Criticas a propaganda do MEC
Estudantes criticam propaganda do MEC sobre o Enem 2020
Peça publicitária diz que "o Brasil não pode parar" e pede para estudantes estudarem de qualquer lugar e de diferentes formas. Por Adriano Lesme
Estudantes estão criticando nas redes sociais a nova peça publicitária do Ministério da Educação (MEC) sobre o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020. O vídeo "Enem 2020: o Brasil não pode parar!" foi lançado nesta segunda-feira, 4 de maio.
No vídeo, quatro atores adolescentes dizem que "a vida não pode parar" e pedem para os estudantes estudarem de qualquer lugar e de diferentes formas. A peça publicitária também informa o período de inscrição do Enem 2020, que é de 11 a 22 de maio. Veja abaixo a campanha do MEC:
Nas redes sociais Facebook e Twitter, além do espaço para comentários no YouTube, estudantes reclamam da manutenção do calendário do Enem 2020 no atual contexto da pandemia de covid-19. Desde março, escolas públicas e particulares estão sem aula presencial para promover o isolamento social, principal medida de prevenção contra o coronavírus.
Entre as principais reclamações está o fato de vários estudantes não terem condições de estudar pela internet. Sobre isso, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, em entrevista à rádio Jovem Pan de São Paulo no dia 14 de abril, afirmou que o Enem não é 100% justo. "O objetivo do Enem é selecionar as pessoas mais qualificadas e mais inteligentes", completou Weintraub. Ele também criticou o isolamento decretado por governadores e pediu o retorno das aulas em regiões com poucos casos do novo coronavírus.
Em contato feito pelo Brasil Escola, o MEC respondeu que não irá se manifestar sobre o assunto.
Enem na Justiça
Na última terça-feira, 28 de abril, o Tribunal Regional da 3ª Região (TRF-3) decidiu por manter o cronograma do Enem 2020. Em decisão liminar (provisória) anterior, o TRF-3 havia decidido pela alteração do cronograma e prorrogação do prazo para pedidos de isenção da taxa de inscrição.
A juíza Marisa Cláudia Gonçalves Cucio mudou sua decisão depois que o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) alterou os editais do Enem 2020 (prova impressa e digital), passando a aceitar pedidos de isenção da taxa durante o período de inscrição.
Com a publicação dos novos editais, a juiza Marisa Cláudia apenas determinou que o Inep fizesse as alterações também no site oficial do Enem, o que já ocorreu.
Campanha do MEC ignora dificuldades e pede que estudantes “se reinventem” para Enem
Weintraub pede a líderes do Senado que não adiem provas do Enem
Ministro da Educação argumenta não haver necessidade para o adiamento do exame, previsto para novembro
Por R7 e AE
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, pediu a líderes do Senado para não aprovarem projetos que adiem as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por causa do novo coronavírus. O ministro, que participou da reunião de líderes no Senado na manhã desta terça-feira, teve apoio do líder do governo na Casa, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).
Weintraub argumentou que seria melhor avaliar possíveis alterações no calendário das provas em julho ou agosto, já que a aplicação do exame é em novembro. Parte dos parlamentares defende a aprovação do adiamento do cronograma sob argumentos de que a interrupção das aulas presenciais e a falta de acesso à internet em algumas localidades prejudicam alunos.
"Não desistam, estudem", diz Weintraub
Após anunciar a manutenção do calendário do Enem, Weintraub pediu nesta terça-feira aos candidatos que “não desistam, estudam”. A afirmação foi feita nas redes sociais.
As provas físicas estão previstas, inicialmente, para 1º e 8 de novembro. Já o digital, alterado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), 22 e 29 de novembro.
Weintraub argumenta que adiar o exame para marçou ou abril, por exemplo, significar “perder um ano”. “Eles querem é acabar com as expectativas de cinco milhões de brasileiros”, disse.
Defensores do adiamento do Enem, em decorrência da pandemia do novo coronavírus, argumentam que há disparidade educacional no Brasil, com diversos alunos sem acesso à internet, o que dificulta um ensino igualitário, entre outros pontos. “E quem não tinha (internet) em 2015, 16? Demos recurso para as escolas terem internet”, disse o ministro.