TCE, impactos da pandemia na educação
Conselheiro do TCE fala sobre ação para reduzir impactos da pandemia no ensino
Cezar Miola concedeu entrevista ao programa Atualidade da Rádio Gaúcha nesta terça-feira
Com aulas presenciais suspensas e parte da população sem acesso à internet, o setor de ensino busca alternativas para driblar a pandemia de coronavírus. Em entrevista ao programa Atualidade da Rádio Gaúcha nesta terça-feira (28), Cezar Miola, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul (TCE), falou sobre o projeto A educação não pode esperar, lançado pelo Comitê da Educação do Instituto Rui Barbosa com o objetivo de reduzir os impactos da doença no ensino.
De acordo como conselheiro, há duas grandes dimensões que precisam de atenção neste momento: a administrativa e a pedagógica. Miola afirmou que o TCE tem procurado orientar gestores e secretários a fim de diminuir as dúvidas e que o Conselho Nacional de Educação deve editar ainda nesta quinta-feira (30) resolução com uma série diretrizes para as redes de educação.
— Essa resolução vai cuidar da reorganização dos calendários escolares e da realização de atividades não presenciais durante o período da pandemia — explicou.
Ele também salientou o grande prejuízo que a situação traz ao aprendizado, principalmente para os alunos dos primeiros anos do Ensino Fundamental e da Educação Infantil, já que nesses casos não é possível fazer atividades remotas. Por isso, segundo Miola, é necessário debater alternativas e tentar achar soluções que diminuam os danos:
— Uma das possibilidades que consideramos que se deveria levar em conta nesta época é a utilização dos veículos tradicionais de comunicação: por exemplo, as TVs educativas e o rádio. São mais de 9 mil emissoras de rádio no país, que achamos que deveriam ser utilizadas a partir da produção de conteúdos pela Secretaria de Educação com o apoio do Ministério da Educação.
Em relação às cidades do Interior, o conselheiro afirmou que o fato de serem localidades menores, onde geralmente os professores conhecem e têm contato com todas as famílias, poderia facilitar a distribuição de conteúdos, como materiais impressos e livros didáticos. Mas enfatizou que também nesses locais, o rádio cumpriria um papel muito importante se houvesse uma parceria dos órgãos governamentais com as emissoras.
Miola também disse saber que nenhuma alternativa resolverá o problema, já que a situação é de crise, mas reforçou a importância de tentar minimizar o impacto de forma coordenada e satisfatória, até mesmo para evitar a evasão e preservar o vínculo dos estudantes com as instituições:
— Os conteúdos não vão poder ser transmitidos na sua plenitude, isso é verdade, mas nós temos que encontrar caminhos.
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