Transtorno mental de Bolsonaro
O transtorno mental de Bolsonaro
Por Hora do Povo Publicado em 25 de março de 2020
CARLOS LOPES (*)
Há um consenso – um consenso geral, se assim podemos dizer, um consenso nacional – de que temos um desequilibrado mental na Presidência da República. Até mesmo entre os seus apoiadores – aqueles tipos que vão para a Internet berrar que é de um doido mesmo que o país está precisando…
Mas o pior é que não trata de um “doido” comum, de um desequilibrado de boa paz.
O pior: é um desequilibrado periculoso. Não é qualquer desequilibrado que põe em risco a saúde e a vida de 210 milhões de pessoas, como Bolsonaro fez na questão do coronavírus. Literalmente:
“… no meu entender muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propaga pelo mundo todo. Alguns da imprensa conseguiram fazer duma crise a queda do preço do petróleo, mas isso não é crise, obviamente problema da bolsa, isso acontece esporadicamente” (Bolsonaro, 11/3/2020, entrevista em em Miami).
Por aí foi nos dias seguintes – e até hoje – chamando a Covid-19 de “histeria”, “gripezinha”, e:
“O número de pessoas que morreram de H1N1 [gripe suína, em 2009] foi mais de 800 pessoas. A previsão é não chegar aí, a essa quantidade de óbitos, no tocante ao coronavírus” (Bolsonaro, 22/03/2020).
Ou:
“Vão morrer alguns pelo vírus? Sim, vão morrer. Se tiver um com deficiência, pegou no contrapé, eu lamento” (Bolsonaro, 21/03/2020).
Ou:
“Se eu me contaminei, tá certo? Olha, isso é responsabilidade minha, ninguém tem nada a ver com isso” (Bolsonaro, 16/03/2020).
Além de ter o direito privado de se contaminar, Bolsonaro tem também, acha ele, o direito público de contaminar os outros:
“Se eu resolvi apertar a mão do povo, é um direito meu” (Bolsonaro, 16/03/2020).
Somente para maior clareza, se for possível: Bolsonaro está se referindo à maior epidemia que a Humanidade já enfrentou nos últimos 102 anos, desde a gripe “espanhola” (1918-1919).
Um amigo, conhecido por sua prudência e bom senso, confiando em meus conhecimentos psiquiátricos, perguntou ao telefone:
“O que é transtorno de personalidade limítrofe?”
Na televisão, disse ele, um apresentador falou, como se fosse algo evidente, que Bolsonaro tinha “transtorno de personalidade limítrofe”.
Em suma, passamos a uma fase onde se discute o diagnóstico de Bolsonaro – e não a sua incapacidade para exercer a Presidência. Esta passou a ser indiscutível. E com toda razão.
Já voltaremos à pergunta do meu amigo. Verdade é que ninguém precisa ser psiquiatra para identificar um desequilibrado. Sobretudo um do tipo de Bolsonaro. Pode demorar um pouco, mas o sujeito acaba se revelando até para aqueles de excessiva boa fé. Nesse caso, até que demorou pouco.
Mas, se qualquer um, em princípio, pode identificar um desequilibrado, realmente, são os psiquiatras que estão encarregados, pela sociedade, de identificar os diagnósticos desses desequilibrados.
Portanto, vamos à essa tarefa.
QUIMERA
Se Bolsonaro fosse presidente de um time de futebol de várzea – com todo respeito aos futebolistas de várzea – não haveria problemas nessas declarações, exceto a consequente má fama por ignorante, estúpido e irresponsável. Seria apenas necessário que ninguém se aproximasse dessa besta. Ficaria com fama de imbecil – aliás, justa – e talvez pegasse a Covid-19, o que também seria muito justo.
Afinal, tem gente que até hoje acredita que Lampião não morreu e foi morar em Madureira, na casa vizinha à do Elvis Presley, e nem por isso são um perigo para a população e para o país.
Mas Bolsonaro é presidente da República.
Bolsonaro, por função, é responsável pela defesa do país e do povo, segundo o próprio juramento, realizado na posse, de “manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro, sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”.
Bem, dirá aquele leitor que gosta sempre de apresentar alguma divergência, nem que seja apenas para “animar o debate”:
Há uma razoável cota de desequilibrados mentais em nossa sociedade. Nenhum deles pode exercer a Presidência?
