Após reforma do IPE Saúde
Após reforma do IPE Saúde, governo Leite abre novo ciclo para restante do mandato
Com mudanças administrativas concluídas e privatização da Corsan encaminhada , Palácio Piratini terá os investimentos e a qualificação da educação como objetivos prioritários.
25/6/2023
O jornalista Carlos Rollsing colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço
A aprovação da reforma do IPE Saúde na Assembleia, principal tema do Palácio Piratini no primeiro semestre de 2023, pode ser considerada o fecho simbólico do ciclo de mudanças nas estruturas do setor público promovidas pelo governador Eduardo Leite. Em outro vértice, o conjunto de grandes privatizações, como as da CEEE e Sulgás, está quase concluído, restando discussões jurídicas para a transferência do controle acionário da Corsan.
Faltando mais de três anos para o fim do mandato de Leite, os desenlaces abrem uma nova etapa no Palácio Piratini. O chefe da Casa Civil, Artur Lemos, assevera que o foco será a qualificação e os investimentos em educação, o que foi prometido na campanha. Lemos diz que a prioridade é dar andamento às obras de recuperação das escolas, combater a evasão e apostar em políticas de qualificação do professor.
Nas tarefas imediatas, Lemos menciona que Leite se dedicará às articulações da reforma tributária que será votada em nível federal. O governo gaúcho tem insistido na tese de que os Estados precisam de igualdade nas relações fiscais.
A leitura é de que benefícios em excesso a regiões como Norte e Nordeste estão deixando outros Estados menos competitivos para atrair investimentos. A ideia de que Sul e Sudeste são regiões prósperas e podem arcar com realidades mais onerosas não se sustenta nos dias atuais, entende o Piratini. Na semana que vem, Leite e outros governadores do Sul e do Sudeste se reunirão com as bancadas federais dos Estados para debater uma estratégia conjunta na discussão da reforma tributária.
Na mesma seara, o Piratini tem entre seus eixos prioritários o desenvolvimento econômico e a criação de ambiente favorável de negócios. A atração de investimentos em energia renovável e indústria química está no radar. Na saúde, o chefe da Casa Civil aponta que o objetivo central é colocar em dia os procedimentos e cirurgias eletivas, ainda acumulados em decorrência da pandemia de coronavírus. Articular com a União a correção da tabela do SUS, referência pela qual o governo federal paga os hospitais por atendimentos, é outra meta.
Novas parcerias com a iniciativa privada serão buscadas, algumas delas para editais que deram desertos no primeiro mandato. É o caso das concessões do Cais Mauá e do Jardim Botânico, em Porto Alegre, que serão relançadas pelo governo. Lemos ainda destaca que o Piratini lançou uma manifestação de interesse privado para prospectar a retomada da loteria estadual, com operação exclusiva pelo setor empresarial.