Aula presencial x Homeschooling
Aula presencial x Homeschooling
Fabiano da Costa
Vou traduzir para os eméritos professores, que ainda não entenderam porque os mesmos deputados que tanto insistiram pela volta presencial nas escolas públicas, agora correram para aprovar o ensino domiciliar (comumente chamado "Home schooling"). Como política de Classe, Não há nenhuma contradição.
Clausula abusiva imposta somente a nós: A assembleia legislativa não mexe nos privilégios dos ricos e vota naquilo que beneficiar as elites.
O Home schoolin´ não é para pobres. Quem vai usufruir do mesmo, não precisa interagir com demais crianças, e nem descobrir democracia na prática (daí a exigência da frequência da escola pública). Educação domiciliar é para crianças brancas, com bons e caros professores particulares. Serão estes professores que terão de fornecer ao Conselho Tutelar (e não às secretarias de educação), os Planos de ensino. Quanto às crianças, em casa, estarão seguras da pandemia e no futuro irão configurar a nova elite econômica gaudéria.
E o ensino presencial nas escolas públicas? Simples: professores não valem nada e para a maior parte da população gaúcha, reacionária e privatista, sequer precisariam existir. O voto em Sartori e Leite e nesta legislatura que temos, mostra o incrível desprezo que os gaúchos nutrem pelo magistério e pelo funcionalismo público.
E os estudantes pobres? A Rede pública atende os 85% mais pobres do país. A maioria não tem acesso a uma internet potente, bons aparelhos eletrônicos ou sequer é estimulada a aprender em casa, lendo e pesquisando. Portanto, Home Schooling não é para pretinhos, pobres, suburbanos, ou como eu, filho de operários que cresceu jogando bola em vilas.
Resta aos pobres, então, o ensino presencial, onde correm o risco de contaminação e de espalhar o vírus justamente entre a parcela mais humilde da sociedade.
Enfim: os ricos da Assembleia Legislativa estão fazendo a parte deles, defendendo a sua Classe no meio de uma pandemia global e uma crise social que se acentua. Garantir que as crianças ricas ou privilegiadas fiquem longe da pandemia, ou mesmo dos tiroteios, dos engarrafamentos e da violência urbana, é política de Classe. Os pobres do Rio Grande do Sul é que estão perdidos, morrendo orgulhosos por serem gaúchos e dando a sua vida pelo estado.
Fabiano da Costa. https://www.facebook.com/fabiano.dacosta.7