Cancelada a sessão da mudança da carreira

Cancelada a sessão da mudança da carreira

Cancelada a sessão da Assembleia Legislativa que votaria mudanças em carreiras e contratação de temporários no RS

A decisão foi tomada em reunião entre os líderes de bancadas. No entanto, os projetos seguem tramitando, mas ainda não há nova data prevista para apreciação. A intenção do governo Eduardo Leite é chamar nova convocação extraordinária ainda durante o recesso parlamentar. O projeto de lei tem 318 páginas e estão divididos em 130 artigos e 30 anexos

PAULO EGÍDIO

Foi cancelada a sessão da Assembleia Legislativa marcada para esta sexta-feira (19) na qual seria votado o projeto de reajustes salariais e reformulação na carreira do funcionalismo estadual. A decisão foi tomada em reunião entre os líderes de bancadas da Assembleia.

Apesar do cancelamento, os projetos seguem tramitando, mas ainda não há nova data prevista para votação. A intenção do governo Eduardo Leite é marcar nova sessão ainda durante o recesso parlamentar, que vai até 31 de julho. A convocação extraordinária encaminhada pelo governador abrange todo o período do recesso.

 De acordo com o líder do governo na Assembleia, Frederico Antunes (PP), a decisão foi tomada de forma unânime entre os líderes:

— Recebemos solicitações de várias bancadas para não deliberarmos hoje, porque ainda há uma série de questionamentos e dúvidas.

Crítico da proposta, Felipe Camozzato (Novo) disse que nem todos os deputados conseguiriam ler o texto antes da votação.

— Esse tempo será importante para estudarmos a repercussões e ouvir categorias que apontam problemas. Temos concordância com trechos específicos, mas muitas discordâncias — diz o deputado, que também prefere transferir a votação para agosto.

Antes da reunião com os colegas, Frederico conversou com o governador Eduardo Leite para informar sobre a tendência de adiamento. No dia anterior, o governo chegou a publicar em edição extra do Diário Oficial a exoneração dos secretários Juvir Costella e Beto Fantinel, que são deputados pelo MDB, para reforçar o quórum da votação.

A proposta foi discutida com os deputados desde a semana passada, mas foi protocolada na Assembleia apenas na tarde de quarta-feira (17), cerca de 48 horas antes da sessão prevista para a votação. O projeto de lei tem 318 páginas e está dividido em 130 artigos e 30 anexos. Além do projeto principal, outros dois integravam o pacote e estavam com votação prevista para esta sexta.

Os deputados relataram dificuldade em analisar os detalhes do projeto e o impacto nas diferentes carreiras. Em paralelo, dezenas de sindicatos e entidades representativas passaram a procurar os parlamentares apresentando queixas e solicitando ajustes na redação. 

Embora contemplados com reajuste de 12,49% nos subsídios, servidores da segurança também pressionaram os deputados, alegando que o percentual é baixo em comparação com a defasagem salarial.

O adiamento da votação se configura em novo revés do governo Leite perante o Legislativo. No final de abril, o Palácio Piratini teve de recuar na tentativa de aumentar o ICMS diante da falta de apoio dos deputados. O mesmo já havia ocorrido no final do ano, quando a maioria da Assembleia rechaçou a elevação do imposto e o governo teve de retirar o projeto.

No caso da reforma nas carreiras, articuladores governistas vislumbravam cenário favorável, já que o projeto melhora a remuneração dos servidores. No entanto, pressão da oposição pelo adiamento e o tempo exíguo para que os deputados compreendessem a íntegra do projeto forçaram o adiamento da discussão.

Líder do PT, maior bancada de oposição, Miguel Rossetto afirma que o governo cometeu um erro ao "não dialogar verdadeiramente" com o Legislativo:

— A Assembleia não é um puxadinho da Casa Civil, é um poder autônomo. O governo mandou projetos com mais de 400 páginas, que mudam mais de 100 leis, para votar em 48 horas, o que é desrespeitoso com a Assembleia e com a sociedade —declarou.

Rossetto diz que o bloco vai usar o tempo extra para conversar com servidores e propor modificações no projeto. PT, PCdoB e PSOL querem votar o projeto em agosto, após o recesso parlamentar.

FONTE:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/politica/noticia/2024/07/cancelada-a-sessao-da-assembleia-legislativa-que-votaria-mudancas
-em-carreiras-e-contratacao-de-temporarios-no-rs-clysue1b901o8011rb8t0xfla.html?fbclid=IwZXh0bgNhZW0CMTEAAR
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Adiamento da votação de projetos foi vitória do bom senso

Propostas complexas como a da mudança nos planos de carreira precisam de mais debate

Foi unânime a decisão de adiar a votação dos projetos encaminhados à Assembleia na quarta-feira pelo governo do Estado. Oposição e aliados convergiram na avaliação de que as propostas eram complexas demais para uma votação apressada e, em acordo, a sessão desta sexta-feira (19) foi suspensa. Vitória do bom senso e da maturidade, dado que  os deputados precisam saber o que estão votando.

