Consulta aos pais é descartada

Consulta aos pais é descartada

Secretário de Educação descarta consulta aos pais para aula presencial em Porto Alegre

Adriano Naves Brito disse que a decisão para o retorno é técnica e institucional

Conforme decisão estadual, apenas escolas infantis de municípios com bandeira amarela ou laranja podem retornar às aulas presenciais

Conforme decisão estadual, apenas escolas infantis de municípios com bandeira amarela ou laranja podem retornar às aulas presenciais 

Ainda sem previsão de data para o retorno das aulas presenciais no ensino público e privado em Porto Alegre por conta dos indicadores de risco da bandeira vermelha do Distanciamento Controlado, a Capital usa o período para planejar a volta às escolas. Das decisões já tomadas, está que o retorno terá uma decisão “técnica e institucional” e não dependerá do aval dos pais dos alunos.

“A volta ou não das aulas não passa por uma consulta aos pais. A decisão para o retorno é técnica e institucional”, afirmou o secretário de Educação de Porto Alegre, Adriano Naves de Brito, em entrevista à Rádio Guaíba, nesta terça-feira. “Na educação infantil essa escolha tem menos consequência para o cumprimento de dias eletivos. Em outras faixas etárias, as crianças perdem etapas", lembrou reafirmando a responsabilidade dos pais, que têm a liberdade de decidir pela ida ou não do estudante à escola.

De acordo com o secretário de Educação, a preparação para a retomada presencial do calendário escolar – ainda sem data prevista – acontece desde a implementação do ensino remoto na Capital. "Sabíamos que, mesmo quando voltasse presencialmente, precisaríamos do ensino remoto para fazer a mediação de grupos de risco e crianças que não queiram retornar", destacou Adriano.

Uma das primeiras ações previstas pela pasta na volta às escolas é aplicar uma avaliação diagnóstica para medir o aproveitamento dos alunos no período de pandemia. Ele também lembrou que há um mês iniciou o trabalho de limpeza das escolas, onde também foi realizado o atendimento presencial para algumas famílias, com a distribuição de alimentos. Hoje, apenas a rede pública de Porto Alegre conta com 70 mil alunos, sendo 25% do total integrante da educação básica do município.

O planejamento ainda tímido, ao passo que dezenas de outros municípios gaúchos já reabriram nesta terça-feira as escolas infantis, é justificado pelo secretário pelo um sintoma de um momento de incerteza. "Olhar pra esse retorno com uma série de medidas tem que ser tomado de acordo com o horizonte", afirmou. 

Durante a entrevista, Adriano Naves de Brito também criticou protocolos muito rígidos, o que considera inadequados, para o ensino infantil. "A escola não pode se tornar um lugar inóspito com tantos protocolos", disse ao defender que os estudantes tenham um "tempo agradável" de escola, que corresponda ao comportamento de uma criança de 0 a 5 anos."Tem que levar em consideração as condições das criança para cumprir protocolos. Só voltaremos quando a segurança sanitária for tal para que elas possam se comportar como criança nas escolas", concluiu.

Outro ponto de preocupação da gestão municipal é a evasão escolar. De acordo com o secretário de Educação, as condições impostas pela pandemia agravaram o distanciamento de estudantes dos ambientes escolares. Para minimizar, a pasta irá realizar a busca ativa destes estudantes com o apoio do Ministério Público (MP), conselhos tutelares e comunidade escolar.

Já em relação a migração de estudantes da rede privada a pública, Brito disse que ainda é cedo para medir estes impactos, mas que o fechamento de escolas infantis é um bom indicador. "O movimento existe, a pressão existe, mas a gente ainda não tem muito certeza. O que pode dar o sentido é a falência das escolinhas que estão fechando em definitivo. Aqui podemos chegar a 30% destas escolas. Pra esse impacto, não há como fazer uma previsão certeira", apontou ao reforçar que 2021 será o ano de recuperação para as escolas.




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