Com que roupa eu vou?
COM QUE ROUPA QUE EU VOU?
Roger Baigorra Machado
Diariamente, sem hesitar um segundo sequer, nosso atual governante demonstra que há um mundo onde nós moramos e outro mundo onde ele vive.
No nosso mundo, e isso, ao que parece é só uma opinião nossa, está difícil viver. A conta não é barata e o credor não tem sentimentos. A comida está em hiperinflação, feijão, arroz, carne, óleo, tão comuns na nossa alimentação, agora disputam lugar com outros itens como roupas, luz e água.
No nosso mundo, os combustíveis estão atingindo preços inimagináveis há alguns anos, a gasolina, o diesel, o gás de cozinha. No nosso mundo, não está fácil aquecer o almoço.
O nosso mundo é um lugar de desemprego recorde, um lugar de tristeza, onde nossos empresários estão lutando para manter seus negócios em pé, pois não dispõe de linhas de crédito acessíveis e financiados com verbas federais. No mundo de Bolsonaro, os empresários são o verbo, no nosso, são escória.
No nosso mundo, pelo andar da carroça governamental, a Covid-19 vai em breve bater os 200 mil mortos. Vivemos num mundo onde testes, que salvariam vidas nesta pandemia, estragam nos depósitos federais, fruto da total incompetência e inoperância das equipes de Bolsonaro.
Vivemos num mundo onde um Estado inteiro ficou sem energia elétrica por semanas. No nosso mundo, o Brasil se transformou numa pária internacional. No nosso mundo, nossas roupas estão puídas.
No mundo de Bolsonaro a coisa está noutro ritmo, lá está mais fácil viver. Lá não existe crise, nem morte, nem choro, nem desemprego ou fome.
Diariamente, sem hesitar um segundo sequer, nosso atual governante esfrega na nossa cara o seu sucesso.
Esse senhor que está na presidência, demonstra que é possível um imbecil ser eleito presidente e que, mesmo sendo um péssimo gestor, ainda assim, algumas pessoas o defendem até a morte. Bolsonaro nos ensina que a imbecilidade é uma classe intelectual muito unida em nosso país.
No mundo de Bolsonaro, o ego e a negação da realidade são irmãos obedientes da estupidez. No mundo de Bolsonaro a pandemia não matou ninguém, lá os que morreram foram apenas uns maricas medrosos. E tudo está indo muito bem, lá, ele faz até uma exposição das próprias roupas, para deixar claro que no mundo dele não existe sequer o luto, por que lá não existe a morte de 170 mil brasileiros.