Articulação política para reforma do IPE Saúde

Articulação política para reforma do IPE Saúde

Governo do RS convida aliados e oposição para reunião, e inicia articulação política para reforma do IPE Saúde

Piratini prepara projeto de lei para mudar financiamento do plano de saúde que atende servidores públicos e familiares

GABRIEL JACOBSEN

 

Mateus Bruxel / Agencia RBS

Mateus Bruxel / Agencia RBS


Palácio Piratini marcou para quarta-feira (12) uma reunião com deputados estaduais que marca o início da articulação política para reformular o IPE Saúde. O projeto é a pauta central do governo do Estado neste primeiro semestre da nova gestão de Eduardo Leite e deve dominar os debates na Assembleia Legislativa até a metade do ano.

O governo do Estado decidiu convidar para a reunião os 55 parlamentares estaduais, incluindo os da oposição. O PT, maior partido de oposição, confirmou presença no encontro.

A reunião com os parlamentares está marcada para as 12h, na sede do IPE Saúde, em Porto Alegre. A ideia é, nesta primeira reunião, apresentar o diagnóstico da situação financeira e operacional do plano de saúde dos servidores gaúchos.

No evento, o governo vai apresentar aos deputados o perfil dos segurados, os valores de contribuição pagos por eles e os planos disponíveis hoje no IPE Saúde. Parte central do encontro tratará do desequilíbrio financeiro e da necessidade de mudança no modelo de financiamento percebida pelo governo.

Passada a apresentação do cenário do IPE, os deputados serão novamente convocados, na semana seguinte, para conhecer a proposta de reforma pensada pelo Piratini. A partir daí, o governo prevê uma série de encontros com setores diretamente afetados. Nessa lista, estarão representantes de servidores, prestadores de serviços, hospitais e médicos.

Ciente de que uma proposta de mudança no IPE tende a gerar debates acalorados, o governo do Estado planeja enviar o projeto à Assembleia somente no momento em que conseguir construir um “consenso estratégico” - expressão repetida pelo chefe da Casa Civil, Artur Lemos, responsável pela articulação no Palácio.

https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2023/04/governo-do-rs-convida-aliados-e-oposicao-para-reuniao-e-inicia-articulacao-politica-para-reforma-do-ipe-saude-clgcozwwx0006015ae6jsj2t1.html 

 

Usuários do IPE Saúde são afetados por greve parcial de médicos; orientação é ligar para confirmar consultas

Segundo o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul, urgências e emergências não são afetadas

TIAGO BOFF

Diego Vara / Agencia RBS

Presidente do IPE Saúde, Bruno Jatene, objetivo é melhorar os honorários dentro do limite orçamentário. Diego Vara / Agencia RBS


A paralisação parcial dos médicos do IPE Saúde, iniciada nesta segunda-feira (10), afeta usuários do plano que acolhe servidores gaúchos e seus dependentes. A mobilização deve ocorrer até a próxima quarta-feira (12). Estão restritas consultas com especialistas: de acordo com o presidente do Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), Marcos Rovinski, a marcação será reagendada no "que for possível”.

— A grande maioria dos médicos, que eu saiba, estão restringindo, e já avisaram seus pacientes agendados de que haveria essa parada de atendimento. O que for possível de ser reagendado, está sendo reagendado – afirmou o diretor da entidade, em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, da Rádio Gaúcha.

O Simers garante que urgências e emergências não são afetadas nesta paralisação, e não há um balanço de pacientes atingidos e profissionais que aderiram ao movimento. Ao parar por três dias, a categoria alega uma defasagem de repasses e pede a paridade nos pagamentos a partir da Classificação Brasileira Hierarquizada de Procedimentos Médicos (CBHPM) vigente no último ano. 

A diferença nos ganhos é reconhecida pelo Governo do Estado. No entanto, o presidente do IPE Saúde, Bruno Jatene, afirma que o Piratini não deve concordar com o sindicato neste ponto.

— O pleito que é colocado hoje na mesa faz parte da negociação, mas muito provavelmente não adotaremos essa CBHPM de 2022. Estamos trabalhando em algo que seja mais equilibrado. Melhorar os honorários dentro do limite orçamentário que existe no IPE Saúde — comparou Jatene também em entrevista ao Gaúcha Atualidade.

Como exemplo da possibilidade de ganhos dos médicos, o diretor do plano de saúde suplementar citou o modelo de atendimento ambulatorial – outra reclamação do sindicato é que o valor de R$ 25 por paciente seria muito baixo, se levado em conta a especialização constante dos profissionais além do já despendido na graduação.

