BNCC, Lemann e INEP
BNCC: Lemann leva servidores do INEP a Nova York
Assim como o Common Core nos Estados Unidos (uma base comum curricular) tem seu financiador – a Fundação Bill Gates -, o Brasil tem também sua Fundação benemerente – a Lemann -, que além de apoiar o Movimento pela Base, também financia a ida de servidores do INEP para os Estados Unidos a fim de aprender com a experiência dos americanos em avaliar a BNCC deles e transferi-la ao Brasil.
O Common Core, nos Estados Unidos, algo como uma base nacional comum curricular, está em seu sexto ano. Ninguém seriamente informado por lá arrisca dizer se está funcionando e se vai funcionar algum dia, mas é tomada como modelo e injetada diretamente na veia do INEP.
Pelo Sistema Eletrônico de Informações do governo ficamos sabendo que a Fundação Lemann convidou 8 servidores do INEP para o Encontro Internacional sobre Avaliações Educacionais de Larga Escala alinhadas à base nacional comum curricular que realizou-se nos dias 5, 6 e 7 de agosto na sede do Teachers College – Universidade de Columbia – na cidade de Nova York.
O objetivo é oferecer acesso às principais referências internacionais sobre o tema: experiência americana em alinhar as avaliações dos estudantes aos currículo nacional (Common Core State Standards) e criar um sistema coerente de avaliação; medição de competências cognitivas mais complexas previstas pelos currículos; inovações no processo de elaboração de itens que compõem a avaliação.
No mesmo dia do convite, 10 de julho p. p., outra carta dirigida à direção do INEP elenca os servidores escolhidos para participar do encontro em Nova York. Nota-se que é a Lemann quem escolhe os servidores do quadro do INEP para ir a Nova York, em carta assinada pelo Gerente de Políticas Educacionais da Lemann.
A carta conclui dizendo que a Lemann será responsável pelos custos da organização do evento referentes às passagens e hospedagens dos oito servidores convidados – menos despesas de alimentação.
É dessa forma que as Fundações vão interferindo e definindo a política pública, tudo em nome das boas intenções da filantropia. Vamos admitir que a Lemann tem “boas intenções” para com a educação brasileira e só quer ajudar. Não importa. Como dizia Milton Friedman: “o poder concentrado não se torna menos perigoso pelas boas intenções dos que o criam”.
https://avaliacaoeducacional.com/2018/08/08/bncc-lemann-leva-servidores-do-inep-a-nova-york/