Depende do desequilíbrio, leitor.
Há mais de 40 anos, lá por 1977, no IPUB (a sigla, que se manteve, quer dizer Instituto de Psiquiatria da Universidade do Brasil, embora a Universidade seja, hoje, a UFRJ), um professor falava das personalidades anormais:
“Psicopata é aquele que faz sofrer a sociedade” – e disse o nome do autor dessa definição, o psiquiatra alemão Kurt Schneider, em 1923.
A definição completa, no livro de Schneider, é mais ampla (“aqueles que sofrem com sua anormalidade ou que [devido a essa anormalidade] fazem sofrer a sociedade”), mas não é por acaso que somente me lembro, daquele dia, da segunda parte.
Pois, sofrer com uma “anormalidade” é coisa que parece corriqueira para os membros da espécie humana.
O que não é nada corriqueiro é “fazer sofrer a sociedade”. Ou seja, fazer os outros sofrerem, fazer o próximo – para usar um termo evangélico – sofrer, em outros termos, agredir a própria base da existência humana, a sociabilidade.
Portanto, aí está a resposta ao leitor com vocação para Advogado do Diabo: o presidente da República não pode ser alguém que “faz sofrer a sociedade”, alguém cujo único objetivo é, precisamente, fazer a sociedade – o país, o povo – sofrer.
Para esse tipo de desequilibrado, governo é o poder absoluto para oprimir, para o sadismo, sem consideração para com ninguém – exceto para com alguns tentáculos de si mesmo, estilo Eduardo ou Carlos Bolsonaro, ou nem isso.
Se não deixarem esse elemento fazer o que quiser – e já mencionamos o que quer – ele acha que o estão impedindo de governar.
Esse tipo de desequilibrado acha que deve ter poder absoluto até para matar – aliás, mandar matar – torturar e despejar baldes de sangue (dos outros, é claro) sobre o país – sem respeito à lei alguma, à instituição alguma, porque as leis e as instituições condensam, exatamente, as pessoas e as relações entre elas. Isto é, são condensações da sociedade, daquilo que chamamos civilização, daquilo que nos permitiu sobreviver, ao contrário dos Neanderthais, que foram extintos.
Bolsonaro sempre esteve imerso nessa quimera sinistra. Apesar de mentiroso crônico, se algo falou de verdade foi a sua profissão de fé na tortura e no assassinato.
É isso o que se chama “fazer sofrer a sociedade”.
A única surpresa, no momento atual, é que ele tenha tentado fazer a sociedade sofrer através do coronavírus, através de deixar o país sem defesa, através de não fazer nada contra o coronavírus.
Mas, aí, a surpresa é o próprio coronavírus e sua epidemia. Quanto a Bolsonaro, é aquela penúria espiritual que alguns grandes psiquiatras do passado apontaram nesse tipo de indivíduo. Por exemplo: existe dúvida de que Bolsonaro quer fazer com a Câmara, com o Senado e com o STF a mesma coisa que fez com o COAF, quando este detectou as movimentações ilícitas de seu filho, Flávio, de seu capanga, Fabrício Queiroz, e dele mesmo, através da conta de sua mulher?
LIMÍTROFE
O impressionante, realmente, é como todos falam que temos um desequilibrado mental na Presidência: nas TVs, nas rádios, nos jornais, na Internet – e só não está sendo assunto nas esquinas e botequins, porque o coronavírus não está permitindo muitas conversas presenciais.
Nem Collor de Mello motivou essa quase unanimidade (que somente não é unanimidade porque Bolsonaro – e alguns do seu círculo íntimo, quer dizer, familiar, assim como alguns cupinchas – não se deve achar doido, aliás, como todo doido).
E, leitores, lembremos: Collor não foi retirado da Presidência porque era maluco ou psicopata, mas porque era corrupto.
É fácil perceber por que o apresentador da TV, a que nos referimos – ou de quem ele ouviu tal coisa – chegou à conclusão de que Bolsonaro é portador de Transtorno de Personalidade Limítrofe.
