Contra a volta às aulas presenciais
Dois terços da população são contra a volta às aulas presenciais, diz Pesquisa Fórum
Levantamento aponta ainda que o país segue com um alto nível de subnotificação.
Por Lucas Rocha 9 out 2020
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
A retomada das aulas presenciais em meio à pandemia do novo coronavírus segue sofrendo forte rejeição na sociedade, apesar de algumas cidades terem dado início à flexibilização mesmo com a resistência de educadores. Esse é o cenário que aponta a 6ª edição da Pesquisa Fórum, realizada entre os dias 30 de setembro e 5 de outubro, em parceria com a Offerwise, sob a coordenação de Wilson Molinari.
O levantamento aponta que 66,4% dos entrevistados são contrários ao retorno das aulas, percentual equivalente a cerca de dois terços da população. Os favoráveis são 33,6%.
Apesar o percentual ainda ser alto, os números são um pouco mais favoráveis ao retorno do que os apresentados na pesquisa de agosto/setembro. Na ocasião, 72,1% se colocavam contra o retorno e apenas 27,9% estavam a favor.
O cenário não sofre alterações substanciais nos recortes de renda, escolaridade ou região geográfica. Há uma mudança, no entanto, no recorte de gênero do/a entrevistado/a. Os homens são mais favoráveis ao retorno das aulas presenciais, com 39,2% a favor e 60,8% contra, enquanto as mulheres são mais contrárias: 71,3% não queriam a volta às aulas, enquanto 28,7% defenderam o retorno.
Contaminação por Covid-19
Segundo o levantamento, 71,7% afirmaram conhecer alguém próximo (parente ou amigo) que já foi diagnosticado com a Covid-19 e 8,7% disseram que foram diagnosticados com a doença, número similar (na margem de erro) à pesquisa de agosto/setembro, quando 73,8% diziam conhecer alguém que obteve tal diagnóstico e 10,7% declaravam já terem tido a doença. Os números confirmam a subnotificação no país. Segundo os dados oficiais do Ministério da Saúde, há 5 milhões de casos confirmados no Brasil, o que daria cerca de 2,4% da população.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), do IBGE, apontam que, até agosto, o Brasil realizou cerca de 17,9 milhões de testes, o equivalente a 8,5% da população do país. Destas, 21,6% testaram positivo. O mesmo levantamento apontou que 12,1 milhões relataram ter algum sintoma de síndrome gripal – 5,7% da população.