Tutores visitam instituições de ensino

Tutores visitam instituições de ensino

Tutores visitam instituições de ensino estaduais e preocupam gestão escolar

Cpers aponta medida como forma de "fiscalização" do trabalho realizado por servidores

Daiana Garcia

 

Em reunião realizada dia 18/7, entre o Cpers e a Secretaria da Educação do RS, o sindicato reiteirou contrariedade ao projeto

Em reunião realizada dia 18/7, entre o Cpers e a Secretaria da Educação do RS, o sindicato
reiteirou contrariedade ao projeto 

 

O Cpers aponta que, até agora, oito tutores atendem 64 escolas de Guaíba, com previsão de ampliação para 90 escolas. Em Camaquã, outras quatro escolas já receberam os profissionais. O 1ºvice-presidente do Cpers, Alex Saratt, assinala que as funções dos tutores já existem na escola, feitas por supervisores e orientadores; e critica essa sobreposição.

O dirigente diz que o sindicato foi pego de surpresa, sem qualquer comunicação sobre a implementação deste projeto. E acrescenta que a assembleia geral do Cpers aprovou moção de repúdio, e que, durante reunião com a Secretaria da Educação do RS (em 18/7), essa contrariedade à medida foi novamente reiterada.

A diretora geral do 34º Núcleo do Cpers, em Guaíba, Daniela Peretti, questiona a finalidade, do que chama de “fiscalização”. A professora explica que os tutores visitaram escolas da região nos dias 3 e 10/7. Devido à novidade do projeto, ainda não foi definida a periodicidade das visitas desses tutores, mas, segundo o Cpers, a previsão é de que ocorram idas semanais ou quinzenais.

Secretaria da Educação do RS

"Com o intuito de melhorar o processo de ensino e aprendizagem, combater o abandono escolar e diminuir os índices de reprovação na rede estadual de ensino, a Secretaria Estadual da Educação (Seduc) lançou o projeto-piloto da Tutoria Pedagógica. A ação, que ocorre nas regiões de Porto Alegre e Guaíba, é uma estratégia de acompanhamento pedagógico que articula as diretrizes pedagógicas da Seduc com as ações das CRES e das escolas, a partir da perspectiva de fortalecer gestores escolares por meio de um trabalho colaborativo e em parceria com o tutor pedagógico. Este trabalho, até então realizado pelo assessor pedagógico da CRE, continuará sendo realizado pelos servidores da regional com o objetivo de aprofundar uma organização do trabalho que possibilite a aprendizagem com resultados mais efetivos."


FONTE:

https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/ensino/tutores-visitam-institui%C3%A7%C3%B5es-de-ensino-estaduais-e-preocupam-gest%C3%A3o-escolar-1.1068483 

 

 

 

 

Tutores pedagógicos: mais uma prova do autoritarismo e falta de diálogo do governo Leite


Utilizando-se de algumas de suas características mais marcantes, a falta de diálogo com a comunidade escolar e o autoritarismo, o governo Eduardo Leite (PSDB) está impondo o projeto-piloto “Tutores Pedagógicos”, em escolas da região de pelo menos dois Núcleos do CPERS, Guaíba (34º) e Camaquã (42º).

De acordo com relatos das escolas, os tutores são indicados pelas Coordenadorias Regionais de Educação (CRE) e visitam as instituições com uma frequência semanal ou quinzenal.

Como a Secretaria Estadual de Educação (Seduc) não informou oficialmente sobre o projeto, ainda não se sabe como ocorre a atuação desses tutores.

O ingresso destes profissionais nas escolas tem sido comunicado através de reuniões entre as Coordenadorias Regionais de Educação (CRE), diretores e supervisores das escolas.

Conforme relatos recebidos pelo 34º e o 42º Núcleo do Sindicato, até o momento, oito tutores atendem 64 escolas da região da 12ª CRE (Guaíba). O objetivo, já no segundo semestre de 2023, após as férias escolares, é o de ampliar esse número para 90 escolas.

Em Camaquã (42º Núcleo), em pelo menos quatro escolas, já ocorre a atuação dos tutores. São elas: EEEG Francisco Luiz, CE Sete de Setembro, IEE Cônego Luiz Walter Hanquet e EEEF Edilson de Campos.

Para o CPERS, essa é mais uma demonstração do autoritarismo que permeia as ações do governo Eduardo Leite (PSDB), direcionadas à educação. Adotar programas como esse, colocando tutores – sobre os quais se desconhece a formação e os critérios para seleção – para acompanhar a rotina das instituições, de forma totalmente arbitrária, fere brutalmente a autonomia pedagógica e a gestão democrática das escolas.

O Sindicato repudia a iniciativa, visto que deixa claro mais uma investida do governo na vigilância, controle, padronização à revelia da realidade escolar e rebaixamento do papel intelectual dos educadores(as).

Enquanto isso, inúmeras escolas seguem sem orientadores(as) e supervisores(as) escolares. O último concurso realizado para estes cargos foi em 1993.

Uma escola pública, laica e democrática e de cunho social se faz com uma gestão democrática forte e também com orientadores(as) e supervisores(as) para auxiliar na construção do conhecimento e, principalmente, engajados com a comunidade escolar para a qualidade na educação. Estes profissionais não podem ser substituídos por tutores pedagógicos que desconhecem a comunidade onde o alunado está inserido.

É urgente que o governo responda qual o real objetivo dessa ação, quem são esses profissionais colocados nas escolas, como ocorre a seleção e qual o benefício que as escolas públicas do Estado terão com esse projeto.

 

FONTE:

https://cpers.com.br/tutores-pedagogicos-mais-uma-prova-do-autoritarismo-e-falta-de-dialogo-do-governo-leite/ 

 




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