Pela primeira vez desde que começaram os atrasos, em agosto de 2015, nenhum servidor do Executivo terá o depósito do salário em conta na manhã do último dia útil do mês. A Secretaria da Fazenda distribuiu no final desta tarde um breve comunicado dizendo apenas que "fará nesta quarta-feira a divulgação sobre os procedimentos em relação ao pagamento da folha deste mês aos servidores vinculados ao Poder Executivo". 

O único pagamento assegurado é o da 10ª parcela do 13º salário de 2017, que consome R$ 110 milhões, mas, como a maioria dos servidores tomou empréstimo no Banrisul, o dinheiro vai automaticamente para o banco.

É possível que no final da tarde seja pago o salário para uma pequena parcela de servidores que ganham, líquido, menos de R$ 1 mil. Nem isso está garantido, porque os cofres estão raspados. O pagamento vai depender de outros poderes deixarem alguma coisa no caixa único. Não se pode descartar a possibilidade de que nenhum servidor venha a receber o salário de outubro nesta quinta.

As más notícias não param por aí. Entre os dias 1º e 9 de cada mês, não entra dinheiro de impostos. E, como dia 9 é sexta-feira, a perspectiva é que o primeiro pagamento significativo ocorra somente a partir de 12 de novembro.

A situação das finanças fica mais crítica a cada mês. O salário de setembro terminou de ser pago no dia 25 de outubro. Da arrecadação dos dias seguintes, o governo usou R$ 340 milhões para repassar o duodécimo dos outros poderes e R$ 170 milhões para quitar os empréstimos consignados. 

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