Alerta médico sobre Kit Covid

Alerta médico sobre Kit Covid

‘Kit covid’ de Bolsonaro eleva risco de morte, alerta médico

Talis Andrade

 

 

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Diretores de UTIs apontam que uso de cloroquina e ivermectina está associado ao aumento de óbitos de pacientes em estado grave

 

A utilização do chamado ‘kit covid’, propagandeado por mais de um ano por Jair Bolsonaro como tratamento para pacientes infectados pelo vírus da Covid-19, está associado ao aumento do risco de mortes de doentes em estado grave.

Apelidado de modo irresponsável por Bolsonaro e pelo ministro da Saúde Eduardo Pazuello de ‘tratamento precoce’, o kit é composto de hidroxicloroquina e ivermectina, dois medicamentos de uso não recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Para anular a propaganda genocida de Bolsonaro, a Agência de Medicamentos Europeia (EMA) emitiu, em 2021, um comunicado desaconselhando o uso de ivermectina na prevenção e tratamento da doença.

Segundo reportagem da BBC , diretores de UTIs de hospitais constataram que o coquetel tem contribuído, por motivos diferentes, para aumentar os óbitos. “A preocupação maior é com os 15% que desenvolvem a forma grave da doença e acabam vindo para a UTI”, adverte o coordenador da UTI do Hospital do Servidor Público do Estado, em São Paulo, Ederlon Rezende. “É nesses pacientes que os efeitos adversos dessas drogas ocorrem com mais frequência e esses efeitos podem, sim, ter impacto na sobrevida”.

E não é só: o tratamento precoce pode levar o paciente ao óbito também pela demora na internação, resultado da espera do doente pelos efeitos de drogas. Além disso, sustentam médicos intensivistas ouvido pela reportagem, o ‘kit covid’ suga dinheiro público que poderia ir para a compra de medicamentos para intubação e confunde a população com uma mensagem dominante prejudicial ao combate à pandemia.

“Alguns prefeitos distribuíram saquinho com o ‘kit covid’. As pessoas mais crédulas achavam que tomando aquilo não iam pegar covid nunca e demoravam para procurar assistência quando ficavam doentes”, relata Carlos Carvalho, diretor da Divisão de Pneumologia do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em São Paulo, à BBC News.

“Muitos têm sido salvos no Brasil com esse atendimento imediato”, mentiu Bolsonaro no início do mês. E continuou a girar sua roleta russa da morte: ”Neste prédio mesmo (Palácio do Planalto), mais de 200 pessoas contraíram a Covid e quase todas, pelo que eu tenha conhecimento, inclusive eu, buscaram esse tratamento imediato com uma cesta de produtos como a ivermectina, a hidroxicloroquina, a Azitromicina”.

 

 

Transplante de fígado

De acordo com reportagem do Estado de S. Paulo, cinco pacientes que utilizaram os medicamentos em São Paulo foram parar na fila de transplante de fígado. Destes, três morreram por causa de um quadro de hepatite. Entre os efeitos observados por profissionais de saúde estão hemorragias, insuficiência renal e arritmias.

Ainda de acordo com o jornal, dados do Conselho Federal de Farmácia (CFF) apontam que a venda das duas drogas cresceu até 557% em 2021, comparada às vendas do ano anterior.

 

 

 




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