A Copa do Mundo influencia
Uma Copa do Mundo influencia na política brasileira
De quatro em quatro anos, uma pergunta é ressuscitada em círculos políticos, arenas futebolísticas e botecos: o resultado da seleção em uma Copa do Mundo influencia na política brasileira por aumentar um sentimento de orgulho nacional?
O questionamento é recorrente porque as Copas são normalmente encerradas entre os meses de junho e julho, às portas do início da campanha eleitoral, desde 1994, quando os anos do torneio passaram a coincidir com os das eleições. Excepcionalmente, a Copa do Catar foi transferida para o final do ano para evitar as temperaturas escaldantes da pequena ditadura monárquica escravizadora de trabalhadores.
Lula já ganhou um terceiro mandato, fazendo com que Bolsonaro também inaugurasse uma exceção: ele foi o primeiro a perder uma reeleição presidencial.
Em 2022, portanto, o debate não vale para a eleição, mas para o ambiente político. Uma vitória da seleção ajudaria a melhorar o clima em que o próximo governo irá assumir, considerando que o golpismo acampa em portas de quartéis pelo país?
Se considerar o que aconteceu de 1994 até agora, a resposta é não. De uma maneira geral, não há uma relação determinante entre a conquista de uma Copa de futebol masculino e o clima político no Brasil. Pelo menos, não no que diz respeito à manutenção do grupo no poder.
1994: Levamos a Copa realizada nos Estados Unidos. Naquele ano, o ex-chanceler e ex-ministro da economia do governo Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso, foi eleito presidente no primeiro turno.
1998: Perdemos a Copa da França. FHC foi reeleito em cima de Lula.
2002: Ganhamos a Copa do Japão e da Coreia do Sul. Com a derrota de José Serra, o governo FHC não fez seu sucessor. Lula chegou ao poder pela primeira vez.
2006: Perdemos a Copa da Alemanha. Na política, Lula foi reeleito, ganhando de Geraldo Alckmin - que, agora, é seu vice.
2010: Perdemos a Copa da África do Sul. Dilma Rousseff manteve o PT no poder vencendo a disputa sobre José Serra.
2014: Perdemos por um acachapante 7 a 1 em uma Copa realizada aqui no Brasil, que contou com protestos de rua. Dilma foi reeleita, vencendo Aécio Neves.
2018: Perdemos a Copa da Rússia. O candidato do partido do governo Michel Temer, Henrique Meirelles, nem foi para o segundo turno, vencido por Jair Bolsonaro em cima de Fernando Haddad.
(Leia a íntegra do texto no link abaixo)
Resultado do Brasil na Copa do Mundo pode favorecer início do governo Lula?
Leonardo Sakamoto