Brasil é refém

Brasil é refém

Brasil é refém da paralisia mental do dogmatismo evangélico,

diz Delfim Netto

 

 

O cérebro de Bolsonaro e seus aliados evangélicos só funciona em um lado

 

O economista Delfim Netto (foto abaixo), 91, escreve um artigo criticando o presidente Jair Bolsonaro por se deixar seduzir pela corrente evangélica que hoje está sob o comando do “inteligente” deputado federal Pastor Marco Feliciano (Podemos).

O resultado disso, segundo ele, é que “estamos ameaçados por uma nova ideologia: o dogmatismo religioso de inspiração evangélica que sofre de hemiplegia mental”.

“Hemiplegia” é um termo da literatura médica que deriva do grego. Significa paralisia cerebral que atinge um lado completo do corpo, ou o direito ou o esquerdo, impossibilitado parte dos movimentos do corpo.

Assim, argumenta Delfim, o presidente Bolsonaro “só é capaz de pensar um lado e é imune à acumulação gigantesca de evidências empíricas contra seus preconceitos”.

Ex-ministro lamenta a ausência da Igreja Católica na política partidária

Delfim Netto afirma que o ativismo evangélico, nas últimas décadas, tem a ver com a recusa da Igreja Católica de participar da vida político-partidária do país.

“Há alguns anos a Igreja Católica, sabe-se lá por que, proibiu a participação de seus sacerdotes na política partidária”, escreve.

“Ninguém mais lembra do comportamento de seus deputados. Eram oradores brilhantes e intelectuais esclarecidos.”

O que Delfim Netto diz nas entrelinhas é que os bem preparados padres que participavam da política foram substituídos por pastores, como o Marco Feliciano, que sofrem de “hemiplegia mental”.

O ponto de vista da laicidade de Estado, Delfim Netto está equivocado, porque o problema não foi a retiradas dos sacerdotes católicos da política, mas, sim, a entrada dos evangélicos.

Delfim Netto é um pensador, mas a sua credibilidade, como defensor de valores humanos e democráticos, sempre será questionada, porque ele foi ministro de governos militares e é um dos signatários do AI-5, que impôs a censura ao país.

Mas ainda assim a sua argumentação, nesse caso, é válida, porque alguém poderá dizer: “Olha, até Delfim está criticando Bolsonaro”.
 




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