Brasil e seu desabafo
É assim que me sinto e assim falaria meu Brasil:
BRASIL E SEU DESABAFO
O que estão fazendo comigo? Por que tanto desrespeito, tanto ódio, tanta improbidade, tanta violência, tanta incompetência? Por que fico refém de gente que desconhece caráter, moral e ética? Por que me tiram o brilho, me deixam sem cor, esquecem de minha deslumbrante paisagem e das minhas riquezas naturais? Sim, porque o que vejo, empana o que tenho e o que sou. Sei que sou maior que essa gente, mas não tenho o poder, sou apenas terra, pátria dos que ainda acreditam, mas que estou perdendo pouco a pouco. Posso apenas lembrar que fizeram uma Constituição para mim, mas, desculpem, sobre isso tenho vontade de rir e de chorar. É tão tragicômico! E quando penso que “o Estado deve trabalhar para o bem- comum” sinto uma enorme vergonha e me encho de uma culpa que sei que não tenho.
E o que vejo me faz triste, porque essa gente “trabalha” os desfavorecidos apenas para recolher o lucro, para enaltecer o ego, para sustentar a vaidade. Assim, ignorar a educação faz parte da premissa de que a massa ignorante alimenta o poder. Não usem meu nome para a elaboração de emendas que privilegiem alguns, de leis que abriguem interesses individuais, de discursos demagógicos que só me desmerecem e subestimam o povo que eu considero. Quando falarem de “Direitos Humanos”, não invertam valores, porque isso é doloroso.
Que gente é essa que me usa cinicamente, ressaltando o erro sem contemplar os acertos, destacando o homem público corrupto, mas não o penalizando corretamente, que impede o homem público correto de se elevar para destruir os que estão me destruindo?
Por que essa gente faz meu povo gritar por saúde, por educação e por segurança se está surda? E porque sou impotente no meu silêncio, posso somente assistir a essa gente legislando absurdos, ignorando projetos que me tornariam melhor.
Eu ouço discursos que exaltam uma “liderança” de quem me transformou no que hoje sou, iludindo os ignorantes, maquiando a fome e manipulando classes desprovidas de intelecto e acreditando, ainda, que esse é o perfil que me salvará.
Agarro-me à esperança de que posso reviver, porque quero acreditar em homens que lutam por mim, que me injetam força e que desmascaram o falso líder. Só torço para que meu povo consiga enxergar o caminho para a minha cura.
Tenho que pedir desculpas ao povo que me habita. Não tenham vergonha de mim, mas “dessa gente”. E se alguns me abandonarem, como tantos já fizeram, não os culparei porque, se pudesse, eu também me abandonaria!
RP
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