Ataque contra o funcionalismo
Após anunciar renúncia, Eduardo Leite executa último ataque contra o funcionalismo público gaúcho
Em jantar com deputados da base aliada na noite desta terça-feira (29), Eduardo Leite (PSDB), que deixa o cargo de governador nesta quinta (31), anunciou reajuste de 6% aos servidores(as) estaduais.
A proposta é uma vergonha e está muito aquém da defasagem atual. Em sua maioria, os servidores(as) públicos estaduais estão sem reajuste salarial há sete anos, para recuperar o poder de compra precisam de um reajuste de 56,29% (INPC/IBGE).
O governador anunciou a sua renúncia gabando-se por colocar as contas do Estado em dia e terminar o mandato com arrecadação recorde, mas em 24h diz que não tem condições de pagar o que é justo.
De acordo com dados organizados pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), vinculado ao Ministério da Economia, o Rio Grande do Sul, em 2021, foi o 4º estado com maior volume de arrecadação de tributos estaduais (ICMS, IPVA, ITCD e outros) com total de R$ 51,3 bilhões arrecadados. Ficou atrás apenas de São Paulo (R$ 219 bi), Minas Gerais (R$ 79 bi) e Rio de Janeiro (R$ 58 bi) (Tabela 1).
Se tem dinheiro, por que não valorizar o que importa?
Poder de compra aniquilado!
Os 6% apresentados representam menos de 1% ao ano desde o último reajuste. Neste período, tudo ficou mais caro e itens básicos se tornaram um peso ainda maior no bolso dos trabalhadores(as).
Vale destacar, que neste mesmo período, o preço da Cesta Básica – calculada pelo Dieese, com base nos custos médios da capital – aumentou de R$ 342,62 para R$ 695,91; o equivalente a 103,1%.
O desastre da gestão Eduardo Leite para a educação pública
Há quase oito anos, o Rio Grande do Sul joga seus professores(as) e funcionários – da ativa e aposentados(as) – para a miséria.
Em 2018, Eduardo Leite (PSDB) se elegeu com o discurso de que faria diferente e bastava levantar da cadeira, mas, na prática, prioriza somente empresários e a iniciativa privada.
Em sua gestão, sofremos o agravamento da retirada de direitos, confiscos e calotes, que deixam educadores(as) escolhendo entre comer e pagar as contas.
Eduardo Leite foge, deixando o estado na miséria, sem avançar em pautas essenciais. É preciso evitar uma tragédia em nível nacional.
Aqui, do Rio Grande do Sul, deixamos o alerta: não se enganem! Eduardo Leite e Bolsonaro são duas faces da mesma política de morte: lucro acima da vida, ataques à escola pública, destruição de direitos, confisco de aposentados(as), desmonte, precarização e privatização.
Foto destaque: Itamar Aguiar / Palácio Piratini