Porque a personalidade “limítrofe” ou “borderline” (o quadro foi descrito por psiquiatras dos EUA) caracteriza-se pela impulsividade – ou, para ser mais preciso, a impulsividade é a característica que aparece mais, na personalidade limítrofe.
Nas palavras da Bíblia dos psiquiatras norte-americanos:
“[O Transtorno de Personalidade Limítrofe é] um padrão generalizado de instabilidade dos relacionamentos interpessoais, auto-imagem e afetos, e impulsividade acentuada” (cf. Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders V, APA, Arlington, VA, 2013, p. 663).
Parece, realmente, a cara de Bolsonaro.
Assim como outros critérios do mesmo manual, para o mesmo quadro:
- “esforços frenéticos para evitar um abandono real ou imaginário”;
- “um padrão de relacionamentos interpessoais instáveis e intensos, caracterizado por alternância entre extremos de idealização e desvalorização”;
- “perturbação da identidade: auto-imagem acentuada e persistentemente instável”;
- “instabilidade afetiva devido a uma acentuada reatividade do humor”;
- “raiva inadequada e intensa ou dificuldade para controlar a raiva”;
- “ideação paranoide transitória relacionada ao estresse” (idem, ibidem).
Não é preciso ser psiquiatra para perceber semelhanças com a conduta de Bolsonaro.
OUTRO TRANSTORNO
Entretanto, um diagnóstico somente pode ser fechado quando se mostra, também, sua diferença em relação a outros quadros psiquiátricos.
E, nesse caso, existe outro “transtorno de personalidade” que nos parece mais próximo dos atos e palavras de Bolsonaro.
Esse “transtorno” é definido como:
“Um padrão generalizado de desrespeito e violação dos direitos de outras pessoas” (idem, p. 659).
São necessários três dos seguintes critérios, para fechar o diagnóstico:
- “fracasso em cumprir normas sociais que dizem respeito à lei;
- “falsidade, verificada por mentiras repetidas, uso de pseudônimos ou enganar outras pessoas para lucro ou prazer pessoal;
- “impulsividade ou fracasso de fazer planos à frente;
- “irritabilidade e agressividade, como indicado por repetidas brigas ou agressões físicas;
- “imprudência pela sua segurança ou de outros;
- “irresponsabilidade continuada, como indicado por repetidas falhas em manter um comportamento consistente no trabalho ou em honrar obrigações financeiras;
- “ausência de remorso, indicado por ser indiferente ou racionalizar ter ferido, maltratado ou roubado outras pessoas.”
O nome desse “transtorno”, leitor, é Transtorno de Personalidade Antissocial (“Antisocial Personality Disorder”).
O que é mais verídico também de outro ponto de vista: os pacientes com “Transtorno de Personalidade Limítrofe” são, antes de tudo, sofredores que, geralmente, ferem a si próprios, têm a si próprios como vítimas.
Já os que apresentam “Transtorno de Personalidade Antissocial” são, antes de tudo, causadores de sofrimento em outras pessoas.
Aliás, é isso que define o quadro (“Um padrão generalizado de desrespeito e violação dos direitos de outras pessoas”).
Existe algo mais incompatível com a Presidência da República?
(*) Médico, psiquiatra, turma de 1977 da Faculdade de Medicina da UFRJ, especialista pela Associação Brasileira de Psiquiatria.
Repercute na mídia o agravamento da insanidade de Jair Messias Bolsonaro
Por Hora do Povo Publicado em 9 de janeiro de 2021
Manchetes e editoriais, como “Pede para sair”, da IstoÉ, e “Será que enlouqueceu?”, da Crusoé, levantam questionamentos se Bolsonaro está em condições mentais de seguir conduzindo o governo
As últimas falas de Bolsonaro sobre a pandemia da Covid-19, insistindo em atacar as medidas de proteção recomendadas pelos médicos, de desestimular o uso das vacinas, de revelar uma indiferença desconcertante com a desgraça de mais de 200 mil famílias que perderam seus entes queridos para o vírus e, mais recentemente, o apoio incondicional dado por ele ao desatino fascista de Donald Trump, fizeram a opinião pública brasileira atentar para o nível de insanidade de Jair Messias Bolsonaro, e para os riscos que isso representa ao país.
Este alerta ficou estampado nas manchetes e editoriais dos principais veículos de informação do país neste final de semana.
