Contra a privatização da educação no RS
Contra a privatização da educação no RS: por assembleias com as comunidades escolares
Eduardo Leite avança em privatizar a administração das escolas gaúchas após ser um dos principais responsáveis pela catástrofe climática no RS. O governo lançou uma consulta pública que foi um verdadeiro faz de conta de democracia que não consultou estudantes, responsáveis e trabalhadores da educação. É preciso organizar em cada escola do estado, reuniões com as comunidades e exigir que todo o dinheiro público do programa vá diretamente para as direções como investimento para todas as 3238 escolas gaúchas.
Diego Nunes terça-feira 6 de agosto
Serão 99 escolas leiloadas na Bolsa de Valores de São Paulo, um negócio extremamente lucrativo para empresários e com baixo risco. Serão 4,8 bilhões de reais em 25 anos para o conjunto dos 3 lotes, cada um com 33 escolas, sendo que serão 18 escolas modelo que receberão mais investimento para que Leite use como propaganda de campanha em 2026. Mas por que Leite opta por parcerias público privadas e não lança o dinheiro direto para as direções, que aliás não visam lucro? É o que questionam professores e funcionários de escola do estado todo.
Hoje as direções das escolas recebem um valor bem baixo para manutenção, limpeza e alimentação, a maior escola de Porto Alegre por exemplo recebe cerca de 7 mil reais por mês para a merenda e compra tudo do comércio local, assim também faz com produtos de limpeza e com serviços de manutenção da escola ou reformas. O governo Leite irá pagar R$203 milhões por ano para quem arrematar as 99 escolas. O que dividido dá mais de R$2 milhões por ano por escola, sendo que não se sabe o quanto desse dinheiro público será lucro. Que invista na educação pública esse dinheiro, diretamente para as direções e conselhos escolares administrarem e não somente em 99 escolas, mas nas 3238 escolas do RS aquecendo as economias locais e gerando empregos com direitos nas comunidades.
Irônico é que este plano de privatização está dentro da Secretária de Reconstrução do Plano Rio Grande mas não inclui as escolas que foram totalmente destruídas pelas enchentes no RS. O Plano Rio Grande que teve votos do PT e aval do governo Lula-Alckmin é repleto de parcerias público privadas que Pedro Capeluppi jura de pé junto que não são privatizações. Para quem não sabe, Pedro Capeluppi foi assessor de Paulo Guedes no Governo Bolsonaro e agora está dirigindo a Secretária de Reconstrução do Plano Rio Grande. É um verdadeiro secretário de privatizações.
O governo Leite montou uma farsa para se dizer democrático, como citamos anteriormente. Porém, a verdade é que ele seguiu a lógica do decreto 11.498, assinado pelo Geraldo Alckmin, que flexibiliza a ampliação das privatizações no sistema carcerário, na saúde e na educação. Um verdadeiro absurdo que mostra que a luta dos trabalhadores da educação precisa ser independente.
Somente uma grande mobilização desde a base, com assembleias e reuniões em cada local, pode derrotar as privatizações, organizando debates com a comunidade escolar e exigindo que a direção do CPERS construa um plano de lutas para parar o estado. A direção do sindicato composta por membros do PT, PCdoB e PDT aparecem nas audiências e falam contra as privatizações, porém não constroem uma grande campanha de mobilização para levantar uma batalha contra o governo Leite e a privatização da educação. O Psol que lança candidatura junto com o PT para a prefeitura de Porto Alegre está cada vez mais integrado à direção central. Mas a força da nossa categoria é enorme e pode parar mais esse ataque do Leite.
É necessário construir nas bases reuniões e assembleias com as comunidades para organizar um grande ato unificado contra as privatizações das escolas, com as 99 escolas na linha de frente, mas construindo em toda a rede estadual essa luta. Chamamos as organizações que se colocam na oposição à direção do CPERS a travar essa batalha unificadamente em cada escola. Para dialogar com os colegas, se munir de argumentos para que cada comunidade se manifeste contra as PPPs na educação como uma forma de levantar uma forte mobilização independente que supere a atual direção sindical e faça Eduardo Leite recuar!
Construa e defenda conosco essas ideias do Movimento Nossa Classe Educação RS.
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