Correção do salário mínimo regional
Disputa pela correção do salário mínimo regional
Com pressão de centrais sindicais, Governo do Estado pode melhorar o índice de correção do salário mínimo regional
Centrais sindicais exigem que reposição seja de 15,58% para compensar perdas salariais e obter retroatividade a 2019 e 2021
A necessidade de aplicação de um reajuste justo para as cinco faixas salariais que compõem o salário mínimo regional está norteando as mobilizações das centrais sindicais em Porto Alegre.
Na segunda-feira (5), faltando pouco menos de duas semanas para que o Projeto de Lei enviado pelo Executivo seja votado pela Assembleia Legislativa, lideranças da INTERSINDICAL, CUT/RS, CTB, Força Sindical e UGT se reuniram com o secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos para pressionar o Piratini a rever o índice de reajuste de 7,7% contido no projeto original.
Esse percentual não atende às expectativas dos trabalhadores porque desconsidera as perdas inflacionárias registradas em 2019 e 2021. Ao avaliar os dados da inflação nesses anos, o índice de reposição do salário deve ser de 15,58%, ou seja, mais da metade do percentual atualmente oferecido.
A representante da Intersindical/RS Lucia Mendonça, destaca que as lideranças sindicais visam sensibilizar o Governo a conceder um reajuste digno para diversos segmentos que já sentiram os efeitos da perda do poder de compra ao longo dos últimos anos, como domésticas, terceirizadas, trabalhadores de saúde e servidores de escolas, por exemplo.
De acordo com ela, houve a sinalização de que a retroatividade ainda pode ser incluída no projeto.
“Explicamos ao Chefe da Casa Civil o peso das mulheres na dependência do mínimo regional e a importância de ter um valor justo de reajuste, visto que grande parte dessas categorias são compostas por mulheres e mães solo. Assim, ficamos com a informação de que ele levará as reivindicações das Centrais Sindicais para a base do governo na Assembleia, dando indicação de aceitar a retroatividade”, salienta.
As mobilizações das centrais sindicais devem prosseguir ao longo desta semana na capital gaúcha. O projeto de reajuste do salário mínimo regional foi enviado em regime de urgência à Assembleia Legislativa no em 17 de novembro, com o prazo de um mês para ingressar em plenário para votação.
Servidores de escola estão entre as categorias mais desfavorecidas no RS
Um dos principais resultados do encontro foi a sinalização do estado de corrigir o Piso Regional para os servidores de escola. Conforme estudo feito pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) essa categoria está entre as que menos recebem dentro da estrutura salarial do estado.
Para o Chefe da Casa Civil Artur Lemos, a correção dos salários de servidores de escolas será tratada "com atenção, fazendo uma correção por dentro" no próximo governo.
Atualmente, o salário dos servidores (de limpeza, da alimentação e de áreas de apoio) é tão defasado que atualmente eles recebem um completivo para atingir o mínimo regional – um salário bruto de R$ 1.419,86 para carga horária de 40 horas semanais. Ainda segundo o Dieese, uma grande parcela desses funcionários sequer recebeu a revisão geral (6%) devida a todos em 2022.
A Diretora Geral do 39° Núcleo do CPERS, Neiva Lazzarotto, avalia que “É importante saber que o futuro governo Leite sinaliza a possibilidade de corrigir as distorções no salário dos funcionários contratados das escolas que dependem de um completivo para o mínimo regional, conforme nos disse a Companheira Lúcia Mendonça. Mas, como já conhecemos bem o governo Leite, sabemos que vamos precisar lutar para muito isso”.
Hoje, são cerca de 13 mil servidores que recebem vencimentos abaixo do Piso. Desses, 91% são da Secretaria da Educação.
Saiba os valores atuais do piso mínimo regional (e como podem ficar com os reajustes propostos)
* Faixa 1 - R$ 1305,56
Os que recebem esses rendimentos são os trabalhadores de forma geral.
Com reajuste de 7,7%: R$ 1.406,09
Com reajuste de 15,5%: R$ 1.507,92
* Faixa 2 - R$ 1335,61
Estão nessa faixa de salário os que atuam na agricultura e pecuária, indústrias extrativistas, empresas de pescado e outros.
Com reajuste de 7,7%: R$ 1.438,45
Com reajuste de 15,5%: R$ 1542,63
* Faixa 3 - R$ 1365,91
Estão incluídos nesse segmento trabalhadores de indústrias do vestuário e do calçado, fiação, tecelagem, artefatos de couro, papel e outros.
Com reajuste de 7,7%: R$ 1.471,08
Com reajuste de 15,5%: R$ 1.577,63
*Faixa 4 – R$ 1419,86
Essa faixa abrange os trabalhadores de indústrias do mobiliário, químicas e farmacêuticas, cinematográficas, dentre outras.
Com reajuste de 7,7%: R$ 1.529,19
Com reajuste de 15,5%: R$ 1.639,94
*Faixa 5 - R$ 1654,50
Estão inseridos nesse patamar aqueles que exercem atividades em áreas metalúrgicas, mecânicas, indústrias gráficas, de vidros, cristais, espelhos, cerâmica, entre outros
Com reajuste de 7,7%: R$ 1.781,90
Com reajuste de 15,5%: R$ 1902,67
*Valores calculados com base em dados do Governo do RS e Sindisaúde/RS
*Reportagem produzida com dados da CUT-RS e da Assembleia Legislativa
*Fotos Haroldo Brito
Jornalista responsável: Marcelo Passarella
Registro profissional: 0019340/RS
Na batalha pelo Reajuste do Salário Mínimo Regional
Depois da reunião das Centrais Sindicais, procuramos líderes dos partidos da base do governo para cobrar a mudança do índice de 7,7% de reajuste. A reivindicação é 15,% .
Se tiver mobilização pode ser pelo menos 10,18% - a inflação de 2021.
VOTAÇÃO DEVE SER NO DIA 20 DE DEZEMBRO.
Ele beneficia mais de 1,5 milhão de trabalhadores gaúchos, dentre eles funcionários de escola contratados que recebem completivo salarial, Terceirizadas, empregadas domésticas, trabalhadores da saúde e rurais, comerciários, metalúrgicos, etc.