Os brasileiros estão se perguntando como pode um chefe de governo falar tanta besteira, demonstrar tanto desrespeito, tanto desconhecimento. “Pede pra sair”, publicou na capa a revista IstoÉ. “Ao declarar que “o Brasil está quebrado e que não pode fazer nada”, Jair Bolsonaro reconhece que não sabe como lidar com as crises que se agravam em 2021. Após a confissão de impotência, ele deveria renunciar”, prosseguiu a revista semanal.
As demais revistas também abordam em suas reportagens de capa as últimas declarações do presidente Jair Bolsonaro. A CartaCapital afirma que Bolsonaro está sem rumo. “O país não tem um plano de imunização, mas vive como se a pandemia estivesse controlada”, diz um de seus títulos. E arremata com a frase de Bolsonaro: “o Brasil quebrou e não posso fazer nada”.
A Veja mostrou o “Ataque de Bárbaros”, nos EUA, com os detalhes do show de horrores de Trump, apoiado por Jair Bolsonaro. A Crusoé pergunta se ele enlouqueceu. “Ao afirmar que o país está quebrado, Bolsonaro rasga dinheiro. Ao ordenar a suspensão da compra de seringas ele de novo brinca com a vida dos brasileiros”, diz a revista.
EDITORIAL DO ESTADÃO
Em editorial, o Estadão afirma que o país está sem governo e pede urgentemente um ministro da Saúde. Eduardo Pazuello, o general indicado por Bolsonaro para ocupar o cargo, é literalmente um pau-mandado do negacionismo bolsonarista. Ele mesmo diz que o chefe manda e ele obedece.
Cobrado pela paralisia do governo, fato que está colocando em risco a vida dos brasileiros, ele resolveu atacar a imprensa. “Os meios de comunicação, os senhores e as senhoras (referindo-se aos jornalistas presentes no pronunciamento), comuniquem os fatos. Me mostrem quando um brasileiro delegou aos redatores a interpretação dos fatos. Eu não vi. Nós não queremos a interpretação dos senhores, a tendência ideológica ou a bandeira. Quero assistir à notícia e ver o fato que aconteceu. Deixem a interpretação para o povo brasileiro, para cada um de nós”, disse o ministro da Saúde.
“Em vez de se arvorar em consciência crítica da imprensa brasileira, faria melhor o intendente Eduardo Pazuello se trabalhasse como se espera de um ministro da Saúde no curso de uma crise sanitária que já matou mais de 200 mil de seus concidadãos. Informação correta para nortear a atuação do poder público não falta. A bem da verdade, nunca faltou”, diz um trecho do editorial.
“O que anda em falta é coragem ao ministro para atuar de acordo com os dados científicos à disposição do governo para pôr fim a este descalabro que é a condução da pandemia no âmbito federal. O ministro Pazuello prefere ignorar os fatos e adular cegamente o seu chefe, o presidente Jair Bolsonaro, um convicto negacionista da tragédia e sabotador das medidas de contenção ao espalhamento do novo coronavírus. Afinal, como já dissera, ‘um manda, o outro obedece, é simples assim’. E não têm faltado cabotinos para obedecer”, prossegue o jornal.
DESGASTE NOS MEIOS JURÍDICOS
Seguindo na trilha da mídia, as principais autoridades do Legislativo e do Judiciário foram contundentes em suas críticas às últimas falas de Bolsonaro. O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Luís Roberto Barroso, condenou as ameaças feitas pelo presidente que disse que “se não for voto impresso em 2022, vai ser pior que nos EUA”.
“Uma importante lição da história é a de que governantes democráticos desejam ordem. Por isso mesmo, não devem fazer acenos para desordens futuras, violência e agressão às instituições”, afirmou o ministro. “A vida institucional não é um palanque e as pessoas devem ser responsáveis pelo que falam”, acrescentou o ministro.
Edson Fachin, outro ministro do Supremo, alertou para as ameaças que representam para a democracia brasileira o apoio dado por Bolsonaro aos desatinos fascistas de Donald Trump.
Por meio de nota, Fachin, que também é vice-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), alertou que “a violência cometida contra o Congresso norte-americano deve colocar em alerta a democracia brasileira”.
