pessoas de 18 anos ou mais de idade que frequentavam escola no RS, 52,0% (393.708) cursavam algum curso de nível superior de graduação; 20,0% (152.157) estavam no Ensino Médio; 10,0% (76.185) no Ensino Fundamental; 8,0% (61.151) cursavam especialização de nível superior; 2,0% (15.323) estavam em cursos de Mestrado e 1,3% (9.772) em cursos de Doutorado.
Na Educação de Jovens e Adultos, 3,2% (24.373) cursavam Ensino Médio e 1,6% (12.123) Ensino Fundamental. Também no RS, segundo o Censo 2022, 49,26% da população residente com 18 anos ou mais de idade não tinha instrução, o Ensino Fundamental incompleto ou completo, ainda o Ensino Médio incompleto. Ou seja, para o órgão, praticamente metade da população de 18 anos ou mais no RS não tinha o Ensino Médio completo. Observando somente a população com idade superior a 25 anos de idade, o incremento de pessoas com nível superior completo no RS foi de 87,4% entre os Censos de 2010 (758.000) e 2022 (1.420.460). Ainda assim, o crescimento foi menor do que na média nacional, que passou de 12.462.016 para 24.484.247, respectivamente, ou mais 97,5%
O RS tem média maior do que o país nos anos de estudo de pessoas com 11 anos ou mais de idade, apresentando 9,9 anos, 0,4 ano a mais do que no país. Somente o Distrito Federal (11,4 anos de estudo) São Paulo (10,4), Santa Catarina e Rio de Janeiro (10,2) têm números superiores. No ano 2000, apenas 7,2% da população gaúcha tinha nível superior, percentual que cresceu para 11,3% em 2010 e 18,8% em 2022. Em contrapartida, o percentual de pessoas de 25 anos ou mais de idade sem instrução ou com Ensino Fundamental completo caiu.
Também em 2000, 62,1% da população do RS com mais de 25 anos não tinha instrução ou apenas o Ensino Fundamental incompleto. Dez anos mais tarde, o percentual caiu para 47,9%, atingindo 35% em 2022. Quanto aos municípios, Alvorada foi destaque negativo no país, sendo a cidade brasileira com população superior a 100 mil habitantes com a menor taxa de frequência escolar bruta na faixa entre 4 e 5 anos de idade (52,4%).
Santa Cruz do Sul, Bento Gonçalves e Erechim, por sua vez, atingiram a meta do Plano Nacional de Educação (PNE) para a faixa de 0 a 3 anos e passaram de 99% na faixa dos 6 a 14 anos. “A meta 1 do PNE estabelece como objetivos a universalização da educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade e a ampliação da oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até 3 anos”, destacou a analista do IBGE, Juliana Queiroz.
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