Água e luz são direitos do povo
Água e luz são direitos do povo: em ato na capital, manifestantes denunciam descaso das gestões Leite e Melo
No início da noite desta quarta-feira (24), centenas de representantes de centrais sindicais, movimentos populares e da sociedade civil se reuniram para um ato, em Porto Alegre, contra os desmandos do governador Eduardo Leite (PSDB) e do prefeito da capital, Sebastião Melo (MDB).
Os participantes denunciaram o descaso dos governos estadual e municipal e as consequências das privatizações que, na última semana, deixaram milhares de famílias com imensas dificuldades devido ao péssimo serviço da CEEE Equatorial, após o temporal que assolou Porto Alegre e Região Metropolitana. A antiga estatal foi vendida a preço de banana pelo governador, com o aval do prefeito, na época deputado estadual.
“Nós queremos luz, nós queremos água e nós queremos voz. Por que queremos voz? Porque hoje, com a privatização da CEEE, nós temos a dificuldade de falarmos e de reclamarmos com a Equatorial o problema da falta de luz e água que estamos vivenciando”, destacou a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer.
A emergência climática, que avança aceleradamente e vem assustando o Rio Grande do Sul nos últimos anos, precisa ser encarada com mais responsabilidade pelos atuais governantes. O 1° vice-presidente do CPERS, Alex Saratt, reforçou que os governantes precisam assumir a responsabilidade pelo caos instaurado no estado.
“Esse ato se soma a uma dezena de outros atos que vêm acontecendo desde a semana passada, denunciando a política de Eduardo Leite e de Melo. O prefeito também é responsável e mostrou sua verdadeira face ao abandonar a cidade e a população.”
Durante a atividade desta quarta, representantes de comunidades afetadas pela falta de energia em Porto Alegre deram relatos emocionados sobre as consequências do descaso dos governantes e da falta de agilidade da empresa privatizada.
“Com essa questão do temporal, tem pessoas há nove dias sem água na comunidade. Estamos aqui para cobrar do Melo: por que nos bairros ricos é rapidamente agilizado o conserto e para gente demora tanto?”, denunciou Lisandra Santos, integrante da Associação de Mulheres Maria da Glória, localizada no Morro da Cruz, na zona leste de Porto Alegre.
A moradora do bairro Farrapos, localizado na zona norte da capital, Ni Terezinha Pereira, apresenta a triste realidade da região: “Nós, moradores do Quarto Distrito, estamos vivendo dias de muita tristeza. Não só pela falta de água e de luz, mas também pelo destelhamento da maioria das casas. Toda vez que chove, enche as nossas casas de água. Então, muitas famílias perderam a sua moradia”.
Após a pressão ao governador Eduardo Leite (PSDB), em frente ao Palácio Piratini, onde os manifestantes exigiram a reestatização da CEEE e denunciaram a possível privatização do DMAE, o ato seguiu em caminhada pelo centro da capital até o Paço Municipal, para deixar um recado ao prefeito Sebastião Melo (MDB).
No encerramento das atividades, a presidente do CPERS, Helenir Aguiar Schürer, relembrou que em 2016, quando a CEEE ainda era um patrimônio do Estado, o RS também sofreu com fortes temporais. Na época, os gaúchos(as) ficaram três dias sem luz, uma diferença gritante diante da ineficiência da atual gestão.
Representando o Sindicato, também participaram da ação o 2° vice-presidente, Edson Garcia, a secretária-geral, Suzana Lauermann, e os diretores Amauri Pereira da Rosa, Juçara Borges, Vera Lessês, Carla Cassais, Cássio Ritter, Sônia Solange Viana e Leonardo Preto.
A crise climática, que se manifesta de maneira devastadora com eventos meteorológicos extremos, torna-se um desafio urgente que exige ação imediata por parte das autoridades. Chega de descaso!
>> Confira, abaixo, o álbum de fotos do ato:
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