Cogumelos das bombas
Os cogumelos das bombas, cogumelos das destruições.
Quando vi o cogumelo da explosão que ocorreu em Beirute, lembrei-me de Hiroshima! Por que toda aquela quantidade de nitrato de amônia há 06 anos no porto? Não me parece uma explosão inocente!
Ouvi de um hibakusha, com mais de 90 anos: "Não necessitavam lançar a bomba, faltava alimento, pois, a pouca comida não era suficiente para os soldados, a maioria, fora da cidade. A única alternativa era a rendição". Não foi uma explosão inocente! E o perigo atômico, destruição da humanidade, continua! Não devemos culpar os povos e sim seus dirigentes psicopatas, manipuladores!
Takashi Morita, nascido em 1924, morador de São Paulo desde 1956 descreve, em seu livro - A última Mensagem de HIROSHIMA:
“Naquele 6 de agosto, a cidade de Hiroshima acordava para viver um dia de verão: crianças se arrumavam para ir à escola”.
“Para mim, não fazia sentido o que estávamos sofrendo”.
“As 8 h e 15 min, quando estávamos a caminho do abrigo, de súbito, uma força que pareceu vir do além me arremessou cerca de dez metros para frente.”
“Quando fui atingido, estava a uma distância de 1.3 quilômetros do epicentro da bomba atômica.”
Hoje, 06.08.2020, faz setenta e cinco anos que a primeira bomba atômica foi lançada sobre uma cidade, desnecessariamente, pois o Japão já estava arrasado, a China reconquistava os territórios ocupados e a guerra na Europa havia terminado em maio.
Foi uma operação de terror e ameaça para todo mundo. É preciso que conheçamos um pouco a história para que não caiamos nas mãos de manipuladores psicopatas que criam suas guerras e levam todos a sofrimentos terríveis como esse. Os povos não são algozes, são manipulados por eles, os psicopatas.
Os principais físicos que desenvolveram a terrível arma não tinham a intenção de usá-la dessa forma. A intenção era não permitir que Hitler fosse o primeiro a colocar a mão nesse monstruoso artefato. Propuseram que a bomba fosse usada num teste, com a presença dos japoneses para que a guerra no Pacífico chegasse logo ao fim com a rendição do Japão.
Leo Szilard, húngaro, o principal criador dessas bombas, no Projeto Manhattan, ao lado de outros grandes nomes solicitaram que a bomba não tivesse esse uso sinistro, mas o projeto estava pronto e toda influência, agora, estava nas mãos do poder militar que com o aval do Presidente Truman, deram as ordens para serem lançadas sobre Hiroshima e Nagasaki.
Como sempre, os insensíveis psicopatas manipulam todo um povo e deixam essa mácula na história.
É por isso que precisamos educar o nosso povo e organizá-lo para que não sejamos manipulados
Às 8h15 de uma bela manhã ensolarada, 06 de agosto de 1945, o mundo testemunhou um dos momentos mais sombrios e decisivos do século 20: A explosão de uma bomba nuclear sobre Hiroshima, no Japão. Daquele dia em diante, nossas vidas nunca mais seriam as mesmas.
Um conflito desta magnitude não começa sem importantes causas ou motivos. Podemos dizer que vários fatores influenciaram o início deste conflito que se iniciou na Europa e, rapidamente, espalhou-se pela África e Ásia.
Um dos mais importantes motivos foi o surgimento, na década de 1930, na Europa, de governos totalitários com fortes objetivos militaristas e expansionistas. Na Alemanha surgiu o nazismo, liderado por Hitler e que pretendia expandir o território Alemão, desrespeitando o Tratado de Versalhes, inclusive reconquistando territórios perdidos na Primeira Guerra.
Na Ásia, o Japão também possuía fortes desejos de expandir seus domínios para territórios vizinhos e ilhas da região. Esses países, com objetivos expansionistas uniram-se e formaram o Eixo. Um acordo com fortes características militares e com planos de conquistas elaborados em comum acordo.
Em 1939, cientistas convencem o presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, a construir a bomba atômica antes que os alemães o façam. Em 14 de julho de 1945, após 3 anos de pesquisa, foi iniciada a montagem da bomba no Novo México. Dois dias depois a bomba era testada no deserto do Novo México. Sem possuírem noção completa da temperatura da bomba, colocaram-na em uma estrutura não resistente ao calor, que derretendo, chegou muito próximo da areia. E esta, exposta a uma temperatura tão alta, vitrificou o fundo do buraco formado pela explosão.
Alemanha e Itália já se haviam rendido. O Japão estava para se render, o povo passava fome. Mas como mostra do poder dos Estados Unidos e na tentativa de descobrir o poder da bomba usando pessoas como cobaias, escolheram uma região populosa e sete cidades possíveis para o ataque. Entre elas, havia Kyoto, Nyagada, Yokohama, Kokura, Nagasaki e Hiroshima. Kyoto foi dispensada da lista, por possuir belos templos. As principais eram Hiroshima, seguido por Kokura e Nagasaki.
Paul Tibbets, como tradição de todo comandante e piloto, colocou no avião o nome escolhido por ele: Enola Gay, o nome de sua mãe.
