Cidades gaúchas definiram volta
Apenas 15 cidades gaúchas definiram data para volta às aulas presenciais na rede municipal, diz pesquisa
Maioria dos municípios já possui, no entanto, comitês para debater retomada das atividades escolares
15/10/2020
Um levantamento da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) com as 496 cidades gaúchas mostrou que apenas 15 delas têm uma data prevista para a reabertura das escolas municipais. Outras 481 (ou 97% do total) disseram não haver data prevista para a reabertura em razão da preocupação com o aumento da disseminação do coronavírus.
Por outro lado, 460 municípios já elaboraram comitês ou colegiados interdisciplinares com profissionais das áreas de Educação e Saúde para definição de ações conjuntas e de articulação no processo de elaboração dos planos para retorno das aulas.
No Estado, 332 municípios planejam fazer um retorno gradual às aulas (82%) e 300 apontam o sistema de rodízio (74,1%) como as medidas a serem adotadas para a retomada das aulas presenciais, quando ocorrerem. Das cidades, 81,5% pretendem manter o formato híbrido de ensino, ou seja, parte remoto e parte presencial.
A pesquisa apontou que 493 municípios estão oferecendo atividades pedagógicas não presenciais aos estudantes durante o fechamento das escolas, tanto da educação infantil quanto do ensino fundamental. Ou seja, apenas 0,6% não definiram ações para continuidade das atividades de forma remota.
Do total de municípios que estão oferecendo ensino remoto, 485 têm distribuído materiais impressos aos alunos e 436 enviam tarefas e conteúdo por meio de aplicativos.
O levantamento da CNM também mostra que, apenas para aquisição de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) aos alunos da rede municipal, a projeção dos custos para o Rio Grande do Sul é de cerca de R$ 123,1 milhões, além de todos os demais custos relacionados à adaptação das escolas para atender aos protocolos para a retomada das aulas.
Em entrevista ao programa Atualidade, da Rádio Gaúcha, o presidente da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), Glademir Aroldi, afirmou que se deve tentar recuperar o calendário escolar deste ano em 2021:
— O ensino remoto que a maioria está oferecendo não atende à necessidade dos alunos, é verdade, deixa muito a desejar. Nós temos problemas de sinal de internet, das famílias em situação de vulnerabilidade. É uma situação complexa, difícil e que vai fazer com que os gestores no país todo, baseados nessa situação, possam e vão ter que repensar os investimentos para o futuro não só para educação, mas para a saúde e a assistência social também. Eu imagino que vamos conseguir em 2021 cumprir com o calendário escolar e tentar de todas as formas recuperar também em 2021 o tempo perdido de 2020. Acho que esse é o caminho. Evidentemente, quem puder retomar as atividades escolares agora, nós estamos incentivando isso.
Aroldi ressaltou ainda que a ajuda financeira enviada pelo governo federal para os municípios é importante, mas não são suficientes, pois as perdas com a arrecadação foram maiores.
— Nós temos uma situação econômica também que ajuda a complicar ainda mais esse cenário, de que a educação pública no Brasil não é de boa qualidade. A gente não vai aqui ficar tapando o sol com a peneira, precisamos avançar e melhorar, e muito.
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