Aumento na violência escolar
Educadores enfrentam aumento de 20% na violência escolar, de acordo com estudo
A pesquisa ouviu mais de 2.700 educadores e revelou uma realidade preocupante: 80% dos entrevistados já sofreram algum tipo de violência no trabalho, sendo a agressão verbal a mais comum.
Um novo estudo, conduzido pela Nova Escola, em colaboração com o Instituto Ame Sua Mente, trouxe à tona preocupantes dados sobre a segurança dos educadores no ambiente escolar.
Segundo a pesquisa, realizada ao longo deste ano, aproximadamente 8 em cada 10 educadores enfrentaram situações de agressão em suas escolas em 2023.
Esse índice representa um aumento de 20% em relação aos números registrados no ano anterior, causando preocupação com o bem-estar dos educadores no Brasil.
Violência contra professores
Entre as várias formas de agressão relatadas, a violência verbal emergiu como a mais recorrente, afetando 76,1% dos participantes do estudo.
A violência psicológica ou moral foi a segunda mais prevalente, afetando cerca de 41,5% dos respondentes. Isso inclui ameaças, ofensas, boatos e outras formas de intimidação.
Rodrigo Bressan, presidente do Instituto Ame Sua Mente, comentou à CNN Rádio, no programa CNN Educação, que o ambiente de violência tem crescido desde o retorno às atividades escolares após a pandemia.
Bressan também ressaltou que, apesar desse aumento, os índices já eram alarmantes antes mesmo da crise sanitária, algo que já era vivenciado diariamente nas escolas brasileiras.
Ele observou que eventos violentos ocorridos no início do ano agravaram ainda mais a situação, resultando em ocorrências de maior intensidade e gravidade.
O psiquiatra explicou que a escola é um local destinado a mediar conflitos e formar cidadãos que saibam respeitar uns aos outros e lidar com figuras de autoridade.
Um problema recorrente
O retorno pós-pandemia evidenciou as dificuldades enfrentadas pelos alunos para readaptar-se a atividades, como permanecer em sala de aula, realizar provas e interagir com colegas, gerando um clima tenso e insatisfação por parte dos professores.
Bressan defende a urgência de uma abordagem voltada para a saúde mental nas escolas, tanto públicas quanto privadas.
Ele ressaltou que o primeiro passo é reconhecer o problema e o segundo é agir proativamente, promovendo conversas abertas entre alunos e professores.
Ele também enfatizou a importância de desenvolver estratégias para lidar com situações delicadas, como casos de autoagressão entre alunos.
A pesquisa, que foi realizada através da plataforma Typeform e ouviu 2.752 educadores, ocorrida durante o mês de julho, reafirma a necessidade de abordar as questões de segurança e saúde mental no ambiente escolar.
FONTE: