Campus da UFRGS na Serra Gaúcha
O critério que deve guiar a implantação de um campus da UFRGS na Serra Gaúcha
Unidade em Caxias do Sul foi confirmada nesta segunda-feira, com funcionamento já em 2025
CIRO FABRES 11/6/2024
A segunda-feira 10 de junho de 2024 foi um dia histórico. O ministro da Educação, Camilo Santana, confirmou em Brasília, às 10h38min, na presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um campus da UFRGS em Caxias do Sul. É uma notícia importante e a ser comemorada pela comunidade regional. Foi o que fizeram em Brasília o deputado estadual Pepe Vargas e a deputada federal Denise Pessôa, ambos do PT, que lideraram a retomada da mobilização por uma universidade federal para a região, no ano passado. O entendimento que está prosperando entre as lideranças da região é de que um campus da UFRGS em Caxias pode ser um embrião para uma universidade federal na Serra Gaúcha, no mesmo formato que há em Santa Maria e Pelotas, por exemplo. A região também está valorizando, neste primeiro momento, a confirmação do campus para Caxias, e o entendimento é de que demais definições não devem entrar em jogo agora.
Por enquanto, o que foi anunciado pelo governo federal é a confirmação do campus da UFRGS para Caxias do Sul, com entrada em funcionamento já em 2025. Não há maior detalhamento.
– O Ministério da Educação agora é quem conduzirá o processo de implantação. O objetivo é iniciar (o funcionamento dos cursos) em 2025 – limitou-se a informar Pepe.
Já Denise confirmou que a decisão sobre o local do campus e quais cursos haverá serão conduzidas pelo MEC, mas que haverá uma “construção coletiva”:
– Nós vamos realizar audiências públicas para ouvir o que a comunidade quer e considera melhor para a região e levar esses apontamentos e sugestões ao governo federal – destaca ela.
A UFRGS, obviamente, também irá opinar a respeito da implantação do campus em Caxias. Como disse Denise, precisará haver uma “construção coletiva” entre governo federal, universidade e comunidade, a ser conduzida com muita habilidade. A questão de “quais cursos haverá” segue sendo vital. O critério que deve guiar todo o debate que vai começar agora sobre a implantação da UFRGS na Serra é sobre o formato e os cursos que mais democratizam o acesso ao ensino superior.
Deputados e ministros comemoram
Assim que tiveram a confirmação da notícia, Pepe e Denise postaram vídeo conjunto em rede social:
– É uma vitória importante. É o ensino superior público federal na nossa região. Nós continuaremos, a partir desse embrião. Nada nasce grande logo de cara. Vai crescendo com o tempo – disse Pepe.
– Agora é discutir e debater com a comunidade quais são os cursos, qual a universidade que a gente vai construir junto. Mas o embrião da UFRGS já é um belo início – frisou Denise.
Na foto, Pepe e Denise comemoram o anúncio do campus da UFRGS ao lado dos ministros da Educação, Camilo Santana, e do Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta.
FONTE:
Atividades da UFRGS em Caxias do Sul podem começar em campus temporário em 2025
Em entrevista ao programa Gaúcha Hoje, da Rádio Gaúcha Serra, ministro Paulo Pimenta detalhou que será montada uma equipe de trabalho nos próximos dias para organizar o cronograma de implementação. Ele também falou sobre o aeroporto, as estradas e o turismo
11/6/2024
De acordo com o ministro, o anúncio do campus em Caxias do Sul foi feito também como "uma forma de apoio" ao esforço de reconstrução do Estado. O campus a ser efetivado em Caxias é o único anunciado na Região Sul do Brasil. Ainda não há definição de local. Segundo Pimenta, há possibilidades que a implementação possa iniciar em um espaço temporário. De acordo com a Agência Brasil devem ser seis cursos oferecidos em um primeiro momento, para 2,8 mil estudantes.
— Vai ser constituída agora uma comissão de trabalho, com a participação da UFRGS, evidentemente que vai haver um debate com a comunidade local, com as lideranças locais, para que a gente possa rapidamente avançar na definição dos cursos. Em segundo lugar, nós vamos abrir um diálogo sobre a questão do espaço físico — explica Pimenta sobre os debates que devem ocorrer.
Conforme Paulo Pimenta, a região tem uma “capacidade extraordinária da atividade econômica”. Dessa forma, o acesso a uma universidade pública será fundamental para o desenvolvimento local. E ele complementa sobre a organização da estrutura física do campus:
— Se optar pela construção de um prédio novo, uma estrutura nova, provisoriamente ela (universidade) precisa começar em algum lugar. Agora, esse lugar também pode ser definitivo. Por isso que, normalmente, quando é anunciado uma nova universidade, quando se opta pela construção de um campus novo, cidades de menor estrutura, que não têm tantas opções, a gente acaba utilizando um espaço de maneira provisória durante a construção do campus. Agora, eu quero fazer essa discussão com a comunidade, com as lideranças locais, acompanhar esse debate com o MEC (Ministério da Educação), porque, eventualmente, nós temos em Caixas, talvez, alternativas que precisam ser trabalhadas, que possam ser boas para a comunidade local, para as universidades que já existem, como que a gente pode construir uma parceria nesse sentido.
Aeroporto e turismo também em debate
O Aeroporto Hugo Cantergiani, em Caxias, se tornou uma importante porta de entrada para o Rio Grande do Sul com a suspensão das atividades do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre ainda no início do mês de maio e que só deve retomar as atividades de forma parcial em dezembro. E, isso também tem gerado debates para agilizar a construção do Aeroporto de Vila Oliva, uma demanda antiga da Serra. De acordo com Pimenta, o Governo Federal está trabalhando tanto para melhorias no terminal já existente, como também para efetivar as obras do novo aeroporto.
Nesta terça-feira (11), profissionais da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e da Infraero devem visitar o Hugo Cantergiani. Na quarta (12), Paulo Pimenta deve retornar ao Rio Grande do Sul, desta vez acompanhado do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.
— Nós estamos trabalhando com a ideia de fortalecer a capacidade do aeroporto (Hugo Cantergiani) para poder suprir essa demanda necessária nesse próximo período. Independente disso, eu sou entusiasta e trabalho para a solução definitiva do aeroporto de Vila Oliva. Então, eu estou trabalhando junto com a Casa Civil para isso, juntamente com essas lideranças. Eu acho que esse é um grande projeto estratégico para o desenvolvimento da nossa região.
Outra questão abordada foi a retomada do turismo, importante para o desenvolvimento econômico da região. Além disso, Pimenta detalhou a necessidade de focar no reestabelecimento de rodovias, em especial a BR-116, entre Caxias do Sul e Nova Petrópolis que deve ter uma ponte temporária e uma definitiva em até oito meses, e também a BR-470, entre Bento Gonçalves e Veranópolis.
Confira a entrevista na íntegra