Concessão de bolsas de pesquisa
MEC muda concessão de bolsas de pesquisa: 84 mil alunos afetados
Ministério da Educação vai unificar critérios para concessão de bolsas, com parâmetros que vêm sendo criticados por pesquisadores
São Paulo — O investimento em pesquisas científicas no Brasil, que levou à primeira grande crise do governo de Jair Bolsonaro no ano passado, sofre uma transformação nas mãos de Abraham Weintraub a partir desta sexta-feira, 6.
Segundo o Ministério da Educação, essa é a primeira vez que a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) vai unificar os critérios para concessão das bolsas de mestrado, doutorado e pós-doutorado. A agência de fomento à pesquisa existe desde 1951.
Ao todo, mais de 84 mil bolsas de pesquisa serão afetadas. A partir de hoje, a concessão do benefício vai privilegiar alunos de cursos mais bem avaliados (as notas vão de 3 a 7), com foco em cidades com menor Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM). Segundo as novas regras, um curso em município com menor IDHM terá peso duas vezes maior no cálculo do número de bolsas.
Levantamento da Folha de S.Paulo, no entanto, mostrou que 95% dos 4.285 programas de pós-graduação ativos hoje no Brasil estão em 287 municípios com IDHM alto ou muito alto. Os outros 5% não atingem o nível de excelência exigido pela Capes.