Assassinato de jovem por diretor de escola
Comitê MT repudia assassinato de jovem por diretor de escola estadual militarizada
“É essencial que o poder público e a sociedade civil reavaliem as nossas políticas públicas educacionais e busquem a construção de gestões pedagógicas que priorizem o diálogo”
Nota de Repúdio (PDF)
O Comitê Mato Grosso da Campanha Nacional pelo Direito à Educação expressa seu mais profundo repúdio à brutalidade envolvida na morte do jovem Claudemir Sá Ribeiro, de 26 anos, assassinado a tiros no último domingo (23/03) por um tenente da Polícia Militar que também é diretor da Escola Estadual Militar Tiradentes, de Colniza (MT).
Este incidente, registrado por câmeras de segurança, ilustra a gravidade das consequências da militarização das escolas. Em vez de promover a segurança e o bem-estar dos estudantes e da sociedade, a presença armada de militares dentro e no entorno das instituições de ensino pode transformar essas localidades em terrenos propensos à violência e ao medo. A militarização não apenas desumaniza o espaço educacional como também coloca os estudantes, a comunidade escolar e toda sociedade em situação de vulnerabilidade, sendo vítimas potenciais da violência institucionalizada.
Diante desse fatídico episódio, torna-se urgente afirmar a inconstitucionalidade desse modelo educacional que prioriza soluções armadas e baseadas na intimidação, em vez de promover um ambiente pacífico e acolhedor para a concretização do processo de ensino-aprendizagem.
Esse modelo não foi pactuado em nenhum Plano de Educação, seja nacional, estadual ou municipal, indo na contramão das Políticas Educacionais que vislumbram a Educação Integral de Crianças, jovens e adultos.
Estudos mostram que escolas militarizadas contribuem para a cultura da violência e desconfiança entre alunos e autoridades. É essencial que o poder público e a sociedade civil reavaliem as nossas políticas públicas educacionais e busquem a construção de gestões pedagógicas que priorizem o diálogo, o respeito aos direitos humanos e a formação integral dos jovens e estudantes, garantindo que nossas escolas se tornem verdadeiros refúgios para o aprendizado e o crescimento pessoal, em vez de correntes sociais perpetuadoras da violência.
Comitê Mato Grosso da Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Subscritora
Campanha Nacional pelo Direito à Educação
(Imagem 1: Reprodução/RepórterMT)
(Imagem 2: Reprodução/Educartum/João Paulo Cabrera)
FONTE:
