Crime do capitalismo predatório
Terceirização: crime cruel do capitalismo predatório
Desde a semana passada observei que não existiam mais lixeiras nos banheiros da Redenção. Uma trabalhadora terceirizada me contou o que houve
Neida Oliveira (*)
Há mais de duas décadas, caminho quase diariamente no Parque da Redenção. Costumo dizer que, quando chego aqui, os meus pensamentos criam asas, ou seja, meu amor por este local supera tudo.
Nos últimos anos, minhas preocupações com este espaço têm aumentado muito. Acompanho as movimentações do poder público e, mesmo sem nenhuma pretensão de pertencer a organizações que se criam para defender o mesmo, procuro estar sempre atenta para a luta que logo vamos ter que travar contra a sua privatização.
No entanto, vou usar as minhas redes sociais para denunciar algo que vai além da política nefasta dos ultraliberais para se apropriarem de tudo que é público. Desde a semana passada observei que não existiam mais lixeiras nos banheiros da Redenção.
Num primeiro momento achei que o objetivo era de substituir as antigas, ou algum outro procedimento. Engano meu, hoje a situação continuava, então perguntei para uma trabalhadora terceirizada e ela me contou que o patrão tinha mandado recolher as (precárias) cestas de lixo que lá estavam.
Como assim? Os(as) usuários(as) soltam os papéis higiênicos sujos no chão e as(os) trabalhadoras(es) recolhem. O pior é que as pessoas parecem aceitar as regras, quase como se fosse natural.
Ou quem sabe, devemos fazer uma campanha para que os(as) usuários(as) levem o saquinho plástico para juntar as suas fezes como se faz com as dos nossos bichinhos de estimação?
O que não é possível é ficarmos calados(as) diante das condições degradantes a que são submetidas(os) as(os) trabalhadoras(es) terceirizadas(os). E a prefeitura municipal responde a quem? A quem devemos recorrer?
(*) Dirigente da Construção Socialista/ PSOL
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