Ataque contra liberdade de cátedra
“Estamos cansados, basta de perseguição”, diz prof. sobre ataque contra liberdade de cátedra
Professor da rede privada no estado de São Paulo denunciou para o Esquerda Diário um ataque que vem sofrendo contra a liberdade de cátedra.
quarta-feira 22 de setembro
Foto: GETTY IMAGES
“Sou professor de História e leciono em uma escola que fica localizada na região da Penha, em SP. Estou nessa mesma escola há quase 3 anos. Como professor de história defendo a educação política, a conscientização e o respeito.
O que vem acontecendo de um tempo pra cá, diga-se de passagem quando se iniciou as aulas de modo online, também se dá início uma verdadeira caça às bruxas aos professores e professoras da área de humanas. Costumo falar que essa caça às bruxas se dá devido a essas disciplinas formarem pessoas mais críticas e mais politizadas além do fato de denunciar governos do tipo ruim.
Outro fator que fica evidente é que as aulas online não resolvem o problema da educação, esse modelo é precarizado por si só, denuncia as desigualdades sociais, as diferentes condições para se fazer as aulas, ou não fazer, né.
Professores e professoras estão sendo encurraladxs por esse país e mães ou responsáveis impondo o que pode ou não ser dito dentro da sala de aula com o aval da coordenação e diretoria, ignorando totalmente a liberdade de cátedra, deixando claro que o que vale é a relação de educação como mercadoria e não como espaços de aprendizado. Estamos cansados, já basta dessa perseguição sem fundamento.”
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Para o governo de Bolsonaro, militares e a direita golpista, como João Doria (PSDB), cada mordaça aplicada aos educadores busca calar as vozes daqueles que estão dia a dia no chão da escola, ao lado da juventude que também têm seus direitos atacados e suas vidas precarizadas.
Os governos atuam todos os dias para aprofundar o controle político e ideológico nas escolas, também como meio de controlar a opinião pública e manter a ideologia da classe dominante. Querem realizar aquilo que o Escola sem Partido pretendia, mesmo não tendo sido aprovado: acabar com a liberdade de cátedra, colocar uma mordaça nos educadores e com isso abrir ainda mais caminho para aplicarem ataques contra a juventude e toda a classe trabalhadora.