Tom do protesto dos funcionários estaduais

Tom do protesto dos funcionários estaduais

Reajuste salarial de 12% e gritos de "Fora Leite" dão tom do protesto dos funcionários estaduais

Convocados pela Frente dos Servidores Públicos (FSP), funcionários públicos foram às ruas nesta sexta-feira (16)

Henrique Ternus

Cpers / Divulgação
Manifestantes se reuniram em frente ao IPE Saúde, na Avenida Borges de Medeiros, e caminharam até o Palácio Piratini. Cpers / Divulgação

O jornalista Henrique Ternus colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço.

 

Centenas de funcionários do Estado foram às ruas nesta sexta-feira (16) reivindicar aumento nos salários, melhorias no IPE Saúde e fazer cobranças ao governo de Eduardo Leite. Comparada ao número total de servidores do Estado, a manifestação foi fraca. Organizada pela Frente dos Servidores Públicos (FSP), a manifestação reuniu em boa parte professores e trabalhadores da extinta Caixa Econômica Estadual.

A principal demanda do funcionalismo é um reajuste de 12,14% nos salários, para corrigir perdas acumuladas desde 2014. Os servidores argumentam que, no período, o poder de compra daqueles empregados pelo governo estadual despencou mais de 70%, com base em informações do IBGE. Além disso, há reclamações em relação ao vale-alimentação: enquanto os funcionários do Executivo recebem cerca de R$ 18 por dia de trabalho, quem atua no Legislativo e no Judiciário recebe cerca de R$ 90 diários.

— Um reajuste de 12,14% pode, à primeira vista, parecer modesto, mas, para quem está há 11 anos sem qualquer aumento, é uma questão de dignidade — defendeu Helenir Schürer, ex-presidente do Cpers.

Na manifestação também houve uma forte defesa do IPE Saúde. Os servidores reclamam que o plano sofre com descredenciamentos, os mais recentes dos hospitais Santa Casa e Ernesto Dornelles, e falta de especialistas, o que gera dificuldades principalmente no Interior.

— Quando exigimos atendimento digno, reivindicamos o justo retorno por aquilo que já pagamos. Defender o IPE Saúde vai além de preservar um sistema. É garantir a sobrevivência do funcionalismo público e proteger milhares de famílias gaúchas que dependem desse serviço essencial — defendeu a presidente do Cpers, Rosane Zan.

Em frente ao Palácio Piratini, após uma caminhada que começou na sede do IPE Saúde, na avenida Borges de Medeiros, os manifestantes também fizeram críticas ao governador, com cartazes pedindo "Fora Leite". Acompanhados de deputados do PT e do PSOL, os servidores embarcaram nas reprimendas ao documentário do governo estadual sobre a enchente, classificando-o como "campanha de autopromoção" de Leite.

A tendência é que, enquanto não houver negociação com o governo do Estado, os servidores sigam se mobilizando em atos pelo Interior. A ideia é que a FSP consiga agregar mais entidades do funcionalismo gaúcho para as mobilizações. De acordo com o Cpers, um novo ato unificado como o desta sexta-feira deverá ocorrer em breve.

FONTE:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/rosane-de-oliveira/noticia/2025/05/reajuste-salarial-de-12-e-gritos-de-fora-leite-dao-tom-do-protesto-dos-funcionarios-estaduais-cmardsgak000z01izqg38m4th.html 




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