Com mais de 300 páginas, o projeto da mudança nos planos de carreira mexe com a vida de milhares de servidores públicos e altera dezenas de leis. Logo, não basta ler a proposta de cabo a rabo ou com lente de aumento. É necessário cruzar com as leis que ele altera para ter certeza de que não há problemas insolúveis nas entrelinhas.

Sem prazo definido para a votação, embora a convocação extraordinária se estenda até 31 de julho, está aberta a porteira para as pressões das categorias que querem reajuste além dos 12% em três parcelas e, principalmente, dos que ficaram de fora. Os excluídos vão desde antigos servidores das fundações e autarquias extintas no governo de José Ivo Sartori e distribuídos pelas secretarias, até os remanescentes da antiga Caixa Econômica Estadual. 

No cordão dos descontentes marcham servidores de diferentes áreas da segurança pública até os auditores fiscais da Secretaria da Fazenda. No primeiro caso é pressão por um reajuste maior. No segundo, resistência à mudança de nome no cargo dos técnicos do tesouro, que ganharão o título de analistas. 

Embora a secretária de Planejamento, Danielle Calazans, garanta que é apenas uma mudança de nomenclatura, os auditores entendem que a alteração abre a porta para uma invasão de competência e para futuros aumentos para os técnicos, de quem hoje já é exigido que tenham curso superior.

FONTE:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/rosane-de-oliveira/noticia/2024/07/adiamento-da-votacao-de-projetos-foi-vitoria-do-bom-senso-clyswz08400bo01fe3pfumiq5.html 

 

 

Leite mexeu em vespeiro ao propor alteração de carreiras e enfrenta pressões de todos os lados

Corporações contestam mudanças e setores não contemplados cobram reajuste

Mauricio Tonetto / Divulgação
Eduardo Leite (de pé) anunciou pacote na segunda-feira (15).
Mauricio Tonetto / Divulgação

Encaminhados à Assembleia na tarde de quarta-feira (17), os projetos que tratam de mudanças em parte das carreiras dos servidores públicos desencadearam uma onda de pressões por parte de sindicatos, federações, associações e grupos de funcionários não contemplados com reajustes

Os servidores que terão correção salarial querem mais do que os 12% em três vezes. Do outro lado, as federações empresariais pressionam contra qualquer tipo de reajuste e dizem que não é hora de aumentar os gastos com pessoal.  

Por ter sido encaminhado em convocação extraordinária, os projetos não passam pelas comissões. Têm tramitação sumária e o governo planeja votá-los nesta sexta-feira (19), em sessão marcada para começar às 16h. É possível que a votação fique para a segunda, já que deputados da oposição e independentes pedem mais tempo para discutir.  

O PT, maior bancada de oposição, quer deixar a votação para agosto, o que não está nos planos do Piratini. Caso a votação seja mantida, o PT dará voto favorável, mas seguirá pressionando para que o governo ofereça percentual maior de reajuste e inclua categorias que não foram contempladas nessa leva.

Os sindicatos reclamam que não foram ouvidos, mas a secretária de Planejamento, Danielle Calazans, atendeu pessoalmente mais de 60 entidades e associações ao longo do período de discussão das carreiras.  

— Os servidores querem mais, legitimamente, mas a reestruturação é o que mais se impõe neste momento. Eles têm receio de que não haja novas rodadas de negociação, mas estão enganados. Se eu limpo a principal pauta, lógico que teremos condições de permanecer com o diálogo.  

Uma das mudanças que a secretária destaca é a chamada transversalidade das carreiras, que reduz o engessamento. O servidor não fica atrelado à secretaria para a qual fez concurso e pode exercer sua atividade onde a administração precisa, sem que isso se caracterize como desvio de função.

Outra é a avaliação de desempenho como fator de progressão na carreira, o que assusta quem se acostumou com a ideia de promoções automáticas, por tempo de serviço.

Danielle sustenta que a lógica das mudanças é tornar atrativas as carreiras essenciais para o Estado, caso de engenheiros e profissionais de tecnologia da informação: 

— Hoje gastamos dinheiro fazendo concurso e os servidores não tomam posse. De uma maneira geral, para cada três chamados, somente um toma posse. E esse um às vezes sai antes de concluir o estágio probatório, porque passou em um concurso mais interessante ou foi convidado pelo setor privado.

FONTE:

https://gauchazh.clicrbs.com.br/colunistas/rosane-de-oliveira/noticia/2024/07/leite-mexeu-em-vespeiro-ao-propor-alteracao-de-carreiras-e-enfrenta-pressoes-de-todos-os-lados-clyrjj74m01a5011r0qclxpfa.html




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