“Em outubro de 2022 o Brasil irá às urnas nas eleições presidenciais. Eleições periódicas de acordo com as regras estabelecidas na Constituição e uma Justiça Eleitoral combatendo a desinformação são imprescindíveis para a democracia e para o respeito dos direitos das gerações futuras. Quem desestabiliza a renovação do poder ou que falsamente confronte a integridade das eleições deve ser responsabilizado em um processo público e transparente. A democracia não tem lugar para os que dela abusam”, disse o ministro.
Ricardo Lewandowsk, por sua vez, partiu para a ação e tomou medidas duras diante do comportamento errático do governo.
Ele proibiu o governo de tomar as seringas dos governadores e determinou que o Ministério da Saúde comprove a existência de insumos à vacinação.
O déficit de credibilidade na política do governo federal para o enfrentamento da Covid é tanta que o STF exige que o Planalto prove que está agindo. Não é a primeira vez que o Judiciário, provocado, exige esclarecimentos sobre o plano de ação do governo que só age sob pressão.
Ainda sobre a questão dos insumos à vacina, o ministro Lewandowski não só exige a comprovação das ações do governo. A decisão cautelar que proíbe o Ministério da Saúde de requisitar o estoque de seringas do Estado de São Paulo alerta para a “incúria” do governo federal na execução das medidas contra a pandemia.
Note-se que o Supremo Tribunal Federal já fez questionamento semelhante em relação a ações do governo Bolsonaro nos assuntos da destruição do meio ambiente.
APOIO A TRUMP TROUXE MAIS ISOLAMENTO POLÍTICO
O presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que também alertou para os riscos que representa ao país o apoio de Bolsonaro aos fascistas norte-americanos, acrescentou, neste sábado (9), que Bolsonaro é responsável pelas 200 mil vidas perdidas até agora.
“Você tem culpa”, disse ele, acrescentando que o presidente é “covarde”. A afirmação sobre a covardia foi feita depois que o presidente tentou jogar a culpa pela demora no início da vacinação contra a Covid-19 apenas ao ministro da Saúde, Eduardo Pazuello.
Até Davi Alcolumbre (DEM-AP), presidente do Senado e do Congresso Nacional, aliado de Bolsonaro, desabonou o apoio que ele deu à tentativa de golpe nos EUA.
Ao contrário de Bolsonaro, o senador disse que “as imagens vistas de invasão ao Congresso Nacional americano, na tarde da quarta-feira (6), em uma tentativa clara de insurreição e de desprezo ao resultado das eleições por parte de um grupo, são inaceitáveis em qualquer democracia e merecem o repúdio e a desaprovação de todos os líderes com espírito público e responsabilidade”.
Diversos outros políticos criticaram duramente o apoio de Bolsonaro ao fascismo norte-americano e alertaram para os riscos que isso representa para o Brasil.
“Temos que nos manter vigilantes. [Jair] Bolsonaro é aprendiz e capacho de Trump”, alertou o ex-governador Ciro Gomes (PDT). “É hora do Congresso brasileiro colocar um freio em seus crimes e abrir o processo de impeachment”, concluiu o governador.
“Bolsonaro é um criminoso, está tomando lições com seu mentor. Não deveria nem concluir o mandato. Mas, caso o faça, devemos estar preparados para tudo em 2022”, denunciou o deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), um dos principais líderes do partido no Congresso Nacional.
Na mesma direção se pronunciou o deputado Baleia Rossi, deputado federal (MDB-SP) e candidato da frente ampla a presidente da Câmara dos Deputados.
“São chocantes as cenas da invasão do Congresso nos Estados Unidos por quem não aceita o resultado da eleição. Democracia não se faz na violência. Se faz no debate de ideias, no respeito às diferenças, à vontade do povo e à Constituição”, disse ele. A deputada Gleisi Hoffmann, presidente do PT, disse que “o fato desta quarta-feira (6) nos EUA serve de exemplo para que o Brasil afaste Jair Bolsonaro, que insiste em ter Trump como inspiração”.
Ou seja, cresce na mídia, nos meios políticos e na sociedade, a consciência de que a insanidade de Bolsonaro está tão grave que pode inviabilizar sua permanência à frente do governo.
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