Colapso na gestão
Colapso na gestão do governo Eduardo
Valdir Fiorentin/Diretor de Comunicação
O Rio Grande do Sul completou dois ciclos políticos consecutivos com uma dinâmica neoliberal, muito defendida por setores empresariais brasileiros. Os governos Sartori e Leite focaram exclusivamente nas privatizações de serviços públicos e no ataque brutal aos trabalhadores que prestam serviços à sociedade, como professores, policiais, servidores da Saúde e demais trabalhadores das secretarias que planejam, fiscalizam e executam os serviços públicos que são prestados à população.
As narrativas ideológicas expressas pelo Eduardo estão finamente alinhadas aos ideais pronunciados pelos CEOs de empresas da indústria criativa, startups, empresas de tecnologia que se apresentam como o futuro do trabalho no presente. Mas imagine a seguinte situação: um CEO de uma empresa com 180 mil trabalhadores estabelece uma perda de 60% na renda dos seus funcionários e esse mesmo CEO acredita que essa estratégia vai melhorar o desempenho da corporação que está sob seu comando. Parece piada, mas é isso que aconteceu no RS nos últimos oito anos. O paradoxo é que esta destruição das relações de trabalho no setor público é anunciada como modernização do Estado. Vale tudo pela eficiência, inclusive não fazer nada.
O resultado chegou, os indicadores educacionais do nosso Estado estão em queda livre, o que é uma vergonha, e colocam em xeque o futuro da nossa sociedade. A capacidade executiva do governo é catastrófica, não consegue sequer manter a manutenção dos prédios públicos em dia, depreciando o patrimônio do povo gaúcho.
Os projetos apresentados se resumem a um powerpoint bem editado, com ótimas ideias que não são executadas por carência de trabalhadores. A fuga de cérebros é alarmante, sistematicamente servidores qualificados saem do Estado por falta de perspectiva ou fazem concurso em órgãos da Justiça, que têm salários superiores aos aplicados no Executivo.
Já se passaram 100 dias do governo Eduardo. Neste período, governador, vice-governador, secretários, CCs e FGs receberam significativos reajustes salariais, como reconhecimento da perda inflacionária, porém, os demais servidores ainda não tiveram a sinalização de algum projeto que melhore suas condições financeiras. Apenas com uma verdadeira valorização salarial o governo poderá desenvolver os servidores e o Estado.
Foto: Carlos Macedo