Comprovar impedimento médico
Professores terão de comprovar impedimento médico para não voltarem às aulas presenciais, diz secretário do RS
Faisal Karam afirmou à Rádio Gaúcha que Rio Grande do Sul não pode mais ficar com ensino remoto
RAMON NUNES
O secretário estadual da Educação, Faisal Karam, afirmou na manhã desta quinta-feira (7) que o Rio Grande do Sul não pode mais ficar sem aulas presenciais, e confirmou o retorno dos alunos às escolas estaduais para março deste ano. Conforme o calendário, as aulas começam em 8 de março para os alunos do Ensino Fundamental 1 (1º ao 5º ano), e no dia 11 para os alunos do 6º ao 9º ano. Dia 15 retornam os estudantes do Ensino Médio e Técnico. Professores e servidores terão de apresentar laudo médico para conseguirem dispensa.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, Karam afirmou que o ano atípico de 2020 gerou adaptações, o que acelerou o processo de um novo jeito de educação, com letramento digital. Ele explicou que a diferença de três dias entre o começo de cada nível é devido à necessidade de adaptação dos alunos, e que 383 municípios se manifestaram favoráveis a um compartilhamento de ações para o retorno presencial, retomando em fevereiro as aulas nas escolas municipais.
Karam afirmou que o Estado não conseguiu voltar com a totalidade da rede de ensino nos últimos meses devido a decretos municipais em 267 cidades, que impediam o retorno das aulas presenciais. Assim, 1304 escolas não puderam abrir, mesmo que de forma escalonada. Segundo o secretário, o trabalho em conjunto com secretários municipais neste início de 2021 é para que não haja impeditivos do tipo para o regresso.
O secretário lembrou ainda que a volta das equipes de trabalho às escolas será total, independentemente da idade, a menos que o servidor tenha alguma comorbidade comprovada.
– Professores e servidores, como pessoal da limpeza, do setor pedagógico, de secretaria, todos aqueles que tiverem comorbidades ou que se ponham em risco, terão que atestar com laudo médico, aonde esteja claro que está impedido. Quem tem doenças que o coloquem em um risco maior estará dispensado.
Karam confirmou que as escolas devem trabalhar de acordo com o protocolo sanitário usado pelo Estado, ficando o limite de 50% da capacidade da sala de aula, respeitando a distância entre uma classe e outra de 1m50cm com máscara, e de 2m sem o uso de máscara. Os estudantes terão a temperatura medida na entrada da escola.
As turmas terão aulas presenciais alternadamente, com 50% num período de uma semana, e os outros 50% no outro – as escolas poderão adaptar o período de cada grupo de acordo com a estrutura. Os alunos que estiverem em aula remota terão conteúdos específicos. Será dado também reforço no letramento digital a alunos e professores que tiverem dificuldade.
– Nós não temos como ficar mais sem aula presencial. Sabemos que os dias que estamos vivendo não são os melhores. Mas temos outras questões, sejam de conteúdo, de redes de violência, que não podem mais ficar para trás – colocou o secretário.
Faisal Karam lembra também que o Mapa do Distanciamento Controlado é analisado diariamente, e o Estado acompanha a situação da vacina e de internações. Ele afirma que há tempo para analisar alternativas caso haja bandeira preta em alguma região do mapa, na época do retorno.