Armações Políticas
ARMAÇÕES POLÍTICAS EM 13 TÓPICOS
03/10/2022
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O atentado da Rua Toneleros, em 1954, foi cometido por supostos capangas do presidente Getúlio Vargas para eliminar Carlos Lacerda, seu principal adversário, mas quem morreu foi o major Rubens Vaz, da Aeronáutica, que estava na companhia do “Corvo”, como Lacerda era conhecido, que saiu em todas as televisões, revistas e jornais apenas com um pé enfaixado. A pressão dos militares e da mídia canalha acusando o governo de “um mar de lama” foi tão grande que Vargas cometeu suicídio em 24.08.1954. Para desgosto dos golpistas, o corpo do presidente Vargas foi levado para o aeroporto no Rio de Janeiro, a capital federal, com destino São Borja (RS) por “UM MAR DE GENTE”. Eis a pergunta até agora não respondida: quem designou o major Rubens Vaz (que ganhou até o nome de uma rua no bairro do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro) para ser guarda-costas de Carlos Lacerda, então deputado federal pela UDN, que pariu as Arenas 1 e 2 do regime militar instalado com o golpe de 31.03.1964, que geraram o PDS, que deu à luz o PFL, que acabou criando o DEM, e por que os autores do atentado só feriram “o Corvo” apenas no pé?
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Na onda da guerra fria, os militares, sempre a mando dos Estados Unidos, depuseram o presidente Jango Goulart em 31.03.1964, quando a inflação já começava a galopar a 58% ao ano, e foi reduzida artificialmente para zero logo em seguida.
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Duas bombas explodiram ao lado do imenso salão do Rio Centro, onde se realizava oshow da véspera do 1º de Maio, em 1981. A terceira bomba, de maior teor, explodiu no colo de um dos terroristas, todos oficiais das Forças Armadas. O plano deles era botar a culpa nos opositores da ditadura militar.
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Apesar de ter criado o FGTS, investido pesado em educação, ciência, tecnologia, telecomunicações, energia, habitação, saneamento básico, abastecimento de água, transportes e feito do Brasil o 2º maior construtor naval do planeta e exportador de produtos industriais e de grandes obras de engenharia, e respeitado os direitos dos trabalhadores, o regime militar, em virtude de haver haver aumentado consideravelmente sua dívida externa para financiar grande parte desses projetos, foi golpeado pelas altas violentas no preço do petróleo e nas taxas de juros sobre o dólar americano, a par da ação dos aproveitadores do regime, acabou deixando uma inflação de 110% em 1984, quando a presidência da República foi entregue aos civis.
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Tendo assumido a presidência da República em 1985, com a morte súbita de Tancredo Neves antes de tomar posse no cargo, José Sarney reduziu artificialmente a inflação para zero no início de seu mandato e dois anos depois, porém, ao final de seu governo, em 1989, a inflação já voava a 85% ao mês e o senador Fernando Henrique Cardoso (PMDB-SP) pugnava pela criação do gatilho diário no reajuste dos salários.
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No debate da TV-Globo na véspera do segundo turno da eleição presidencial de 1989, o candidato Fernando Collor de Mello (PMDB-AL) se valeu de uma declaração falsa de Mirian Cordeiro segundo a qual o candidato Luiz Inácio Lula da Silva a teria mandado abortar Lurian, que anos mais tarde desmentiu a declaração. Collor foi eleito e reduziu a inflação para zero mediante a limitação dos saques e transferências bancárias a 20%, porém, ao ser destituído por corrupção, em 1993, deixou uma inflação de 1.100% ao ano.
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O governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), criador do Plano Real, iniciado em 1995, também começou com inflação zero e dólar ao par com real, porém, ao invés de zerar a dívida pública com a venda de grande parte do patrimônio público, fê-la multiplicar-se por onze, elevou dramaticamente o custo Brasil, por falta de investimentos públicos e por causa de taxas de juros escorchantes, chegou ao fim, em 31.03.2002 com taxas de desemprego e de inflação em 12,5%, juros de 24,5% sobre a dívida pública, o dólar a R$ 3,20, uma dramática escassez de reservas cambiais e fuga de capitais e uma humilhante dependência dos bancos internacionais e do FMI.
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Às vésperas das eleições de 2002, integrantes do PT foram falsamente acusados de terem sequestrado o empresário Abílio Diniz, mas a farsa foi desmascarada logo depois e Lula foi eleito presidente da República.
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Ao contrário do que se esperava, Lula nomeou para presidir o Banco Central o banqueiro Henrique Meirelles, gerente geral do BankBoston nos Estados. Ao invés de reduzir artificialmente a inflação para zero, Lula preferiu reduzi-la juntamente com as taxas de juros sobre a dívida pública e do dólar, passo a passo com a geração de superávits primários, a erradicação da fome, a criação de milhões de empregos e muitos investimentos em transportes, energia, telecomunicações, educação, ciência, tecnologia, cultura, abastecimento de água, saneamento básico, segurança, reequipamento das Forças Armadas, habitação e saúde.
