Apoio a educação sexual
Maioria dos brasileiros apoiam educação sexual e discussão política nas escolas, diz Datafolha
Mais de 2 mil pessoas em 130 municípios foram entrevistadas pelo instituto.
Alunos durante aula na Universidade Estadual do Rio de Janeiro em 2017. Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
O Instituto Datafolha publicou nesta segunda (7) uma pesquisa sobre a opinião da população brasileira sobre educação sexual e discussões políticas nas escolas. Foram 2077 entrevistados em 130 municípios, e o resultado revelou que a maioria é a favor da inclusão desses temas na sala de aula.
A possibilidade de discutir educação sexual e política em escolas tem sido uma das pautas mais turbulentas nos últimos quatro anos entre ativistas, políticos e a sociedade brasileira. Movimentos que até então eram pequenos, como o Escola Sem Partido, ganharam destaque no cenário político especialmente após as eleições de 2018 que elegeu o presidente Jair Bolsonaro e diversos parlamentares simpatizantes ao movimento que prega um suposto fim da ideologia de esquerda na educação pública do país.
Nesta mesma seara, a bancada evangélica também começou a protestar pelo fim da "ideologia de gênero" nas escolas, pegando carona nos boatos dos "kit gays" e outras mentiras que supostamente estariam influenciado negativamente crianças e adolescentes. Com a eleição de Bolsonaro, que inclusive endossa o discurso contra a suposta doutrinação nas escolas brasileiras, os tópicos estão cada vez mais relevantes.
No entanto, o brasileiro permanece favorável à discussão sobre sexo e política nas escolas. De acordo com a pesquisa, 71% apoiam a discussão de temas políticos na sala de aula, seguidos de 54% que apoiam totalmente a discussão. Dos 28% que não apoiam a discussão do tema nas salas de aula, 20% diz discordar totalmente e 8% discorda em partes. Esse tópico foi o que causou menos discordância entre os entrevistados, especialmente entre grupos com maior nível de escolaridade. 83% dos entrevistados com nível superior apoia a discussão.
O apoio à educação sexual não foi tão pacífico, mostrando que a discussão ainda divide brasileiros, especialmente se ela deve ser mantida apenas no ambiente familiar ou levada nas escolas em campanhas de conscientizações e na própria grade escolar. 35% dos entrevistados apoiam a discussão na sala de aula contra 35% que discordam completamente. Os que discordam da questão da educação sexual nas escolas, segundo a pesquisa, são eleitores de Jair Bolsonaro (54%) e evangélicos (53%).