Alfabetização foi mais prejudicada

Alfabetização foi mais prejudicada

Avaliação do MEC aponta que alfabetização foi o ensino mais prejudicado durante a pandemia

34% dos estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental não sabem ler nem palavras separadamente, diz estudo

16/09/2022 - ISABELLA SANDER

Avaliação do MEC aponta que alfabetização foi o ensino mais prejudicado durante a pandemia | GZH

Apresentado nesta sexta-feira (16), o resultado do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) 2021 confirma o que especialistas já vinham prevendo – a alfabetização foi a aprendizagem mais prejudicada de todas durante a pandemia. A pesquisa, que é aplicada a cada dois anos, aponta que o índice de estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental que não sabem ler nem mesmo palavras separadamente aumentou de 15% para 34% entre 2019 e 2021.

Nessa mesma etapa — 2º ano do Ensino Fundamental — o conhecimento em Matemática também sofreu queda, ainda que não tão grande quanto em Língua Portuguesa. O percentual de alunos dessa série que não sabem fazer contas simples, como soma e subtração, cresceu de 16% para 22%.

O RS apresentou proficiência semelhante à média nacional em ambas áreas de conhecimento entre os estudantes do 2º ano do Ensino Fundamental. Nas outras etapas, contudo, ficou acima da média.

Nas turmas do 5º ano do Ensino Fundamental, o conhecimento básico em Língua Portuguesa para essa fase, que envolve, por exemplo, a localização de informações explícitas em textos curtos, não foi alcançado por 28% dos estudantes — em 2019, o índice era de 23%. O percentual de queda foi parecido em Matemática, subindo de 15% para 21% a média de alunos que não conseguem, por exemplo, nomear figuras elementares como o triângulo e o círculo.

Entre os discentes do 9º ano, foi registrado um alto percentual de estudantes no “nível zero”, no qual são encaixados pelo Ministério da Educação (MEC) aqueles que têm habilidades tão básicas que sequer conseguem ser medidas a partir da avaliação entregue para eles responderem. Nessa faixa, em Língua Portuguesa, estão 14,7% dos alunos, contra 14% em 2019. Em Matemática, os participantes em nível zero passaram de 12% para 14%.

No Ensino Médio, quase dois em cada 10 estudantes ficaram no nível zero em relação a conhecimentos em Língua Portuguesa. O percentual de respondentes nos três níveis mais baixos de proficiência, entre os 10 existentes, subiu de 45,8% para 48,5% em dois anos. Em Matemática, os índices foram ainda piores – passaram de 48,4% para 54,1%. Ou seja: a maioria dos alunos dessa etapa não possui os conhecimentos básicos esperados para essa disciplina.

Ideb

Além do Saeb, o MEC também apresentou o resultado do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) 2021, também avaliado a cada dois anos. Nessa nota, que vai de zero a 10, é considerado o desempenho no Saeb e a taxa de aprovação de estudantes. Como nesse período muitas redes de ensino optaram por não reprovar seus alunos, o Ideb deste ano não necessariamente representa a realidade da qualidade de ensino das instituições.

Nos Anos Iniciais — do 1º ao 5º ano do Ensino Fundamental — a média brasileira no Ideb, que era de 5,9, passou para 5,8. No RS, ficou em 6. Há 14,5 milhões de estudantes nessa etapa em todo o Brasil.

Já nos Anos Finais — do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental — a média brasileira no Ideb, que era de 4,9, subiu para 5,1. No RS, ficou em 5,2. Há 12 milhões de alunos nessa fase no país.

Por fim, no Ensino Médio, o Ideb brasileiro permaneceu o mesmo: média de 4,2. No RS, ficou em 4,3. Há 7,8 milhões de pessoas matriculadas nessa etapa no Brasil.

https://gauchazh.clicrbs.com.br/educacao-e-emprego/noticia/2022/09/avaliacao-do-mec-aponta-que-alfabetizacao-foi-o-ensino-mais-prejudicado-durante-a-pandemia-cl84nixb200610179xovha90b.html 

 

 




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