— O IPE paga R$ 25 por paciente visitado em hospital. Não é incomum um médico visitar 10, 15 a 20 pacientes naquele período em que ele está no hospital. E isso se multiplica pelo valor bruto que é pago por cada uma dessas visitas — contrapõe o presidente do IPE Saúde.

Atualmente, em torno de sete mil médicos atendem pelo sistema. Contudo, segundo o sindicato, há relatos de descredenciamento por parte dos insatisfeitos com os pagamentos, o que amplia a dificuldade em encontrar um especialista na área em que o paciente precisa.

— É uma decisão individual dos médicos (o descredenciamento do plano). Temos uma notícia de pelo menos 110 médicos descredenciados na semana retrasada. Não temos um número exato, mas existe sim um movimento de descredenciamento — revela Marcos Rovinski, do Simers.

Opcional, o plano é utilizado por cerca de 1 milhão de pessoas. É financiado pelo recolhimento de 3,1% do salário do trabalhador mais um complemento do mesmo percentual pago pelo governo do Estado. Anualmente, segundo o presidente do IPE Saúde, são recolhidos R$ 3,2 bilhões, porém há um déficit mensal de cerca de R$ 35 milhões. Uma mudança nas alíquotas não é descartada, em alternativas futuras debatidas:

— A alternativa que está sendo pensada também deve contemplar a possibilidade de permanência de pessoas com altos salários, reforçando um pouco mais a solidariedade que deve existir dentro do plano. É uma discussão que exige reflexão muito forte de todas as entidades.

Uma reunião com o Simers, o IPE Saúde e representantes do Governo do Estado está marcada para a próxima quarta-feira, último dia de restrição nos atendimentos.

No início da noite de segunda-feira, o balanço foi de ao menos 100 consultas adiadas por médicos do IPE Saúde no Hospital Ernesto Dornelles, instituição referência no atendimento aos usuários do plano. Cirurgias eletivas também foram suspensas. 

De acordo com o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), houve adesão de profissionais da saúde em todas as cidades do Estado — 60% dos médicos que atuam em consultórios também paralisaram, conforme o sindicato. Segundo o IPÊ, 6.466 médicos são filiados ao convênio.

 
https://gauchazh.clicrbs.com.br/saude/noticia/2023/04/usuarios-do-ipe-saude-sao-afetados-por-greve-parcial-de-medicos-orientacao-e-ligar-para-confirmar-consultas-clgayy9mi002s015qn3nuli9f.html 

 

 

Médicos levarão proposta de reajuste de honorários do IPE Saúde ao governo do Estado

Profissionais reclamam que tabela não é corrigida há mais de uma década

07/03/2023 - PAULO EGÍDIO

O jornalista Paulo Egídio colabora com a colunista Rosane de Oliveira, titular deste espaço

 

Entidades que representam os médicos credenciados no IPE Saúde levarão nesta quarta-feira (7) ao governo do Estado uma proposta para o reajuste na tabela de honorários. Os profissionais serão recebidos pelo chefe da Casa Civil, Artur Lemos, no final da manhã, em audiência marcada pelo deputado estadual Thiago Duarte (União Brasil), que também é médico e atende pelo plano.

A intenção é de que a proposta das entidades seja avaliada pelo Piratini antes que o projeto de reestruturação do IPE seja encaminhado pelo governador Eduardo Leite à Assembleia Legislativa. O deputado ressalta que os honorários estão congelados há 12 anos e que, sem a valorização, há risco de um descredenciamento massivo do plano.

— Hoje, uma visita médica não paga o estacionamento do hospital. Aqueles que continuam no plano atendem o mínimo contratual, e isso deixa a população desassistida e os médicos, desvalorizados — aponta o deputado.

Thiago já solicitou a realização de uma audiência pública conjunta nas comissões de Saúde e de Defesa do Consumidor para tratar do caso e a formação de subcomissão para acompanhar a reestruturação do IPE.

O deputado se diz favorável à mudança nas regras atuais de contribuição do plano, como deseja o governo, mas ressalta que a revisão deve considerar a melhoria na remuneração dos médicos:

— No ano de 2022, menos de 10% do que o IPE teve no orçamento foi pago aos médicos. Isso está muito fora da realidade.

 
https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/rosane-de-oliveira/noticia/2023/03/medicos-levarao-proposta-de-reajuste-de-honorarios-do-ipe-saude-ao-governo-do-estado-cleykpo0h0008017il0xfbcvx.html 




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