Aula Pública e atos pela Revogação do NEM
Aula Pública e atos marcam o Dia Nacional de Mobilização pela Revogação do Novo Ensino Médio
Nesta quarta-feira (15), Dia Nacional de Mobilização pela Revogação do Novo Ensino Médio (NEM), o CPERS somou-se às manifestações que ocorreram na capital e no interior.
Em Porto Alegre, foi realizada uma Aula Pública em frente ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos, o Julinho. A iniciativa, promovida por entidades do movimento estudantil e apoiada pelo Sindicato, contou com a participação de dezenas de estudantes, educadores(as) e representantes de entidades educacionais.
Durante o ato, o CPERS distribuiu material informativo reforçando os pontos prejudicais da reforma e o porquê a sua revogação é necessária. Clique aqui para conferir!
O 1º vice-presidente do CPERS, Alex Saratt, frisou que desde a implantação do NEM, durante o governo Temer, em 2017, o CPERS posicionou-se contra as alterações.
“Esta reforma representa o atraso, a precariedade educacional e pedagógica, a fragmentação do ensino e o trabalho com mão de obra barata e alienada, que os patrões querem impor. Defendemos um modelo de educação que combine a preparação do sujeito para o exercício da cidadania, da democracia, dos direitos e deveres, com a participação produtiva no mercado de trabalho”.
Saratt ainda finaliza: “Precisamos de uma educação inclusiva para derrotar o racismo, o preconceito, a discriminação e a exclusão”.
Mariângela Silveira Bairros, professora da Faculdade de Educação da UFRGS e coordenadora do Grupo de Políticas Públicas para o Ensino Médio, destacou que o NEM não prepara os estudantes para o vestibular, o que prejudica a entrada nas universidades. “Queremos ver todos os estudantes nas universidades públicas e essa reforma vem na contramão, pois precariza o ensino, os docentes não atuam em suas áreas de formação e ainda há a redução do currículo”, observou.
Estudantes discordam do modelo imposto
“Preferimos como era antes da reforma. As mudanças não foram bem desenvolvidas pelo governo e a opinião dos estudantes não foi ouvida. Não teve conversa, foi imposto. Nós queremos uma educação que proporcione um país melhor para nós e para os que virão”, disse o estudante do CEE Paula Soares, Joaquim Medeiros Amaral, durante a aula pública desta quarta.
Ariadne Sche, aluna do Julinho, também expôs alguns dos motivos pelos quais é contra a reforma do NEM. “É uma censura muito grande ao ensino. Não temos o básico, substituíram um monte de matérias importantes. O ensino está muito precário, não temos base alguma para o vestibular. Não tem professor com experiência nesse novo currículo. Foi feito para que os alunos do ensino público não terem acesso à universidade”.
“Precisamos convocar uma grande manifestação para ocupar as ruas de Porto Alegre e mostrar para o Eduardo Leite que se ele não vem nos ouvir, nós vamos até ele. A gente só sai das ruas com uma educação pública, gratuita e de qualidade e sem esse Novo Ensino Médio, que é excludente e não faz sentido algum com a nossa realidade”, expôs Vitória Cabreira, do Movimento Juventude Pátria Livre.
Atos pelo interior reforçam a luta pela revogação do NEM
Os núcleos do Sindicato pelo interior do Estado também realizaram atividades que destacaram a contrariedade à reforma do Novo Ensino Médio e a sua necessária revogação.
Diversas cidades foram tomadas por educadores(as), estudantes e sociedade em geral com atos, aulas públicas e distribuição de material informativo sobre a reforma.
Para o CPERS, o NEM não condiz com a realidade e os sonhos da juventude brasileira, assim como vai na contramão da opinião de especialistas em educação e não leva em consideração a estrutura das escolas e a formação dos docentes.
Esperamos que a consulta pública sobre o NEM, divulgada na última semana pelo Ministério da Educação (MEC), finalmente contemple os anseios da sociedade quanto ao tema.
Esta reforma, instituída ainda no governo Temer (MDB), é um dos piores retrocessos da história do Brasil, aumentando a desigualdade entre estudantes mais ricos e mais pobres, e aprofundando o abismo que existe entre as escolas. Por isso dizemos: Revoga Novo Ensino Médio!