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Em 2006, o deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), integrante da tropa de choque do governo de Fernando Collor, criou o termo “mensalão” para designar o esquema de compra de votos de deputados e senadores para aprovação de projetos de interesse do PT, só que essa compra tinha ocorrido no governo de FHC, para emendar a Constituição Federal e possibilitar-lhe a reeleição em 1998, conforme denunciado e comprovado pelo senador Pedro Simon (PMDB-RS). Apesar da massiva campanha difamatória contra Lula e o PT, inclusive como mandantes do assassinado do prefeito petista Celso Daniel, de Santo André (SP), Lula foi reeleito.
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Em campanha para presidente da República em 2010, José Serra (PSDB) se fez passar por vítima de um atentado e foi parar no hospital. A farsa foi desmascarada poucos dias depois, quando se comprovou que ele tinha sido atingido apenas por uma bolinha de papel que não deixou nenhuma marca em sua careca. Dilma Rousseff foi eleita presidente da República e deu continuidade à exitosa política do governo de Lula. Em junho de 2013, quando a dívida pública já havia sido reduzida substancialmente, e as taxas de desemprego, de inflação, básica de juros e do dólar já haviam caído para 5%, 4,5%, 7,25% e R$ 2,20, respectivamente, a presidenta Dilma foi grampeada pelos serviços secretos dos Estados Unidos. Ela botou a boca no trombone, valendo-se de sua posição de mulher mais influente do planeta e da 6ª posição do Brasil já era a 6ª entre as maiores economias do planeta e do avanço do BRICS (grupo de países formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) rumo à criação de um banco e de uma moeda para, a exemplo da União Europeia, contrapor a influência do dólar americano no economia e na geopolítica dos Estados Unidos.
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Apesar de reeleita em 2014, a presidenta Dilma Rousseff não conseguiu governar, por obra e graça dos golpistas monitorados pelos Estados Unidos, e acabou sendo destituída sem provas, e foi assim que o Brasil começou a descarrilar novamente, tendo, por conseguinte, se tornado fácil a eleição de Jair Bolsonaro para presidente da República em 2018, ainda mais com o suposto atentado por ele sofrido a menos de um mês das eleições. A propósito, recebi a seguinte mensagem:
Caro Boanerges, boa noite. Inicialmente, peço-lhe desculpas por ter enviado ao Sr. uma mensagem em particular. Não mais o farei. Por certo, não há evidentemente nenhum problema em divulgá-la, mas o objetivo da missiva ser em particular deve-se ao fato de eu tentar não gerar uma polêmica desnecessária. Na mensagem, que todos podem ver mais abaixo, eu apenas ponderava sobre o fato de ser de Juiz de Fora e conhecer a Santa Casa de lá. Apenas isso. Não fazia juízo de valor deste ou daquele candidato. Por absoluta falta de tempo, os desdobramentos, a apresentação dos vídeos, etc., respeitosamente eu deixo com o Sr., como o Sr. desejar. Cordialmente, Evandro G. Lorentz.
Vejam minha resposta:
Prezado Sr. Evandro G. Lorentz.
Recebi mais de dez vídeos feitos por diferentes pessoas, sob diversos ângulos nos quais não ficou evidente a consumação da tal facada que teria recebido o capitão Jair Bolsonaro em Juiz de Fora (MG) no dia 6 de setembro de 2018. Até hoje, as perguntas que fiz na ocasião não foram respondidas por quem acha que de fato Adélio perfurou o abdômen do capitão Jair, a saber: 1) por que os agentes da Polícia Federal, que tinham a obrigação de proteger esse candidato da presidente da República, deixaram Adélio se aproximar desse candidato? 2) por que esse candidato não estava usando o colete à prova de balas nesse ato? 3) por que a camisa da Seleção Brasileira que esse candidato estava usando nesse ato não foi exibida para mostrar se realmente foi perfurada e se nela tinha restado uma mancha de sangue? 4) por que Adélio frequentou uma academia de tiro ao alvo em Santa Catarina juntamente com um dos filhos do capitão Jair preferiu usar uma faca ao invés de um revólver, já que tinha tanta certeza de que nada o impediria de chegar tão perto do capitão Jair? 5) qual foi a explicação dada pela Polícia Federal por tamanha negligência? Fica, portanto, a seu critério, Sr. Evandro G. Lorentz, responder a essas perguntas e postá-las para pelo menos menos os demais destinatários desta mensagem.
Boanerges de Castro (Rio).
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E eis que no debate da TV-Globo que varou a madrugada do dia 30.09.2022, o candidato Jair Bolsonaro, por indicação de Roberto Jefferson (v. item 10 supra), contratou um indivíduo que se fez passar por padre da Igreja Ortodoxa Russa, para, também na qualidade de candidato a presidente da República, fazer com ele dobradinha a fim de tentar detonar a candidatura do ex-presidente Lula. A armação foi por demais grosseira e caiu no ridículo, até porque todo o rol de atos positivos declinados pelo capitão Jair não passa de fantasias, inclusive no tocante à inflação, que, aliás, era de menos de 3% no início de seu governo e ficou em 8,73% nos últimos 12 meses, e ele ainda chegou ao desplante de declarar que o culpado pelas falcatruas ocorridas com privatizações e outros atos, bem como o orçamento secreto para comprar aliados, é o Centrão, e aí ele não tem como escapar de ser rejeitado em virtude não passar de um presidente sem autoridade, ou autoritário até demais para se compactuar com os autores das malfeitorias.
Boanerges de Castro (Rio).
http://patrialatina.com.br/armacoes-politicas-em-13-topicos/