Alunos pretos e pardos cresce com cotas

Alunos pretos e pardos cresce com cotas

Por Arthur Menicucci, g1 Campinas e Região   

Alunos da Unicamp na fila do bandejão no primeiro dia de aula, em Campinas — Foto: Giuliano Tamura

Alunos da Unicamp na fila do bandejão no primeiro dia de aula, em Campinas
— Foto: Giuliano Tamura

O número de alunos da graduação da Unicamp autodeclarados pretos e pardos cresceu 61,6% entre 2018 e 2022, segundo os dados divulgados pela universidade nesta quinta-feira (21). Neste ano, a instituição soma 20,8 mil estudantes, sendo 5,7 mil negros - o que significa 27,7% do total.

Portanto, a primeira turma de ingressantes com 15% das vagas de graduação reservadas para alunos autodeclarados pretos e pardos foi a de 2019.

No período de 2019 a 2022, já com o programa afirmativo vigente, o crescimento de pretos e pardos entre os alunos de graduação foi de 35,5%. Coordenador de pesquisa da Comissão para os Vestibulares Unicamp (Comvest), Rafael Maia afirma que a política é dinâmica, já que permite que o candidato concorra tanto às vagas de cotas quanto às de ampla concorrência.

"Ela tem se mostrado um mecanismo muito importante para inclusão de jovens negros na universidade, em especial aqueles oriundos de escolas públicas", afirmou o professor, em nota.

Número de estudantes pretos e pardos em cursos de graduação da Unicamp
3.2273.2273.5773.5774.2664.2664.7494.7495.3535.3535.7795.77920172018201920202021202201k2k3k4k5k6k7k
Fonte: Unicamp

 

27,7% do total deste ano

Apesar do crescimento, o número de pretos e pardos matriculados nos cursos de graduação da Universidade Estadual de Campinas representa 27,7% do total de alunos neste ano.

Em 2019, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que indicou que 42,7% dos brasileiros se declararam brancos; 46,8% pardos; 9,4% pretos; e 1,1% amarelos ou indígenas.

Na somatória, 56,2% da população brasileira se declarou preta ou parda.

Ainda que a taxa de participação na Unicamp não seja equivalente ao retrato da população nacional, ela vem crescendo. Em 2018, a universidade registrava 18,7% de estudantes pretos e pardos na graduação. No ano seguinte, o primeiro com os resultados da política de cotas, o índice subiu para 22,2%.

Também em nota, o pró-reitor de graduação, Ivan Toro, ressaltou que, além das cotas, as universidades também precisam pensar na política de permanência para que a taxa e evasão não seja alta.

"A inclusão só acontece se conseguirmos manter o aluno aqui. Imagine como pode ser ruim se ele se vê obrigado a abandonar o curso um ou dois anos depois", informou.

A universidade lista a moradia, a concessão de bolsas e "em alguns casos, computadores ou tablets para os alunos mais vulneráveis do ponto de vista econômico" como medidas para garantir a permanência estudantil.

 

https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/educacao/noticia/2022/07/21/com-cotas-numero-de-alunos-pretos-e-pardos-cresce-616percent-em-4-anos-na-unicamp-mas-e-menos-de-um-terco-do-total-da-graduacao.ghtml 




ONLINE
166