Ameaça à luta contra o coronavírus
Bolsonaro é ameaça à luta contra o coronavírus no Brasil, diz revista médica
Para a Lancet, o presidente brasileiro está mais empenhado em uma guerra contra a ciência do que contra à covid-19
Em editorial publicado nesta quinta-feira, 7, prestigiada revista médica britânica The Lancet diz que a maior ameaça à resposta do Brasil ao novo coronavírus é o presidente Jair Bolsonaro. Para a publicação, o presidente brasileiro está mais empenhado em uma guerra contra a ciência do que contra à covid-19.
Com título “Covid-19 in Brazil: so what?” (“Covid-19 no Brasil: e daí?”), fazendo referência a uma fala recente do presidente sobre o aumento de mortes no país, o editorial diz que Bolsonaro não só “semeia confusão, desprezando e desencorajando abertamente as medidas de distanciamento físico e confinamento” como também “perdeu dois importantes e influentes ministros nas três últimas semanas” [Luiz Henrique Mandetta (Saúde) e Sergio Moro (Justiça)], numa desorganização com consequências fatais que também indicaria a erosão moral de sua liderança.
Em entrevista à Folha, o médico e editor da Lancet, Richard Horton, disse que “a política criada por Bolsonaro pode ser chamada de uma guerra contra a ciência, e ela colocou o Brasil numa situação de grande risco”.
“O Brasil tem alguns dos melhores cientistas e pesquisadores do mundo, e o governo precisa ouvir esses profissionais e confiar neles”, disse Horton.
Esta é a segunda vez que a revista critica a postura de Bolsonaro diante da pandemia. No editorial anterior, porém, a cobrança foi bem mais suave. Em 27 de março, em meio a uma análise de outros líderes mundiais, foi dito que o presidente enfrentava “uma reação pública crescente pelo que é visto como sua fraca resposta”.
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Bolsonaro é maior ameaça à luta contra Covid-19 no Brasil, diz The Lancet
A revista médica britânica, uma das conceituadas publicações da área, afirma que, se não mudar o rumo drasticamente, o presidente pode ser o próximo a cair
A revista médica britânica The Lancet, uma das mais conceituadas publicações da área, apontou nesta sexta-feira, 8, que o presidente Jair Bolsonaro é a “maior ameaça” à luta contra o coronavírus no Brasil. Em editorial, criticou a “desordem no coração do governo” e afirmou que a mais alta autoridade do país precisa demonstrar liderança para enfrentar a crise de saúde pública em curso.
O Ministério da Saúde registrou 9.897 novos casos do novo coronavírus e 751 mortes nesta sexta-feira. Isso elevou o total de casos confirmados no Brasil para 145.328 e as mortes para 9.897, o que coloca a nação entre as que registram maior mortalidade do mundo. Segundo levantamento da Johns Hopkins University, de Washington, o Brasil é o oitavo país com mais pessoas infectadas e o sexto com maio número de óbitos causado pela Covid-19, doença causada pelo coronavírus.
Além das dificuldades óbvias do Brasil – como cidades com alta densidade populacional e favelas, onde medidas de distanciamento social e de higiene são limitadas – a Lancet destacou a desconsideração e o desrespeito às restrições recomendáveis no combate ao coronavírus por Bolsonaro como um dos maiores problemas da resposta do país à pandemia. Suas atitudes, segundo a revista, despertam confusão na população.
De acordo com a revista médica, Bolsonaro está cada vez mais enfraquecido, principalmente após a crise política causada pela demissão do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e a renúncia do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. A Lancet cita que Mandetta foi exonerado depois de criticar Bolsonaro e pedir por unidade na resposta do governo durante uma entrevista.
A revista médica britânica The Lancet, uma das mais conceituadas publicações da área, apontou nesta sexta-feira, 8, que o presidente Jair Bolsonaro é a “maior ameaça” à luta contra o coronavírus no Brasil. Em editorial, criticou a “desordem no coração do governo” e afirmou que a mais alta autoridade do país precisa demonstrar liderança para enfrentar a crise de saúde pública em curso.
O Ministério da Saúde registrou 9.897 novos casos do novo coronavírus e 751 mortes nesta sexta-feira. Isso elevou o total de casos confirmados no Brasil para 145.328 e as mortes para 9.897, o que coloca a nação entre as que registram maior mortalidade do mundo. Segundo levantamento da Johns Hopkins University, de Washington, o Brasil é o oitavo país com mais pessoas infectadas e o sexto com maio número de óbitos causado pela Covid-19, doença causada pelo coronavírus.
Além das dificuldades óbvias do Brasil – como cidades com alta densidade populacional e favelas, onde medidas de distanciamento social e de higiene são limitadas – a Lancet destacou a desconsideração e o desrespeito às restrições recomendáveis no combate ao coronavírus por Bolsonaro como um dos maiores problemas da resposta do país à pandemia. Suas atitudes, segundo a revista, despertam confusão na população.
De acordo com a revista médica, Bolsonaro está cada vez mais enfraquecido, principalmente após a crise política causada pela demissão do ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta e a renúncia do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. A Lancet cita que Mandetta foi exonerado depois de criticar Bolsonaro e pedir por unidade na resposta do governo durante uma entrevista.
“Essa desordem no coração do governo é uma distração mortal no meio de uma emergência de saúde pública e também é um forte sinal de que a liderança do Brasil perdeu sua bússola moral, se é que alguma vez a teve”, disse o editorial da revista, fundada em 1823 no Reino Unido.
Além disso, um relatório da universidade britânica Imperial College London publicado nesta sexta-feira mostrou que “a epidemia ainda não está controlada e continuará a crescer” no Brasil, em contraste com partes da Europa e da Ásia, onde bloqueios nacionais limitaram a disseminação do vírus. Segundo o estudo, dentre os 58 países analisados, o Brasil é o que tem maior índice de transmissão, de 2,81. A crise é considerada sob controle quando o índice mantém-se abaixo de 1.
“A liderança no mais alto nível do governo é crucial para rapidamente evitar o pior resultado dessa pandemia, como é evidente em outros países”, afirma o editorial.
A Lancet também chama atenção para as comunidades indígenas, sob “grave ameaça” mesmo antes do surto de coronavírus, devido à mineração e extração ilegal de madeira na floresta amazônica. A revista cita a comunidade científica brasileira como uma “esperança”, realizando pesquisas, lançando manifestos e fabricando equipamentos de proteção pessoal (PPI).
Contudo, reforça a necessidade de união sob uma figura forte de liderança.
Na semana passada, quando perguntado sobre o número recorde de mortes por coronavírus no Brasil, Bolsonaro disse: “E daí? Sinto muito, mas o que você quer que eu faça?”
Para a Lancet, “o Brasil como país deve se unir para dar uma resposta clara ao ‘E daí?’ de seu presidente”. “Ele precisa mudar drasticamente o curso, ou deve ser o próximo a cair”.