Alunas cobram Eduardo Leite

Alunas cobram Eduardo Leite

ALUNAS COBRAM EDUARDO LEITE PELA EXONERAÇÃO DE PROFESSORA

 

Uma semana após a exoneração pública da professora de História Carla de Moura - por não ter licença concedida pelo governo estadual para cursar o doutorado - ex-alunas da professora cobram resposta do governador Eduardo Leite.

No mesmo dia que a Secretária de Educação Raquel Teixeira anunciou que o governo do estado pagaria bolsas de R$ 300,00 reais para que os professores de português e matemática fizessem um curso de capacitação promovido pela Seduc, Carla de Moura, professora de História da rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul, publicou nas redes sociais seu pedido de exoneração. O motivo do pedido foi a não concessão, pela Secretaria da Educação, de Licença Qualificação Profissional e da Licença para Tratar de Interesse particular para que a professora pudesse cursar o doutorado. O vídeo postado pela rofessora no YouTube teve, até o momento, 39.000 visualizações e gerou manifestações de apoio e de indignação, bem como relatos de situações semelhantes vividas por outros docentes. A Associação Nacional de História –ANPUH e o Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal do Rio Grande do Sul publicaram notas de apoio à professora.

No vídeo a professora pede para que o Governador Eduardo Leite e a Secretária de Educação Raquel Teixeira expliquem como um governo que propõe uma alteração no plano de carreira do magistério, afirmando ser um incentivo à formação continuada de professores, nega a licença para que uma professora possa cursar o doutorado. Até o momento a Secretaria Estadual de Educação não se pronunciou. Foi então que suas ex-alunas, integrantes do Coletivo Candaces, formado a partir das aulas de História da E.E.E.F. Santa Luzia, decidiram também publicar um vídeo em apoio à professora e cobrando uma resposta do governo do estado.

No vídeo publicado pelas estudantes de Ensino Médio, Fernanda Oliveira questiona: “Governador Eduardo Leite, faz uma semana que perdemos uma professora super dedicada e atenciosa com os alunos, que fez pela escola o que seu governo não faz. Tá na hora de reconhecer o trabalho dos professores, não acha governador?” Manoela Teixeira continua a fala da colega: “Por que o seu governo não dá licença para que os professores possam estudar? Por que o senhor não responde a nossa professora?” Ketlin Oliveira, agradece os anos de trabalho da professora e afirma: “A senhora não está sozinha na luta por uma educação pública de qualidade!”. Ana Carolina da Silva e Nathiely Bairros apresentam o Coletivo Candaces e convidam para conhecer o trabalho desenvolvido com a professora Carla de Moura com apoio da disciplina de Estágio em Educação Patrimonial do curso de História da UFRGS: “Quem quiser conhecer nosso trabalho, pode assistir o documentário As Marias da Conceição – Por um Ensino de História Situado no YouTube e seguir o Coletivo Candaces no Instagram”.

A repercussão nacional do vídeo publicado pela professora Carla gerou a mobilização de diversos setores da sociedade: estudantes, professores, comunidade escolar, sindicato, universidades, legislativo e judiciário (o executivo não se pronunciou). Em conjunto, estão organizando um grupo de trabalho para escrever um projeto de lei que torne a licença para formação continuada de professores um direito. Atualmente a concessão de licença é ato discricionário da administração pública e depende da vontade política de quem ocupa o governo estadual.

O Coletivo Candaces trabalha com Cultura e Educação a partir da pesquisa e difusão do Patrimônio da Comunidade da Vila Maria da Conceição em Porto Alegre. O coletivo nasceu nas aulas de História da E.E.E.F. Santa Luzia, a partir do projeto de Educação Patrimonial "O poder da Memória" iniciado em 2012. Em uma primeira etapa, os estudantes realizaram o tombamento simbólico dos bens culturais escolhidos como Patrimônio da Comunidade: a Grutinha da Maria Degolada, a Academia Samba Puro, a Pequena Casa da Criança, as Casas de Religião de Matriz Africana, a Academia do Morro e o Vermelhão. Desde então, realizam a pesquisa histórica destes patrimônios a partir de fontes primárias e depoimentos de História Oral. Divulgam os resultados da investigação através de conferências, oficinas, publicações, construção de materiais pedagógicos, exposição fotográfica e do documentário As Marias da Conceição – Por um Ensino de História Situado.

Apoena da Silva

 

O Coletivo Candaces (@candacescoletivo) formado por ex alunas da Escola Santa Luzia cobram Eduardo Leite por ter negado a licença para a professora Carla de Moura - que acabou se exonerando.

 




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