No dia do lançamento, para não correr o risco do avião colidir e a bomba acabar explodindo, partiram com a bomba sem armá-la totalmente. Armaram durante o vôo, no ar. Encontrar-se-iam, mais tarde, antes de lançá-la, com dois aviões, The Great Artiste, responsável pelas medições meteorológicas e, Necessary Evil, a equipe fotógrafa. Estavam só esperando as tempestades passar e o céu abrir para o inesquecível lançamento da bomba.
Claude R. Eatherley comandava o B-29 que controlava o tempo, e às 06h05min, quando se iniciava a ascensão aos 25 mil pés, quase 8000 m, informou: “Céu coberto sobre Kokura, céu coberto em Yokohama, Nagasaki coberto…, Hiroshima sem névoa, tempo muito bom, visibilidade ótima.” Isso era o que Paul Tibbets esperava de seu avião. Tinham escolhido o lugar para jogar a bomba.
Claude R. Eatherley viveu atordoado durante três décadas antes de sua morte, em 1978, sempre repetindo e falando sobre o estado do tempo, nos hospitais onde esteve internado por problemas mentais e conduta desajustada.
A bomba tinha 3,0 m de comprimento, 71 cm de largura e massa aproximada de 4.400kg. Continha 65 kg de U-235.
Detonou, aproximadamente, a 600 m acima da cidade. Ao cair aos 43 segundos o gatilho barométrico e o de tempo acionaram o mecanismo detonador, um projétil de urânio foi disparado contra um alvo de urânio iniciando uma reação em cadeia. E a matéria sólida começou a se desintegrar liberando uma tremenda quantidade de energia.
Após um silencioso clarão, ergueu-se um cogumelo de devastação de 9.000 m de altura provocando ventos superiores a 500 km/h, espalhando material radioativo numa espessa nuvem e chuva de poeira. A explosão provocou um calor de cerca de 5,5 milhões de graus Celsius, similar à temperatura do Sol. Prédios sumiram com a vegetação, transformando a cidade num deserto. Quase tudo fora desintegrado. Num raio de 2 km, a partir do centro da explosão, a destruição foi quase total.
Hiroshima tinha na época cerca de 330 mil habitantes, e era uma das maiores cidades do Japão. O bombardeio matou, imediatamente, mais de 50 mil pessoas e feriu outras 80 mil. Cerca de 130 mil pessoas morreram depois.
A bomba lançada é até hoje a arma que mais mortes provocou, em pouco tempo, 240.000 mortos é o total das vítimas da bomba reconhecidas oficialmente, até hoje. A bomba também afetou seriamente a saúde de milhares de sobreviventes. A grande maioria das vítimas era formada pela população civil, a maioria das pessoas era constituída de mulheres e crianças já que grande parte dos homens se encontrava lutando na guerra. Milhares de pessoas foram desintegradas e, em função da falta de cadáver, as mortes jamais foram confirmadas. Sabe-se que muitas pessoas sobreviveram por estarem em prédios à prova de terremotos.
Noventa por cento da cidade foi arrasada pela bomba. A uma grande distância do epicentro pessoas morreram, tiveram cegueira temporária e sofreram um grande impacto sendo arremessadas.
Horas depois de explosão, uma chuva negra caiu sobre o céu de Hiroshima. A chuva estava coberta de radioatividade das cinzas das fumaças. Mas, por causa da falta de informação, desespero e da desidratação, os sobreviventes tentavam beber a água que caía, água que matava.
Quatro dias depois da desgraça em Hiroshima, começou a aparecer uma epidemia na cidade, o sangue das pessoas não coagulava mais, sem glóbulos brancos ficavam propensos às várias infecções, manchas roxas apareciam nos corpos, tufos de cabelos caíam até à perda total. O último sinal que antecedia à morte era o vômito de um líquido marrom. Era um mal que surgia novo e incurável, a necrose.
No dia 9 de agosto de 1945, a segunda bomba, chamada “Fat Man” constituída de plutônio, era destinada à cidade de Kokura. Devido à péssima visualização e o excesso de nuvens, houve uma mudança na trajetória do avião, a bomba agora iria para Nagasaki, a cidade que possuía melhores condições.
Ao chegar sobre cidade, o estado climático também estava ruim, estavam se dirigindo ao local onde a bomba seria lançada, mas pela falta de combustível tiveram de lançá-la imediatamente, errando seu alvo e acertando um vale. Não houve tempestade de fogo, mas causou uma terrível destruição. Foi lançado pelo bombardeiro B-29, chamado “Bockscar”.
Às 11:02 a “Fat Man” explodiu a 600 m de altura para maximizar os danos causados. Edifícios foram destruídos, uma onda de calor incendiário, detritos e radiação varreu o solo a partir do ponto de detonação, causando a maior parte dos óbitos e destruição de 40% da cidade.
E continuam construindo cada vez mais bombas, mesmo sabendo que todas as existentes, hoje, seriam capazes de destruir pelo menos três vezes o mundo em que vivemos!
Ótimo documentário da Nat Geo:
https://www.youtube.com/watch?v=yfIPnwWzAdc
Lafaiete De Souza Spínola