CPERS defende prorrogação do decreto
CPERS defende prorrogação do decreto que suspende as aulas presenciais
Neste final de semana, como já é praxe, direções escolares receberam novas planilhas para preencher em tempo recorde. Desta vez com sugestões para um eventual retorno às aulas.
A pretexto de “ouvir” a categoria – que curiosamente não é consultada em temas pedagógicos mas é solicitada a se posicionar na área da saúde -, o Estado terceiriza suas responsabilidades e coloca um novo fardo sobre as gestões, de resto já sobrecarregadas pelas mantenedoras.
Faltando três dias para o término do período de fechamento das escolas, não há sinais, no interior ou na capital, de recuo da pandemia. O Rio Grande do Sul já soma 1,2 mil casos e 42 mortes confirmadas – mesmo com o déficit de testes reconhecido por autoridades sanitárias.
Em Lajeado, nesta segunda (27), o maior hospital do Vale do Taquari registrou 100% de ocupação dos leitos de UTI. Em Passo Fundo, a escalada de contágios em proporção ao número de habitantes é superior à de Porto Alegre.
Não há regiões sem riscos. Em todo o estado, 125 municípios já diagnosticaram ao menos um caso da doença. Os números reais são, seguramente, mais elevados.
Ainda assim, Eduardo Leite (PSDB) dá indícios de que pretende incluir as atividades letivas presenciais em sua estratégia de “distanciamento controlado”, eufemismo para a flexibilização do isolamento em determinadas regiões.
Ora. Se o Executivo não tem força para conter a pressão de federações comerciais e apologistas da morte, que assegure o isolamento nas áreas sobre as quais tem maior governança.
A rede estadual de educação movimenta milhões de gaúchos entre estudantes, suas famílias, professores(as) e funcionários(as) de escola.
Expor esse enorme contingente de jovens – em geral assintomáticos – e trabalhadores(as), muitos dos quais em idade avançada e em grupos de risco, acabaria com todo o esforço de contenção realizado até aqui.
Prorrogar o decreto e manter todas as escolas fechadas até que haja absoluta segurança sobre o panorama da Covid-19 é a única providência lógica a ser tomada. Não se trata de defender somente as nossas vidas. Mas as de todos os gaúchos.